PINACULOS

Opinião e coisas do nosso mundo...

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Curiosidades científicas

· A distância entre a Terra e o Sol é de 149.600.000 Km.
· A ovelha Dolly tem este nome porque ela foi criada a partir de uma célula da glândula mamaria da mãe, e em homenagem aos grandes seios de Dolly Parton.
· A velocidade de uma bola de tênis lançada por um jogador pode chegar a mais de 200km/h.
· Acontecem 1 milhão de tremores de terra a cada ano.
· Carlos Magno, o maior soberano da Europa Medieval, só aprendeu a ler aos 32 anos de idade.
· Cerca de 14 milhões de pessoas de diferentes partes do mundo fazem aniversário no mesmo dia.
· Do século XIX até hoje, houve sete epidemias em escala mundial (pandemia) de cólera. A última delas começou há 30 anos e chegou a América do Sul em 1991, espalhando-se a partir do Peru.
· Entre as 28 mil vítimas da erupção vulcânica da montanha Pelée, na Martinica, em 1902, apenas um sobreviveu porque ele teve a sorte de ser preso na véspera. Fechado na cela mal ventilada, ficou ao abrigo dos gases asfixiantes.
· O "J", é a única letra que não aparece na tabela periódica dos elementos.
· O Sol libera mais energia em um segundo do que tudo que a humanidade já consumiu em toda sua existência.
· O forno de microondas surgiu quando um pesquisador que estudava as microondas percebeu que elas haviam derretido o chocolate que estava em seu bolso.
· Piracema é o fenômeno de subida dos peixes até as cabeceiras dos rios.
· Relâmpagos matam mais do que vulcões, furacões e terremotos.
· Se a temperatura dos continentes aumentar 1oC, a temperatura nos pólos aumentaria 10oC.
· Se as doenças do coração, o câncer e o diabetes fossem erradicados, a expectativa de vida do homem seria 99,2 anos.
· Uma gota de óleo torna 25 litros de água imprópria para o consumo.
· A monumental "História Natural" do escritor latim Plínio o Velho (I século d.C.), expõe de forma enciclopédica o saber dos tempos antigos, recolhidos por ele consultando mais de duas mil obras de autores diferentes. Plínio cita todos no primeiro dos 37 livros dos quais a obra é composta. Nela, além dos quatro livros de assunto zoológico, há uma ampla seção dedicada aos remédios obtidos dos animais, para cujo tema são dedicados 5 livros.

· A palavra "átomo" é de origem grega e deriva do verbo "témnein = cortar", com o prefixo negativo "a-"; significando portanto "indivisível". O termo foi usado pela primeira vez pelo sumo filósofo grego Demócrites (cerca de 460-370 a.C.), para indicar as partículas indivisíveis em que, segundo ele, era formada a matéria. Sendo que não havia como demonstrar cientificamente, com provas, esta sua teoria atomística, foi considerada uma simples especulação filosófica. Tiveram que passar mais de dois mil anos, antes que a teoria fosse confirmada pela ciência; o átomo é realmente um componente elementar da matéria, apesar que nos dias de hoje os cientistas tenham descoberto que o átomo é constituído, por sua vez, de partículas ainda menores.

· O "Amok" é uma doença mental que pega os habitantes de sexo masculino de algumas regiões da Ásia sul-oriental, em particular a Malásia. Quem adoece, começa caindo num profundo estado de depressão, seguido logo por uma incontrolável fúria homicida, no curso da qual o doente sai correndo, gritando e golpeando (e matando), qualquer um que lhe passa por perto. Passada a crise, ele não se lembra de nada. Uma forma análoga da doença, chamada "pibloktoq", é presente também entre os Esquimós

Curiosidades sobre lugares

A Via Láctea, galáxia onde fica o planeta Terra, tem 250 bilhões de estrelas. Só 6 mil podem ser vistas a olho nú!
A maior cordilheira do mundo é a Cordilheira dos Andes, na América do Sul, com 8 mil quilômetros.
A maior ilha do mundo fica na Groenlândia, com 2.175.600 km2.
A maior queda d'água do mundo é a Angel, na Venezuela, com 979 metros de altura.
A montanha mais alta do mundo é a Mauna Kea, no Havaí, tem 10.203 metros a partir do fundo do oceano Pacífico. Se for considerado apenas o pedaço que fica acima do nível do mar, a montanha conta com 4.205 metros.
As Pirâmides do Egito são a única Maravilhas do Mundo que sobreviveu até a atualidade.
As águas do oceano Pacífico são 5o C mais frias do que as do Atlântico.
Na Antártida, devido a maior incidência de raios ultravioletas, é possível ver blocos de gelo azuis, verdes e pretos, além de brancos.
Na Micronésia os homens não têm permissão de usar gravatas.
Na Suécia é lei que os pais não podem insultar ou envergonhar seus filhos!
Na maioria dos países europeus a idade mínima para trabalhar é a partir de 16 anos.
No pólo norte, durante o inverno, ocorrem 186 dias inteiros sem Sol nenhum.
O Deserto do Atacama, no Chile, é a região mais seca do mundo. Lá não choveu por 1571 anos!
O Japão é formado por 3.922 ilhas.
O Oceano Atlântico é mais salgado que o Pacífico.
O Oceano Pacífico tem profundidade média de 4267 metros.
O Vale dos Dinossauros, na Paraíba, é o local onde se pode encontrar o maior número de pegadas de dinossauros no mundo todo. São 505 trilhas de 51 espécies diferentes de dinossauros que habitaram essa região há 120 milhões de anos.
O World Trade Center tinha 110 andares e 417 metros de altura. O lago Pontchartrain, nos Estados Unidos, é atravessado por um viaduto que mede quase 38,5 Km de comprimento.
O lago mais profundo do mundo é o Lago Baikal, na Rússia, com 1.620 metros.
O maior golfo do mundo é o Golfo do México, com 1.502.200 km2.
O maior lago do mundo é o Mar Cáspio, entre Rússia e Irã, 372.000 km2 e 980 metros de profundidade.
O maior rio em extensão do mundo é o Rio Amazonas, com 7.025 quilômetros.
O maior vulcão do mundo é o Gallatiri, no Chile, com 6.060 metros.
O mais alto lago navegável é o Titicaca, no Peru, 3.811 metros acima do nível do mar.
O ponto mais alto da terra é o Monte Everest, no Himalaia, fronteira entre Nepal e Tibete, 8.848 metros acima do nível do mar.
O ponto mais baixo da terra é o Mar Morto, entre Israel e Jordânia. A superfície da água está 396 metros abaixo do nível do mar.
O ponto mais chuvoso da terra é o Monte Waialeale, no Havaí, com uma média anual de 11.680 mm.
O ponto mais frio do mundo é a Estação de Vostok, na Antártida, -89,2ºC (21/07/1983).
O ponto mais quente da terra é em El Azizia, na Líbia, 58ºC (13/09/1922).
O ponto mais seco da terra é o Deserto de Atacama, no Chile, sem chuvas do ano de 400 a 1971.

O primeiro shopping do mundo foi construído em 1896 nos Estados Unidos.
Veneza foi construída sobre 118 ilhas e ilhotas. A cidade italiana tem 160 canais e 400 pontes.
Os 10 maiores países do mundo
Rússia - 17.075.400 km2
Canadá - 9.976.139 km2
China - 9.561.000 km2
Estados Unidos - 9.519.666 km2
Brasil - 8.511.966 km2
Austrália - 7.682.300 km2
Índia - 3.287.590 km2
Argentina - 2.776.889 km2
Casaquistão - 2.717.300 km2
Sudão - 2.505.813 km2
Os 10 menores países do mundo
Vaticano - 0,44 km2
Mônaco - 1,89 km2
Nauru - 21 km2
San Marino - 60,5 km2
Liechtenstein - 160 km2
Maldivas - 298 km2
Malta - 316 km2
Grenada - 344 km2
St. Vicent - 389 km2
Seychelles - 404 km2
Tamanho dos continentes
Ásia - 44.250.000 km2
América - 42.191.000 km2
África - 30.264.000 km2
Europa - 9.907.000 km2
Oceania - 8.534.000 km2
As Sete Maravilhas do Mundo são:
Pirâmides de Gizé, no Egito. Estátua de Zeus Olímpico, na Grécia
Templo de Diana, na Turquia
Colosso de Rodes, na Grécia
Mausoléu de Halicarnasso, na Turquia
Farol de ALexandria, no Egito
Jardins Suspensos da Babilônia, na Iraque.
As Sete maravilhas do Mundo Moderno (As novas sete maravilhas):
Muralha da China (Perseverança, Persistência), na China.
Petra (Engenharia, Protecção), na Jordânia.
Cristo Redentor (Boas-vindas, Abertura), no Rio de Janeiro, Brasil
Machu Picchu (Comunidade, Dedicação) em Cuzco, Peru.
Chichen Itza (Adoração, Conhecimento), Yucatán, México
Coliseu (Alegria, Sofrimento) em Roma, Itália.
Taj Mahal (Amor, Paixão), em Agra, Índia.

Artigo: COISAS DO PAÍS (IV)….

Hoje resolvi “falar” do País, não por mim próprio, ou seja, socorrendo-me das minhas opiniões pessoais – que por serem opiniões de uma pessoa em concreto, são naturalmente passíveis de gerar concordâncias e discordâncias – mas publicando algumas passagens da longa entrevista que o ex-Presidente da República, Mário Soares, concedeu recentemente ao “Diário Económico”. Obviamente que ao longo dos anos tenho manifestado, no uso da minha liberdade de pensar e de discordar, divergências com muitas das posições que o ex-Secretário-Geral do PS frequentemente assumiu, particularmente em relação à autonomia regional e à Madeira. Se sem comentar estas declarações, por uma questão de princípio e de respeito, deixo algumas das declarações de Soares, através das quais ele fala do país que somos:
(…) “ Está a vislumbrar que pode haver o perigo de queda do Governo? – Mário Soares: Não o prevejo nem desejo. Mas desleixar a frente interna quando o "estado de graça" começa a passar e o eleitorado PS espera reformas progressistas e uma certa viragem à Esquerda, parece-me perigoso.
Quando alguém diz que “há pouco PS no Governo” isso decorre de um certo esvaziamento ideológico? - Mário Soares: É evidente. As ideologias estão a regressar, dado o fracasso global do neo-liberalismo. Depois, há a relação entre a política e os negócios - ou o dinheiro - que não fazem boa companhia. A honradez cívica dos homens da I República foi uma das suas forças, apesar dos erros que cometeram. A política não pode ser uma forma dos políticos "se governarem". O serviço público deve ser um exercício de moralidade. Mesmo na América do Norte - terra dos lobbies - começa a compreender-se que é perigoso misturar os negócios com a política.
Sente-se confortável com a governação? – Mário Soares: Os dois anos de Governo tiveram como objectivo fundamental reequilibrar as finanças públicas. Esse objectivo foi, de alguma maneira, conseguido. Vamos ver se está consolidado, ou não. Mas custou muitos sacrifícios, sobretudo aos mais pobres. Há um mal-estar na sociedade portuguesa que não deve ser ignorado. Há que dar razões às pessoas para acreditarem no Governo. As pessoas não protestam só porque os sindicatos as empurram. Vêm para a rua porque sentem os seus postos de trabalho em causa ou porque a saúde, a educação, a justiça ou as reformas os preocupam. São problemas sérios. Chegou a hora de tranquilizar as pessoas quanto a eles.
Nos últimos tempos acumulam-se alguns sinais de autoritarismo, a impopularidade do Executivo cresceu, o mesmo se diga da conflitualidade social. O Governo corre o risco de não chegar ao fim? – Mário Soares: Espero que não. Seria mau para a democracia e para o País que isso acontecesse. Não vejo que haja uma alternativa credível. O que é mau - repare - para o próprio Governo. Quanto ao autoritarismo, houve episódios desagradáveis, que foram muito empolados, mas que devem ser evitados e corrigidos. É talvez necessário haver mais sentido de autocrítica e menos arrogância nas respostas.
Que leitura faz dos sinais de autoritarismo? – Mário Soares: Não vejo sinais de uma cultura autoritária. Longe disso. Arrogância, sim, em certas áreas. Teóricos da Direita, esquecidos das lições do passado - e alérgicos aos partidos políticos - já se atrevem a aconselhar o Presidente da República a "preparar-se para novos governos de iniciativa presidencial". O que é isso? Esquecem-se que são os partidos que estruturam a democracia.
Falou dos partidos e não dos independentes… - Mário Soares: Sem partidos não há democracia. O regime de partido único - ou sem partidos - significa sempre ditadura. Portugal já teve a sua conta, com crimes e erros graves que o atrasaram meio século. Claro que os partidos têm que se renovar e democratizar. Não podem transformar-se em clientelas ávidas de lugares e de dinheiro. Têm que se estruturar em volta de um corpo de ideias coerente - que os distingam uns dos outros - e de princípios éticos que os orientem, inflexivelmente. Faz falta mais ideologia, mais transparência, quanto às receitas e aos gastos, e mais educação cívica e ética para o comportamento dos seus quadros e militantes.
Citando Jules Mazarin (“Breviário dos Políticos”), “quando queres dar a entender a alguém que está errado, começa por falar-lhe doutras coisas, acabando por chegar, como por acaso, aos actos que merecem reprovação. Descreve-os, então, de modo caricatural, diz todo o mal que pensas deles, mas fá-los acompanhar de circunstâncias diferentes, de modo a que a pessoa que queres aconselhar não se sinta directamente atingida. Procura que te escute de boa vontade, sem zangar-se; alegra a conversa com algumas piadas e, se de súbito o vires fazer má cara, mostra um ar cândido e interroga-o nesse sentido. Finalmente, misturando-as com considerações diversas, aborda as soluções a considerar num caso como o que te preocupa”.
Luís Filipe Malheiro

Jornal da Madeira, 31 de Agosto 2007

Artigo: Três notas

I. O vice-presidente do Governo Regional afirmou recentemente - par do pressuposto que está ultrapassado o desafio do desenvolvimento, que a Madeira tem agora um segundo desafio pela frente, “o de adaptar um novo modelo de desenvolvimento económico à nova conjuntura e às novas circunstâncias resultantes da falta de apoio do Estado e da redução dos fundos europeus”. Para o efeito, segundo João Cunha e Silva, «é preciso mudar um pouco as mentalidades e começar a ter a consciência que nenhuns dos novos desígnios são incompatíveis com a nossa realidade de arquipélago pequeno, perdido no meio do Atlântico, que luta contra a ultraperiferia que nos caracteriza e que nunca nos abandonará».
Eu creio que é bom que as pessoas com responsabilidades falem assim, com franqueza, com realismo, porque é chegado o tempo em que os políticos regionais precisam de ter, cada vez mais, maior ousadia, quer no apontar de novos rumos a seguir, quer no mobilizar dos madeirenses para uma nova era que indiscutivelmente caminha a passos largos, e que certamente terá implicações na mudança de hábitos e de algumas situações que naturalmente não poderão perdurar por mais tempo.
Sem querer ser pessimista, é bom que se tenha presente uma realidade incontornável: a Madeira, pela sua dimensão e pela sua própria realidade económica e empresarial, dificilmente poderá gerar mais receitas próprias, porque se o fizer, fá-lo-á sempre à custa das pessoas e das empresas, penalizando-as, o que neste momento me parece absolutamente contraproducente.
Por outro lado, embora a “facada” europeia não tenha sido a que inicialmente se previa, é um facto que a região ficará privada de significativos montantes, antes transferidos pelos fundos estruturais e programas comunitários. Finalmente, apesar de tudo o que se passou, incluindo a realização de eleições, lamento ter que reconhecer, pelo menos até hoje, que parece óbvio que a questão da lei de finanças regionais se mantém rigorosamente no mesmo impasse – o orçamento de Estado para 2008 será a prova final, ou não, do que afirmo – já que não me parece que exista, nem do governo socialista de Lisboa, nem do próprio Cavaco Silva – que recentemente no Algarve foi claro e não deixou dúvidas quanto ao seu pensamento sobre esta matéria – qualquer sinal de que a situação se alterará.

II. Na minha opinião, e para além de questões de conteúdo que não só o nervosismo explica, João Carlos Gouveia cometeu o erro, no discurso feito na festa socialista, de ter repetido exactamente o mesmo dos seus antecessores, particularmente de Jacinto Serrão, que nunca perceberam que, mais importante do que colocar-se ao lado de Lisboa, apenas porque agora está no poleiro um governo socialista, é preciso estar ao lado da Madeira, independentemente do facto de serem profundas as críticas políticas ao poder político regional. Uma coisa são essas divergências políticas, que existiram, existem e existirão sempre, porque não há consensos possíveis entre partidos que pensam legitimamente de forma diferente, outra coisa é considerar, por exemplo, que mais importante do que garantir recursos financeiros que a Madeira precisa, e que lhe foram sonegados por critérios politicamente adoptados com propósitos inquestionáveis, é mandar mais Polícia Judiciária e Ministério Público, como se não passássemos todos de uma corja de bandalhos à solta.
Eu não tenho nada contra o facto de JCG pensar como pensa e de estabelecer prioridades que, sendo para mim esquisitas, segundo ele são as que mais importam à Madeira e aos madeirenses. O que lamento é que João Carlos Gouveia não tivesse sido claro e conciso, naquilo que é o seu pensamento (?) quanto ao relacionamento entre o Estado e a Região, quanto ao que os Madeirenses podem esperar (se é que podem esperar alguma coisa) deste “novo” PS local, agora liderada por JCG e que presumo pretende ser alternativa ao PSD da Madeira.

III. Um amigo meu, ligado ao ramo das agências de viagens, perguntou-me há dias se eu era contra a presença das “low cost” na Madeira. Obviamente que não sou, nem tenho nada contra as companhias de baixo custo. Até o Vaticano a elas já se rendeu! Durante anos falou-se nos voos “charters” que, sem serem o que as “low cost” hoje representam, na prática constituíam uma forma de propiciar aos turistas uma conjugação de preços de viagem e de estadia nos hotéis, a baixos custos, permitindo assim um incremento da procura. Penso que a Madeira dificilmente poder-se-á aguentar, num mercado turístico cada vez mais global e fortemente concorrencial, fora da disputa das rotas cobertas pelas principais operadoras “low cost”. Por isso, nada tenho a obstar a que isso aconteça. O que eu afirmo - e nada me fará mudar de opinião – é que isso não pode, não deve, nem sequer tem que ser feito á custa da TAP. Se um dia a Madeira ficasse privada da TAP, é indiscutível que teríamos problemas bem mais graves, bem mais complexos do que aqueles que hoje existem. Além de que as “low cost”, no seu processo decisório de escolha de rotas conjugadas com a rentabilidade das mesmas, não cobrem todos os destinos turísticos europeus que nos interessam.
Luís Filipe Malheiro

Jornal da Madeira, 30 de Agosto 2007

Artigo: COISAS DO PAÍS (III)…

- Não é surpresa para ninguém que os indicadores sobre desemprego transformaram-se, ao longo dos anos, numa referência passível de algum aproveitamento político, o que também explica o interesse que os políticos dedicam a esta questão, na tentativa de evitarem que possam ser prejudicados por indicadores oficiais que nem pode ser ocultados nem creio que possam ser manipulados. Contudo há situações que ajudam a perceber as oscilações de estatísticas, que frequentemente variam de organismo para organismos: “Apenas o aumento do número de contratos a prazo para um novo máximo da década permitiu que, do primeiro para o segundo trimestre deste ano, se tivessem criado 18.900 novos empregos em Portugal. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística revelam que a taxa de desemprego passou do recorde de 8,4% nos primeiros três meses do ano para 7,9% no período de Abril a Junho, descida que, no entanto, resulta principalmente do facto de as empresas estarem a preparar neste período a época do Verão, com o consequente aumento do número de empregos com características sazonais. Nos últimos seis anos, apesar de a tendência da taxa de desemprego ser sempre de subida, apenas uma vez não se registou uma descida do indicador no segundo trimestre”. Ou seja, segundo o INE, as características dos empregos criados revela um agravamento da precariedade no mercado de trabalho português já que aumentou os que assinaram um contrato a prazo, sujeitando-se a ficar de novo sem emprego: “o número de pessoas nesta situação aumentou de 646 mil para 673 mil, representando já 17,3% do total dos empregados por conta de outrem, um novo máximo dos últimos dez anos”. Curiosamente nos chamados contratos sem termo (os mais estáveis), verificou-se uma queda de 16.200 empregos, o que revela “o receio das empresas portuguesas em aumentar a sua força de trabalho através de vínculos mais duradouros”. Quanto à taxa de desemprego de longa duração (pessoas há mais de 12 meses à procura de emprego) ela passou de 4,1 para 3,9%, sendo a taxa de desemprego entre os jovens da ordem dos 15,3%.
- Um estudo recentemente divulgado pela comunicação social, deu-nos a conhecer mais um “retrato” dos jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos. Segundo o documento, eles vão muito mais ao cinema do que a média dos portugueses, vêem menos televisão, são líderes no consumo da Internet, jogam mais futebol do que a média e também marcam pontos na apetência pelo vodka. O estudo da Marktest, divulgado no Dia Internacional da Juventude, refere que os membros deste grupo etário (15 aos 24 anos) são estudantes na sua maioria e adeptos das novas tecnologias (98,8% utilizam telemóveis e 93,1% fazem uso do computador). Os que utilizam a Internet para efectuar downloads quase triplica face à média dos residentes em Portugal Continental com 15 e mais anos, porque estes estudos “esquecem-se” das ilhas mas depois são apresentados como “estudos nacionais”…): 70% dos jovens costumam ir ao cinema, 27,3% consomem vodka e 51,1% têm uma elevada apetência por refrigerantes com sabor a cola. Os jovens vêem menos televisão, ouvem mais rádio do que a média portuguesa, sobretudo durante a tarde e noite, também jogam mais futebol do que os outros enquanto que 64% deles têm o hábito de comunicar via Messenger e 94,9% costumam ouvir música.
- O Governo Regional dos Açores anunciou que pretende apresentar, no final deste ano, “um défice zero”, facto explicado por estão asseguradas as “receitas suficientes para financiar na íntegra as despesas” da Região. Segundo o vice-presidente do executivo. “as despesas de funcionamento foram reduzidas em 813 mil euros em comparação com mesmo período do ano passado”, tendo-se verificado também um aumento de 38,4 milhões de euros no investimento público, e um aumento das receitas fiscais em 11,1 milhões de euros, com destaque para as receitas sobre o lucro das empresas que cresceu mais 32%”. Sérgio Ávila esclareceu que “o decréscimo das despesas de funcionamento da administração pública não incluiu as transferências para o Serviço Regional de Saúde que aumentaram em 7 milhões de euros”. A dívida directa da região não registará qualquer aumento no corrente ano, pelo que os Açores não recorrerão a qualquer empréstimo, pelo quinto ano consecutivo, “cumprindo assim os seus compromissos no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE”. As despesas de capital, que incluem a aquisição de automóveis, imóveis, mobiliários e outros equipamentos, reduzirão este ano uma redução de 26,7%. A cobrança do IRS superou em 3,7 milhões de euros o valor orçamentado. No meio de tudo isto o membro do governo açoriano esqueceu-se de uma questão importante, fundamental até: de dizer qual foi o montante das transferências feitas este ano para os Açores ao abrigo da nova lei de finanças regionais e qual a diferença dessas transferências relativamente ao ano anterior?
Luís Filipe Malheiro

Jornal da Madeira, 29 de Agosto 2007

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Artigo: A “tribo”...

Durante mais de 20 anos, fiz parte de uma “tribo” – como uma pessoa amiga com frequência me refere – da qual me orgulho e da qual guardo saudades. Fiz parte de uma “tribo” onde conheci gente de extraordinária elevação e competência, muitos deles já partiram, mas aos quais a todos sem excepção, recordo. Fiz parte de uma “tribo” que primava então por laços de solidariedade pessoal e de amizade que não eram questionados, que ferozmente defendíamos, e que julgo não serem comparáveis aos que hoje existem, já que as regras do jogos e foram alterando ao longo dos anos, a disputa concorrencial é maior, a própria instabilidade profissional é inegável, etc., pelo que o relacionamento pessoal acaba por deixar-se influenciar por disputas que não deveriam ter nada a ver com essa solidariedade corporativista, que não me incomoda, pelo contrário, que entendo deveria ser cada vez mais consolidada. Fiz parte de uma “tribo” de gente séria – tal como todas as “tribos” não há apenas gente perfeita, pois qualquer humano comete erros – que pensava de forma muito diferente, na qual existiam opções divergentes, mas que tinha princípios deontológicos e que, pelas contingências da própria história, política e social, do país e da região, passou por uma tremenda mudança na sociedade regional, por uma revolução que chegou a atingir um extremismo tal em que o respeito pelos outros quase que se perdia. Sem ser procurador – porque não quero, não devo, nem posso – dessa “tribo”, hoje substancialmente alterada na sua estrutura, mais numerosa, mais qualificada, mais diversificada quer em sexo e idade, mas porventura mais dispersa e, parecendo de quando em vez menos solidária, continuo a sentir hoje uma grande repulsa em envolver-me em ataques, muitos deles fruto de uma relação amor-ódio que existiu, existe e existirá sempre, entre jornalismo e política e que, inevitavelmente, acaba por condicionar o próprio exercício da actividade profissional. Mas, bem vistas as coisas, os políticos não passam sem a comunicação social, porque sem o recurso aos meios de comunicação, não existem políticos conhecidos. Alguém concebe a política sem comunicação social? Alguém concebe a actividade partidária, a actividade governativa, as campanhas eleitorais, os tempos de antena, a divulgação de propostas e/ou documentos, sem jornalistas, sem a comunicação?
Eça de Queiroz (”A Correspondência de Fradique Mendes”), dizia que “nas nossas democracias a ânsia da maioria dos mortais é alcançar em sete linhas o louvor do jornal. Para se conquistarem essas sete linhas benditas, os homens praticam todas as acções – mesmo as boas (...) Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam (...) O jornal exerce todas as funções do defunto Satanás, de quem herdou a ubiquidade; e é não só o pai da mentira, mas o pai da discórdia”. No fundo indo ao encontro de Mohandas Gandhi (”Memórias”), para quem a imprensa “é uma grande potência, mas como uma torrente em fúria submerge a planície e devasta as colheitas, da mesma forma uma pena sem controlo serve para destruir. Se o controle vem do exterior, o efeito é ainda mais nocivo do que a falta de controlo; só pode ser aproveitável se for exercido interiormente”.
Obviamente que não reivindico uma “tribo” perfeita. O perfeccionismo não existe. Nem no jornalismo, n em na política. Sabemos que em todas as “tribos”, há desvios, há erros, há comportamentos pouco dignificantes e nada exemplares. Mas a regra não pode ser alterada pela excepção, por uma ou várias poucas excepções. O presente e o futuro do jornalismo tem muito a ver com a credibilidade que se conquista, com o respeito pela verdade, pela preservação de uma postura de total distanciamento em relação aos factos e aos seus protagonistas. Um meio de comunicação social, público ou privado, jornal ou televisão, rádio ou revista. Encontra receptividade junto das pessoas se conseguir manter um padrão ético, se tiver presente que a liberdade de imprensa, com todos os seus defeitos e virtudes, certamente muitas mais virtudes que defeitos, é um dos pilares fundamentais de qualquer regime democrático. Johann Wolfgang von Goethe (“Máximas e Reflexões") é conhecido pela forma viole ta como lidava com a comunicação social, particularmente com a imprensa, embora suscitando a reflexão: “só quando se passa alguns meses sem ler os jornais e depois se lêem todos em conjunto é que nos damos conta do tempo que perdemos com essa papelada. O mundo andou sempre dividido em partidos – hoje mais que nunca – e o jornalista, sempre que se prolonga uma situação indefinida, trata de seduzir este ou aquele partido, alimenta dia após dia a sua inclinação ou a sua repulsa por cada uma das facções, até que chega finalmente o momento em que os factos se decidem. E o acontecimento passa então a ser admirado como se fosse coisa divina.”

Carlos Daniel, jornalista da RTP, e conhecido adepto do FC do Porto, dizia recentemente que o “Carlos Daniel enquanto jornalista pugnava pela independência e pelo respeito escrupuloso da ética e da deontologia, embora as pessoas saibam que o Carlos Daniel enquanto cidadão, tem as suas opções clubistas”. O problema reside aqui, nas pessoas acreditarem que o Carlos Daniel, enquanto profissional da comunicação social, é um exemplo de isenção e de distanciamento, como de facto sempre se tem revelado. É como ir à lota comprar peixe e ter que escolher ou em função das suas preferências, ou ser “manipulado” pelas sugestões do vendedor que certamente procurará vender-lhe o peixe que ele quer vender, independentemente da sua preferência e interesse. Julgo que é esta perspectiva que, na política, não é vista de uma forma tão consistente. Um jornalista politicamente “marcado”, e basta ter sido assessor de um ministro X de um governo Y, apoiado pelo partido Z. Não me repugna rigorosamente nada que um jornalista nestas condições, porque foi convidado a exercer funções no âmbito da sua especialização e do seu conhecimento profissional, regresse à actividade profissional anterior, desde que pautando o seu exercício por conduta e normas essenciais e que rigidamente devem ser observadas.
Luís Filipe Malheiro
Jornal da Madeira, 28 de Agosto 2007

Bush estimulante

Eric Clapton - Tears in Heaven

Gregorian - Tears in Heaven

Gregorian - I Still Haven´t Found what i´m Looking for

U2 - I Still Haven't Found What I'm Looking For live Milan

U2 - Where The Streets Have No Name

U2 - With Or Without You

Sarah Brightman and Steve Harley

Sarah Brightman & Antonio Banderas - The Phantom Of The Opera

Time To Say Goodbye Andrea Bocelli & Sarah Brightman

Tsunami


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***

Struck in tsunami

Space Shuttle Challenger disaster

Grandes Previsões do Mestre Alves falharam...

unar Legacy Episode 1, Part 1 (Did we land on the moon?)

O menino judeu que se tornou mascote dos nazis

Marc Kurzem cresceu a ouvir o pai contar histórias: como chegou à Austrália aos 15 anos apenas com uma velha mala castanha e como trabalhou com elefantes num circo. Mas houve uma história que Alex Kurzem nunca contou. Durante 50 anos, este judeu escondeu de todos que aos cinco anos foi "adoptado" pelos nazis. Só em 1997, decidiu revelar o passado e reconstruir o percurso que o levou da aldeia natal na Bielorrússia, então parte da URSS, até Melbourne - agora editado em livro pelo seu filho.Em A Mascote, Marc Kurzem conta como o pai fugiu da sua aldeia perto de Minsk a 20 de Outubro de 1941, dia em que esta foi invadida pelos nazis. "Lembro-me de os alemães alinharem os homens na praça principal para os executar", explicou Alex Kurzem, em entrevista à BBC. O septuagenário (desconhece a sua idade exacta) explicou que a mãe lhe disse que o pai tinha morrido e que "íamos todos ser assassinados". Foi nessa noite que decidiu fugir.Do alto de uma colina, o menino viu a mãe e os irmãos serem mortos, bem como todas as mulheres e crianças da aldeia. Terminado o tiroteio, Kurzem, cujo nome verdadeiro é Ilya Galperin, refugiou-se na florestaApós nove meses a vaguear, a criança foi entregue à polícia letã que veio a integrar as SS, o corpo de elite nazi. Kurzem ainda recorda como deve a vida a um militar que, no dia em que se preparavam para executar os prisioneiros, decidiu salvá-lo apesar de saber que era judeu. "Vens comigo, vou dar-te outro nome e dizer que és um órfão russo", terá dito o sargento Jekabs Kulis Kurzem passou então a ser apresentado como "o mais jovem nazi do Reich" e até recebeu um uniforme feito à sua medida. "Davam-me pequenos trabalhos - engraxar sapatos, carregar água, acender fogueiras", recorda. O seu ar ariano - louro de olhos azuis - ajudou a manter o embuste. Em 1944, com a derrota cada vez mais perto, os nazis entregaram o rapaz a uma família letã. Cinco anos depois, chegava à Austrália, onde viria a trabalhar na reparação de televisores. Em declarações ao diário australiano The Age, o homem disse perceber os que gostariam de o ouvir dizer que odeia os nazis, mas "eu não odeio ninguém". (fonte: HELENA TECEDEIRO, DN de Lisboa)

Política ou negócio?

A pergunta que serve de título principal a este trabalho tem a resposta que se lhe queira dar. Como se percebe lendo os vários depoimentos recolhidos, há opiniões para todos os gostos. O ponto de partida é, ainda assim, consensual: ninguém contesta que os políticos portugueses são efectivamente mal remunerados quando comparados com os quadros de topo da privada - como Paulo Macedo desassombradamente lembrou na entrevista que publicámos na última edição. Mas já ninguém se atreve a dizer que €5000 (ou mesmo €3500, que é quanto aufere um deputado) é um mau ordenado num país cuja média salarial, segundo os dados oficiais, é de €700. Esse é, de resto, o argumento avançado pelos políticos em funções para, sincera ou calculadamente, se recusarem a abordar um assunto controverso (e com previsíveis custos eleitorais). Ainda esta semana o ouvi, em privado, a um ministro. Que aliás acrescentou que, num momento em que se pedem sacrifícios aos contribuintes, seria no mínimo imoral propor o aumento do vencimento dos políticos. Acresce que há uma componente não tangível na remuneração dos políticos. A seu tempo, aqueles que cessam funções públicas e resolvem (seguindo o conselho de Mário Soares) ir ‘governar-se’ para a privada, não se dão mal. Vista desta forma, a carreira política é como um investimento em bolsa: pode até perder-se dinheiro no imediato, mas a perspectiva de lucro, a médio prazo, é sempre atraente. O que muito provavelmente explica a razão pela qual nunca um partido deixou de concorrer a eleições por falta de candidatos. Não é, pois, expectável que as coisas mudem. Até porque, apenas três meses depois de tomar posse, este Governo mereceu o aplauso generalizado por ter cortado num conjunto de privilégios dos titulares de cargos políticos, nomeadamente a possibilidade de acumulação de reformas públicas e privadas e as subvenções vitalícias. Fui das que aplaudi. A actividade política é, por definição, serviço público e espírito de missão. No dia em que deixar de o ser, já não falaremos de política. Mas de negócio. (fonte: Expresso)

Quanto vale um político?

Paulo Macedo, director-geral dos Impostos, pôs o dedo na ferida. Não é o seu salário (21.236 euros) que é extraordinário; é o primeiro-ministro que ganha mal. De facto, em Portugal, a classe política - incluindo os titulares dos cargos mais importantes da hierarquia do Estado - aufere rendimentos muito inferiores aos dos gestores de topo de empresas privadas ou de capitais públicos. Deve esta situação ser corrigida? As opiniões dividem-se: Almeida Santos e Eduardo Catroga defendem que com fracas remunerações só os menos capazes se sentem atraídos pela política. Miguel Cadilhe considera que só os melhores merecem ganhar mais. Já Mário Soares entende que um cargo político é uma honra e um serviço à comunidade e que o momento não se presta a alterações nos vencimentos. Pina Moura - que recentemente renunciou ao cargo de deputado em troca do lugar de presidente do Conselho de Administração da Media Capital, a convite da Prisa - refere que “em todo o mundo, as actividades de alto nível de gestão são muito mais bem pagas do que os cargos políticos de primeira linha”. Acontece em Espanha, por exemplo, e também nos Estados Unidos, “onde o Presidente Bush ganha pouco, tendo em conta a tabela salarial americana”, afirma o ministro da Economia do primeiro Governo de António Guterres (1995/99), destacando, contudo, que no nosso país esta desproporção é “mais notória”. Resultado: os efeitos perversos do desequilíbrio salarial são mais acentuados entre nós, “contribuindo para afastar potenciais interessados na carreira política”, conclui. O aumento das remunerações dos titulares de cargos políticos é uma das saídas possíveis para o problema, aventa Pina Moura, embora reconheça que a medida possa ser bastante discutível. “Em Inglaterra, Tony Blair foi muito contestado por ter subido consideravelmente os salários dos membros do Governo. E, mesmo assim, estes ficaram aquém dos ordenados dos gestores privados. Em qualquer parte do mundo, ser político é uma espécie de contributo para o serviço público”, remata. Garantir que os mais qualificados enveredem pela carreira política sem uma retribuição compatível é uma utopia na opinião de Eduardo Catroga, ministro das Finanças de Cavaco Silva, entre 1991 e 95. Catroga confessa-nos que só aceitou ser ministro “quando tinha a situação financeira resolvida”. Dez anos antes, foi convidado por diversas vezes e acabou por recusar porque o salário não era minimamente atractivo, acrescenta. “Nem sempre estamos em condições de fazer sacrifícios”, justifica. Catroga não tem dúvidas: “As remunerações do Presidente da República e do primeiro-ministro estão subavaliadas e não correspondem à responsabilidade das suas funções. O processo sucede-se em cadeia para ministros, secretários de Estado e deputados”. A solução, em seu entender, passa por um aumento generalizado dos salários, de forma diferida (a entrar em vigor em futuros mandatos), “para evitar que se diga que os políticos se estão a auto-atribuir melhores vencimentos”. Para este antigo governante, o peso da alteração das remunerações de topo poderia ser contrabalançado com a redução do número de deputados e de cargos de nomeação política. “É preciso romper este ciclo vicioso, em que só os menos capazes se sentem atraídos pela política”, preconiza.
António Almeida Santos, antigo presidente da Assembleia da República, subscreve inteiramente a afirmação de Catroga. Enquanto autor da lei que estabeleceu o vencimento do Presidente da República (e demais regalias de um ex-chefe de Estado) e, posteriormente, da lei de remuneração dos cargos políticos (entretanto actualizadas), é de opinião que “não é com os políticos que o Estado deve poupar dinheiro”. Para o presidente do PS, “se não existir uma retribuição justa, a classe política passa a ser preenchida pelos mais necessitados e não pelos melhores”. Razão por que aprovou a atribuição de um subsídio mensal vitalício para os deputados: “Era um estímulo que fez com que muita gente qualificada se interessasse pelo Parlamento”, explica. O corte deste suplemento, decidido pelo actual Governo, vai fazer com que “os futuros deputados ainda tenham menos qualidade do que os actuais”, vaticina. Almeida Santos não resiste a fazer uma comparação: “O erro de um gerente bancário não tem reflexos no país comparáveis aos de um erro cometido por um governante”, afirma. E deixa um recado: “Por este andar, a classe política não ficará mendicante, mas muito desvalorizada. Deve haver estímulos para que a competência caminhe a par da política”. Miguel Cadilhe não só concorda com aumentos, como acha que “o momento certo (para terem lugar) está muito atrasado”. O ministro das Finanças de Cavaco Silva (1985/90) e presidente da Agência Portuguesa para o Investimento (API) entre 2002 e 2005 considera que “os políticos de qualidade estão pessimamente remunerados, enquanto os medíocres (muitos) recebem principescamente”. De qualquer modo, os que se encontram no topo da hierarquia do Estado “devem ser muito bem pagos, para assumir as responsabilidades com o máximo de dedicação e suportar adversidades como a devassa da vida privada”, sustenta. Cadilhe defende ainda a instauração de um sistema que permita distinguir os bons dos maus políticos, embora reconheça que, objectivamente, “é difícil fazer esta discriminação positiva, até porque existe cada vez menos gente de qualidade nos lugares cimeiros”. A produtividade poderá ser um factor a ter em consideração no cálculo do vencimento, mais facilmente quantificável no caso dos deputados - número de horas de dedicação integral e exclusiva, trabalhos nas comissões, etc. -, tal como a actividade dos autarcas é escrutinada pelos eleitores de quatro em quatro anos. Já o trabalho de um membro do Governo é menos visível, explica. Mário Soares tem uma visão bem distinta do assunto. Embora admita que os políticos portugueses são mal remunerados (“comparativamente ao que recebem os europeus, norte-americanos e alguns da América Latina”), o antigo Presidente da República entende que “quando se estão a pedir pesados sacrifícios ao funcionalismo e aos trabalhadores do sector público e privado, é uma questão de bom senso não mexer nos vencimentos da classe política”, acrescentando que este “seria o pior momento para o fazer”.
Soares não embarca na tese de que os políticos portugueses são inferiores a outros profissionais. “Não penso que a qualidade da nossa classe política seja inferior à de qualquer outra classe: empresarial, negocial, das chamadas profissões livres, etc. Isso faz parte da campanha sistemática que hoje se faz contra a política, os políticos e os partidos. Para tentar diminuir a democracia e os partidos. Sabemos todos onde isso conduz...”, declarou ao Expresso. De resto, como adianta, “geralmente os melhores não se distinguem pelos honorários que auferem. Isso é uma visão economicista da vida”. Soares acha que os políticos devem considerar os cargos que exercem (por eleição popular ou por nomeação) “como uma honra, uma função que desempenham ao serviço da comunidade e do bem-estar dos seus concidadãos”. “Quem quer ganhar dinheiro - e como se diz popularmente, ‘governar-se’ - não deve ir para a política: deve ir para os negócios. Com toda a legitimidade, aliás”, afirma. “Mas fazer negócios através da política chama-se tráfico de influência, que é uma imoralidade e um crime, absolutamente contrário à ética republicana em que acredito”,
sentencia.
0,28%

seria o peso dos ordenados da classe política (apenas administração central) na rubrica do Orçamento do Estado destinada à Função Pública se o Governo decidisse quadruplicar a sua remuneração. Actualmente, os políticos custam ao Estado pouco mais de 16 milhões de euros, que corresponde a 0,07% do peso salarial da Função Pública: 21 mil milhões de euros;

Governo cortou “privilégios injustificados”
Em tempo de austeridade, José Sócrates entendeu que o exemplo devia vir de cima e pôs fim a algumas mordomias da classe política. A argumentação era inatacável: como poderiam ter “moralidade” para exigir sacrifícios aos outros cidadãos, se eles próprios não fossem rigorosos e contrariassem a ética republicana? Em 8 de Junho de 2005 - no terceiro mês de governação socialista - o Conselho de Ministros aprovou uma Proposta de Lei que impôs o fim das subvenções vitalícias e do subsídio de reintegração que até então vigorava. Esta primeira medida atingiu sobretudo deputados e autarcas. Mas o Executivo não se ficou por aqui: o mesmo diploma restringiu as condições de acumulação, pelos autarcas, do respectivo vencimento com as remunerações inerentes ao exercício de funções em entidades do sector público empresarial participadas pelo respectivo município. E como os membros do Governo não podiam ser excepção, aquela Proposta de Lei introduziu ainda limites à possibilidade de acumulação pelos titulares de cargos políticos do respectivo vencimento com as prestações a que eventualmente tivessem direito na qualidade de aposentados, pensionistas, reformados ou reservistas. Quem estivesse nesta situação tinha de optar entre um terço do vencimento-base ou, em alternativa, um terço da pensão de aposentação. Nesta toada de contenção, só os salários escaparam aos ‘cortes’. (fonte: Isabel Oliveira e outros, Expresso)

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

China tenta reduzir nuvem cinzenta que cobre Pequim

Há menos 1,3 milhões de automóveis a circular desde ontem nas ruas de Pequim. Trata-se de uma operação que visa diminuir a poluição e o trânsito em fase de aquecimento para os Jogos Olímpicos de 2008. A iniciativa durará quatro dias e os responsáveis alegam que reduzirá em 40 por cento a emissão de gases poluentes, numa cidade onde são registados cerca de mil carros novos por dia, informou a Reuters. A medida está incluída num plano em que foram previstos gastos na ordem dos 9 mil milhões de euros em acções como o tratamento de água, a melhoria da rede pública de transportes e o fecho e transferência de fábricas, após 30 empresas terem sido colocadas na primeira lista negra chinesa de violadores do ambiente. Alguns desportistas afirmaram que viajarão para Pequim o mais tarde possível para evitar a exposição ao ar saturado. A nuvem de fumo sobre a cidade pode reduzir a visibilidade a poucas centenas de metros e, se os níveis de poluição se mantiverem, é possível que alguns eventos dos Jogos Olímpicos sejam adiados, adiantou o presidente do Comité Olímpico Internacional, Jacques Rogge, informava a BCC a semana passada. O especialista crê que reduzir uma poluição de anos requer um plano de longa duração e não acções tão curtas. "Ficaria espantado se houvesse progressos significativos", confessou. Mas o maior receio, declarou um especialista da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michal Krzyzanowski, é que a poluição cause problemas de saúde à população, visitantes e atletas. (fonte: Publico)

Etiópia Como a Mossad salvou a vida de milhares de judeus

Um espião israelita conta num livro os segredos das operações Moisés e Salomão. "Fomos o único país ocidentalizado que foi buscar africanos para os libertar e não para os escravizar". Na década de 1980, enquanto outros espiões israelitas perseguiam inimigos árabes por toda a Europa, Gad Shimron foi para a África profunda numa missão secreta para salvar vidas. Milhares de judeus etíopes tinham fugido do conflito na Eritreia apenas para ficarem alojados em campos apinhados no vizinho Sudão. Shimron, então um jovem operacional da Mossad, foi enviado para um Estado muçulmano com o propósito de encontrar uma maneira de levar os refugiados para Israel. O resultado da sua missão, que tinha o nome de código Brothers (Irmãos), tornou-se uma moderna lenda sionista. Para Shimron, foi uma mistura emaranhada de humanidade e risco sobre a qual, uma geração depois, ele escreveu um livro com a rara aprovação do censores israelitas. "O sentimento é o de que o Sudão foi um dos nossos melhores momentos, a mobilização de todo o establishment de defesa para um objectivo verdadeiramente altruísta," diz à Reuters Shimron, agora com 57 anos, numa entrevista para promover a edição inglesa de Mossad Exodus. "Fomos o único país ocidentalizado que foi buscar africanos para os libertar e não para os escravizar." Outros grupos de africanos foram encorajados a deixar os seus países em situações de emergência, mas esta migração pretendia realojar judeus etíopes na sua terra ancestral. Dezenas de milhares mudaram-se para Israel durante a Brothers e outras operações clandestinas. Actualmente, a comunidade de judeus etíopes em Israel ascende a cerca de 100 mil, embora a sua integração seja por vezes dificultada pela burocracia estatal e alegações de discriminação racista. Quando Shimron e uma pequena equipa da Mossad viajou para Cartum em 1981, fazendo-se passar por empresários de uma agência de viagens suíça, contavam com a bênção do então primeiro-ministro israelita Menachem Begin - ele próprio um polaco que fugiu as nazis durante o Holocausto. A Mossad adquirira uma velha estância, na costa de Port Sudan, que Shimron e os seus colegas renovaram e encheram de funcionários locais. Era uma fachada, mas muito bem sucedida, o que atraiu a atenção de estrangeiros amantes do mergulho e da pesca desportiva. "A maioria das operações da Mossad perdia dinheiro mas nós fizemos um pequeno lucro", contou Shimron. "Tivemos de inventar uma série de pretextos para levar a cabo o nosso verdadeiro trabalho, como festas em Cartum, aprovisionamento de víveres, todo o tipo de coisas."
Um país hostil
De 1982 a 1984, a partir de instruções via rádio chegadas de Telavive, os israelitas viajavam entre a estância e as áreas interiores onde haviam localizado 800 judeus etíopes. Viajando de noite por estradas esburacadas, a distâncias de 440 quilómetros, sempre conscientes do facto de se encontrarem num país profundamente hostil ao Estado judaico, os homens da Mossad levaram centenas de refugiados para uma praia, onde eles eram recolhidos por comandos navais israelitas e transportados por ferry até ao seu novo lar nacional. "Ainda me lembro como era a aparência deles na caixa de carga dos camiões, pálidos e andrajosos, velhos e crianças agarrados uns aos outros em busca de apoio. Olhavam para nós espantados, com uma confiança total, e nunca se queixaram", recorda Shimron. Houve muitos problemas. Um dos sócios de Shimron foi detido pelas forças de segurança sudanesas, e só conseguiu escapar através da vidraça de uma esquadra. Noutra ocasião, um dos camiões de Shimron - na altura vazio - foi mandado parar pela polícia. O anterior condutor do veículo tinha passado por um checkpoint. "Felizmente, o polícia em questão tinha uma imaginação muito machista, e alegava ter alvejado o camião quando o motorista se recusara a parar. Fiz-lhe notar a ausência de buracos de balas na viatura, e ele deixou-me ir embora". Contratempos como este e o abrandamento do ritmo das evacuações por mar persuadiram Israel a tentar algo mais dramático. Altos responsáveis de Cartum foram subornados para "virarem a cara para o lado" quando vissem aviões de carga israelitas a voar para bases no deserto onde iriam buscar os restantes refugiados. Posteriormente, Israel foi buscar mais 22 mil judeus etíopes, em pontes aéreas conhecidas como Operação Moisés e Operação Salomão. Assimilar os recém-chegados de Áfrca também não aconteceu sem reveses. Alguns queixaram-se de ter sido abandonados a uma vida de pobreza nas margens da sociedade israelita. Eclodiram motins quando se soube que o Ministério da Saúde tinha uma política de deitar fora o sangue doado pelos imigrante etíopes - por receio de contaminação. Milhares de etíopes, muitos deles com dificuldades em provar a sua ascendência judaica no âmbito das restritas directivas estabelecidas pelo Rabinato Ortodoxo, ainda esperam autorização para viverem em Israel. No final de 2008, prometem as autoridades, já todos se terão mudado."Os etíopes com os quais me mantive em contacto não lamentam ter vindo para Sião", apesar das dificuldades", assevera Shimron (fonte: Dan Williams, Reuters, Jerusalém, in Publico)

Principales huracanes en América y el Caribe desde 1980

Estas es la relación de los principales huracanes que desde 1980 han pasado por América y el Caribe:
- Agosto 1980.- El huracán "Allen" causa en el Caribe un centenar de muertos y 200.000 evacuados.
- 28 septiembre 1980.- El ciclón "Herminia" deja en México 30 muertos y 175.000 damnificados.
- Septiembre 1984.- El huracán "Odilia" causa en Acapulco (Guerrero, México) 40 muertos y centenares de desaparecidos.
- Noviembre 1985.- El huracán "Kate" a su paso por el Golfo de México, Panamá, Cuba, Jamaica y Florida (EEUU) ocasiona 15 muertos y miles de evacuados.
- 10 septiembre 1988.- El huracán "Gilbert" afecta al sudeste de México, Jamaica, Guatemala, Nicaragua, Texas (EEUU) y Cuba con 350 muertos y 8.000 millones de dólares en pérdidas.
- Octubre 1988.- El huracán "Juana" causa 340 muertos y medio millón de damnificados en Nicaragua.
- 16 de septiembre de 1989.- El "Hugo" ocasiona en Puerto Rico una decena de muertos y 600 millones de pérdidas.
- 23/26 agosto 1992.- El huracán "Andrews" pasa por el archipiélago de Bahamas, Florida y Louisiana (EEUU) y deja 44 muertos y 30.000 millones de dólares en daños materiales.
- 16/23 septiembre 1993.- El huracán "Gert" se ceba con Honduras y Nicaragua donde causa 100 muertos y deja 200.000 damnificados. A su paso por México causó 29 muertos, 125 desaparecidos y 50.000 damnificados.
- 3/5 octubre 1995.- El huracán "Opal" azota las costas del Golfo de México y a su paso por Florida, Alabama y Georgia (EEUU) ocasiona 35 muertos y 150.000 damnificados.
- 13/16 octubre 1995.- El huracán "Roxana" toca el Golfo de México y los estados de Tabasco, Campeche, Yucatán y Quintana Roo donde origina 21 muertos, 22 desaparecidos y 40.000 damnificados.
- 28 julio 1996.- El huracán "César" a su paso por Centroamérica deja 60 muertos, 12 heridos y 60 millones de dólares en pérdidas.
- 10 septiembre 1996.- El huracán "Hortensia" atraviesa Puerto Rico y mata a 14 personas mientras 10 desaparecen y 2.000 son evacuadas.
- 17 octubre 1996.- El huracán "Lili" azota Honduras y Cuba con seis muertos y 2.000 damnificados. 500 millones de dólares en pérdidas materiales en Cuba.
- 20 noviembre 1996.- El huracán "Marco" toca Honduras, Guatemala y Costa Rica con el resultado de 12 muertos.
- 9 octubre 1997.- El huracán "Pauline" llega a Ciudad de Acapulco y atraviesa los estados de Chiapas y Oaxaca con 210 muertos y 150.000 damnificados.
- 21-26 septiembre 1998.- El huracán "Georges" causa la muerte de más de 350 personas a su paso por Haití y la República Dominicana (donde se produjeron la mayoría de las víctimas), Cuba, Puerto Rico y el sur de Florida. Daños valorados en millones de dólares y centenares de miles de personas damnificadas.
- 26-31 octubre 1998.- El huracán "Mitch", el peor del siglo, provoca más de 10.000 muertos, 12.000 desaparecidos, unos 3 millones de damnificados y enormes daños materiales en Centroamérica. Honduras y Nicaragua, los países más afectados, aunque Guatemala, El Salvador, Panamá, Costa Rica y Belice también sufrieron graves daños.
- 6/7 septiembre 1999.- El huracán "Greg" deja once muertos y miles de damnificados en los estados mexicanos de Oaxaca y Michoacán y en la Ciudad de México.
- 14/16 septiembre 1999.- El huracán "Floyd" ocasiona cuarenta y cinco muertos en una amplia franja del noreste de EEUU, sobre todo en Carolina del Norte y Nueva Jersey.
- 21 febrero 2000.- El huracán "Carlotta" causa ocho muertos en México y 10.000 afectados en los estados de Chiapas, Tabasco y Guerrero.
- 26 septiembre 2001.- El huracán "Juliette" deja seis muertos y miles de damnificados en varios estados de México. Los más afectados son Chiapas, Guerrero y Oaxaca, en el sureste, y Michoacán, Colima, Jalisco, Sinaloa y Zacatecas.
- 9 octubre 2001.- El huracán "Iris" causa 23 muertos y más de 100.000 evacuados con daños a centenares de casas a su paso por Centroamérica y México. Los países más afectados fueron Belice, donde murieron 20 pasajeros de un barco turístico, Guatemala, con un muerto, y México, con otros dos.
- 2-5 noviembre 2001.- El huracán "Michelle" ocasiona seis muertos, catorce desaparecidos y 27.179 damnificados en Honduras. A su paso por Nicaragua, "Michelle" deja seis muertos, doce desaparecidos y 5.636 damnificados. En Cuba causó cinco muertos y más de 700.000 evacuados, y supuso el mayor desastre natural en la isla en más de medio siglo.
- 18-19 septiembre 2003.- El huracán "Isabel" causa veintiocho muertos y daños superiores a los 2.000 millones de dólares en la costa Este de Estados Unidos.
- 13-14 agosto 2004.- El huracán Charley ocasiona 27 muertos, cuatro de ellos en Cuba y 23 en Florida (EEUU), cientos de miles de damnificados y daños valorados en 17.500 millones de dólares.
- 7 septiembre 2004.- El huracán "Frances", que asoló las islas Bahamas y Florida (EEUU) y también alcanzó Georgia, origina 16 muertes.
- 10-15 septiembre 2004.- El huracán "Iván", el sexto ciclón más fuerte hasta la fecha en el Atlántico, deja 82 muertos a su paso por el Caribe, el sur de EEUU y norte de Venezuela. La mayor parte de las víctimas eran de Granada y Jamaica.
- 12 julio 2005.- El huracán "Dennis" deja 45 muertos, 16 desaparecidos y 15.000 damnificados en Haití, donde llegó tras causar 8 muertos en el sureste de EEUU. En Cuba, "Dennis" ocasionó 16 muertes y daños materiales superiores a los 1.400 millones de dólares.
- 18 julio 2005.- El huracán "Emily" deja 5 muertes en Jamaica y uno en Granada.
- 25-29 agosto 2005.- El huracán "Katrina" inunda amplias zonas de Luisiana, Misisipi y Alabama, donde causa al menos 1.833 muertos y daños que superan los 63.000 millones de euros. Nueva Orleáns quedó inundado en un 80 por ciento hubo más de 1,5 millones de damnificados.
- octubre 2005.- El huracán "Stan" deja al menos 670 muertos y 850 desaparecidos en Guatemala, 69 muertos en El Salvador, 49 en el sur de México, 9 en Nicaragua, 4 en Honduras y 2 en Costa Rica, además de miles de damnificados. Según la ONU, los muertos en toda Centroamérica serían unos 2.000.
- 28 octubre 2005.- El huracán "Wilma" causa 22 muertos en el sur de Florida, tras inundar La Habana (Cuba) y causar seis muertos en la Península de Yucatán (México). (fonte: EFE)

Irão: Khomeiny terá banido a frase 'Morte à América'

Akbar Hachémi Rafsandjani, antigo presidente do Irão e alto responsável do país, revela no novo volume das suas memórias que o fundador da República Islâmica, o ayatollah Khomeiny, se preparava para banir o uso da tradicional palavra de ordem "Morte à América".Chefe do Conselho do discernimento - órgão de arbitragem entre o Parlamento e o Conselho dos Guardiãos - , Rafsandjani revela no V volume das suas memórias que, em 1984, quando era presidente do Parlamento, um deputado lhe sugeriu que fossem "banidas as palavras de ordem 'Morte à América' e 'Morte à União Soviética'". "Disse-lhe: 'foi tomada uma decisão de princípio e o imã [Khomeiny] aprovou-a, mas esperamos o momento oportuno", escreve Rafsandjani.Recorde-se que, entre 1980 e 1989, o Irão estava em guerra com o Iraque, conflito iniciado pelo regime de Saddam Hussein e que os EUA apoiavam. Daí que Teerão tivesse de esperar por um momento mais adequado para abandonar a sua retórica de ódio contra Washington. O ano de 1980 ficou marcado pelo sequestro dos diplomatas americanos em Teerão, o que levou os EUA a cortarem as suas relações com o Irão.A revelação de Rafsandjani, um conservador pragmático, caiu mal entre os ultraconservadores que lhe pediram para "corrigir o seu comportamento". Os ultraconservadore acusam ainda Rafsandjani, que foi conselheiro do ayatollah Khomeiny, de estar a usar a informação privilegiada que adquiriu quando trabalhava com o fundador da República(fonte: LUMENA RAPOSO, KDN de Lisboa)

Mercer lança estudo anual sobre os salários dos CEO das grandes empresas dos EUA

A tendência para uma compensação responsável dos executivos continua a ganhar defensores à medida que as novas regras nos EUA exigem que as empresas revelem o valor da compensação, benefícios e privilégios. Enquanto a variação média da compensação direta total de um executivo (salário, bônus e incentivos de longo prazo) foi de 8,9%, o rendimento bruto empresarial aumentou em 14,4%, de 13% em 2005, e a rentabilidade total do acionista foi de 15,1%, mais do que duplicando a rentabilidade de 6,8% de 2005. As empresas receberam a mensagem que o pagamento deve estar alinhado ao desempenho: mais de metade das empresas atribuíram ações por desempenho (“performance shares”) - ações atribuídas apenas se os objetivos de desempenho forem atingidos - de acordo com o Estudo de Compensação de CEO 2006 da Mercer Human Resource Consulting. O estudo anual das últimas declarações das 350 maiores empresas públicas foi publicado em 9 de abril de 2007 no The Wall Street Journal. Os há muito aguardados números de compensação serão revelados pelas empresas pela primeira vez este ano. De acordo com o estudo Mercer 350, a compensação total (compensação total direta mais benefícios e privilégios) não é tão extraordinária como o esperado. A Mercer indica uma média total de US$ 8,2 milhões. Os novos elementos totalizaram menos de US$ 1,3 milhões, em média, ou aproximadamente 15% do pacote médio do executivo. A maioria do valor acrescentado proveio do aumento anual dos valores das pensões; o aumento médio comunicado foi de aproximadamente US$ 1 milhão. O salário base de um CEO aumentou para uma média de US$ 995 mil depois de ter sido US$ 975 mil durante dois anos. Os CEO constantes no grupo receberam um aumento médio de 4,1%, maior do que o aumento médio de 3,6% de 2005. Em 2006, cerca de um quarto dos CEO não receberam aumento salarial; as administrações foram mais rígidas em 2005, verificando-se que um terço dos CEO não receberam um aumento salarial. A mediana da compensação monetária total – salário e bônus anual – aumentou para US$ 2,6 milhões, ligeiramente superior aos US$ 2,4 milhões registrados em 2005. O aumento médio dos CEO constantes foi de 7,1%, a mesma taxa que em 2005. Não é surpreendente um aumento da compensação total tendo em conta o forte desempenho das empresas. O rendimento bruto mediano aumentou 14,4%.
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A grande novidade do estudo deste ano é que, como previsto, os incentivos de longo prazo (ILP) estão sendo associados ao desempenho. O número de CEO a receber opções diminuiu de 265 em 2005 para 248 em 2006 e o número de CEO a receber “restricted stock grants” diminuiu de 181 para 172 no mesmo período. No entanto, o número de CEO a receber ações por desempenho, incluindo “performance contingent restricted stock”, subiu de 111 em 2005 para 178 em 2006. Os ILP dos CEO constituídos por ações e unidades por desempenho subiram de 21% dos ILP para 31% no período de 2005 a 2006, enquanto as “restricted stock” diminuíram de 27% para 23% e as opções diminuíram de 52% dos ILP para 46%. Até 2002, as opções constituíram até 76% dos ILP dos CEO. O estudo de Compensação de CEO 2006 da Mercer também analisa as tendências dos nove maiores setores. Por exemplo, os CEO nos setores de petróleo e gás têm o nível mais elevado de compensação direta total de todos os analisados, com uma média de US$ 11 milhões. Mas o aumento mediano dos CEO constantes no setor de petróleo e gás foi o menor dos setores analisados, sendo apenas de 1,3%. O retorno total para o acionista das empresas nos setores de petróleo e gás foi de 18,2%. O setor de bens de consumo apresentou a rentabilidade total para o accionista mais baixa (7,8%), mas os CEO constantes no grupo viram a mediana da sua compensação direta aumentar em 7,3%. O estudo de Compensação de CEO 2006 da Mercer Human Resource Consulting analisa e apresenta a informação pública sobre a compensação mais atualizada, tal como revelada nas declarações das 350 maiores empresas dos EUA. Este é o 15º ano consecutivo em que a Mercer elaborou o estudo para o The Wall Street Journal (fonte: Mercer).
Aqui.

Pesquisa Mundial de Custo de Vida 2007

Moscou é a cidade mais cara do mundo para expatriados pelo segundo ano consecutivo, de acordo com a última Pesquisa de Custo de Vida realizada pela Mercer Human Resource Consulting. Londres ocupa a segunda posição, subindo três lugares desde o ano passado. Seul desce um lugar no ranking, ocupando a terceira posição, seguida por Tóquio, em quarta. Assunção, no Paraguai, é a cidade mais barata pela quinta vez. Com Nova York considerada como a cidade-base da pesquisa com 100 pontos, Moscou ficou com 134.4 e é quase duas vezes e meia mais cara do que Assunção, com um índice de 50. Mesmo assim, a diferença entre a cidade mais cara e a mais barata do mundo parece estar diminuindo. A Pesquisa da Mercer cobre 143 cidades* de seis continentes e mede o custo comparativo de mais de 200 itens em cada localidade, incluindo acomodação, transporte, alimentação, vestuário, bens domésticos duráveis e entretenimento. É a pesquisa de custo de vida mais abrangente do mundo, sendo utilizada para ajudar empresas multinacionais e governos a determinar auxílios de remuneração para seus funcionários expatriados “Tivemos algumas mudanças significativas desde o ano passado. Elas se devem principalmente às flutuações de moedas – em particular, o enfraquecimento do dólar americano e o fortalecimento do euro,” afirmou Rebecca Powers, consultora sênior da Mercer. Ela acrescentou: “À medida que as empresas continuam a enviar empregados em transferências internacionais, elas devem monitorar de perto as mudanças em termos de custo de vida a fim de assegurar que seus pacotes de remuneração de expatriados estejam justos e competitivos.”
Europa, Oriente Médio e África
Moscou é a cidade mais cara da Europa e do mundo pelo segundo ano consecutivo, com 134.4 pontos (comparada aos 123.9 em 2006). “A valorização do rublo em relação ao dólar americano, combinada com os custos sempre crescentes com acomodação, têm elevado os preços para expatriados em Moscou,” comentou Yvonne Traber, Gerente de Pesquisa da Mercer. Londres subiu três posições, passando para o segundo lugar no ranking (126.3 pontos). “ Altos custos de aluguel, além do fortalecimento da libra esterlina em relação ao dólar americano, contribuíram para a subida da cidade no ranking,” comentou Yvonne Traber. Outras cidades européias caras incluem Copenhague, em 8º lugar (110.2), Genebra em 7º (109.8) e Zurique em 9º (107.6). Oslo permanece no 10º lugar com 105.8 pontos, enquanto Milão subiu duas posições, indo para a 11ª (104.4). Sofia, na Bulgária, é a cidade européia mais barata, ocupando o 108º lugar com 72.5 pontos. O fortalecimento do euro fez com que algumas cidades européias subissem significativamente no ranking este ano. Por exemplo, Estocolmo subiu da 36ª para a 23ª posição (93.1), enquanto Amsterdã subiu da 41ª para a 25ª (92.2). As cidades da Espanha, Grécia, Alemanha e Reino Unido também ocupam lugares mais altos este ano. Yvonne Traber comentou: “A força relativa do euro e outras moedas européias, incluindo as da Suíça, Suécia, Dinamarca e Noruega, forçaram a alta do custo de vida para expatriados em muitas cidades da Europa.” Tel Aviv é a cidade mais cara do Oriente Médio. A capital de Israel ocupa o 17º lugar com 97.7 pontos. Dubai e Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, desceram no ranking este ano. A principal razão para esta queda é que a moeda local está atrelada ao dólar americano. A maioria das cidades africanas cobertas pela pesquisa aparece na segunda metade do ranking.
As Américas
Nova York continua sendo a cidade mais cara dos Estados Unidos, mas caiu cinco lugares, passando para a 15ª posição (100 pontos). Outras cidades norte-americanas caíram mais fortemente, e apenas Nova York e Los Angeles (42ª posição, com 87.1 pontos) classificam-se entre as primeiras 50. “O declínio da maioria das cidades dos EUA no ranking pode ser atribuído à desvalorização do dólar americano em relação ao euro e a outras moedas importantes. A mudança reflete uma inversão de situação do ano passado, quando a maioria das cidades americanas subiram no ranking devido ao fortalecimento do dólar,” comentou Powers. Toronto, a cidade mais cara do Canadá, caiu 35 posições, passando para a 82ª (78.8). Calgary e Vancouver também caíram no ranking, escorregando da 71ª posição para a 92ª e da 56ª para a 89ª respectivamente. Ottawa permanece como a cidade canadense mais barata, ocupando a 109ª posição, com 72.3 pontos. As cidades canadenses têm, tradicionalmente, se classificado de forma favorável no ranking mundial. As novas pontuações refletem uma baixa taxa de inflação e preços estáveis. Além disso, embora tenha havido uma leve valorização em relação ao dólar americano, o dólar canadense desvalorizou cerca de 13% em relação ao euro desde a última pesquisa. São Paulo e Rio Janeiro caíram significativamente no ranking, mas permanecem como as cidades mais caras da América Latina. São Paulo ocupa agora a 62ª posição, comparada com a 34ª de 2006, e é seguida pelo Rio de Janeiro em 64º lugar (40º em 2006). Embora o real tenha se mantido estável em relação ao dólar americano durante os últimos 12 meses, as cidades brasileiras pesquisadas foram puxadas para baixo no ranking à medida que deram lugar às cidades européias que subiram devido à flutuabilidade do euro. Globalmente, a cidade mais barata é Assunção, no Paraguai, pelo quinto ano consecutivo (50 pontos). Outras cidades baratas incluem Karachi, Quito e Montevidéu em 142ª (56.1), 141ª (56.3) e 140ª posições (58.4) respectivamente.
Ásia
Quatro das 10 cidades mais caras do mundo para expatriados estão na Ásia. Seul ocupa o 3º lugar (122.4), Tóquio está em 4º (122.1) e Hong Kong em 5º (119.4) – todas caíram um lugar este ano. As cidades chinesas desceram no ranking. Beijing ocupa a 20ª posição com 95.9 pontos, enquanto Shanghai está no 26º lugar com 92.1. Durante os últimos 12 meses, o valor da moeda chinesa caiu cerca de 6% em relação ao euro. Este fator, junto com uma baixa taxa de inflação e preços estáveis de aluguel, impediram que as maiores cidades chinesas subissem no ranking. Os custos de acomodação não subiram porque, enquanto a demanda aumenta, a disponibilidade de locais de alta qualidade nessas cidades também é boa. Por outro lado, o custo de acomodação de padrão internacional fez com que algumas cidades em outros países asiáticos subissem no ranking. Fortes aumentos em preços de casas contribuíram para que Cingapura subisse da 17ª para a 14ª posição, por exemplo. A elevação dos preços de residências também fez com que cidades da Índia subissem no ranking – por exemplo, Mumbai pulou da 68ª para a 52ª posição (84.9).
Austrálasia
Wellington é a cidade mais barata da região, ocupando o 111º lugar com 71.8 pontos. Auckland subiu um lugar, indo para o 99º (73.9). Expatriados na Austrália continuam enfrentando custos de vida mais altos do que seus pares na Nova Zelândia. Sidney permanece como a cidade mais cara da Austrália, em 21º lugar e 94.9 pontos. Melbourne ocupa a 64ª posição, subindo 10 lugares em relação ao ano passado, e com 82.5 pontos. Adelaide está na 96ª posição (74.7) (fonte: Mercer). Aqui associada a esta notícia, aqui.

Os Lusíadas da Finlândia" chegam em 2008 a Portugal

A obra épica "Kalevala", equivalente finlandês de "Os Lusíadas", foi traduzida este ano pela primeira vez para língua portuguesa e deverá ser editada em 2008 pela Campo das Letras. A informação é revelada por Merja de Mattos-Parreira, tradutora da obra, e confirmada pela editora. Por ser finlandesa, Merja de Mattos-Parreira chamou a si a tradução, enquanto Ana Isabel Soares ficou responsável pela correcção linguística em português. Ambas são professoras na Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve. Este trabalho foi-lhes sugerido pela embaixada da Finlândia em Portugal. Quanto a "Os Lusíadas", ainda estão por verter para finlandês. "Kalevala", do linguista finlandês Elias Lönnrot (1802-1884), é uma colectânea de histórias de heróis míticos e da tradição oral da Finlândia e da Carélia (antiga região finlandesa, hoje russa). Apesar de o livro ter sido publicado em 1849 (uma primeira versão, mais pequena, apareceu em 1835), nunca tinha conhecido versão portuguesa. Trata-se de uma obra "muito difícil", sublinha Merja de Mattos-Parreira, pelo que, até agora, "não havia pessoas com um nível de conhecimento linguístico suficientemente elevado" para se lançarem na tradução. Além disso, sustenta a professora, Portugal tem na Finlândia "mais interesses económicos do que culturais". O trabalho demorou três anos, a uma média de 20 horas de trabalho por semana. Terá 428 páginas e 335 notas de contextualização. Outro dos raros tradutores de finlandês é Mika Palo, representante em Portugal do Instituto Ibero-Americano da Finlândia e professor de cursos livres na Universidade do Porto e na Nova de Lisboa. "Pouquíssimas pessoas em Portugal se apercebem das oportunidades que o conhecimento de uma língua rara como o finlandês pode abrir", sublinha. (fonte: Publico)

Top das línguas mais traduzidas

Top das línguas mais traduzidas
1 Inglês 920.595 livros
2 Francês 172.104
3 Alemão 156.536
4 Russo 91.382
5 Italiano 51.327
6 Espanhol 39.618
7 Sueco 28.494
8 Latim 15.477
9 Holandês 14.721
10 Dinamarquês 14.438 (...)
15 Húngaro 10.170 (...)
17 Árabe 8932
18 Português 8644 (...)
22 Finlandês 6169 (...)
50 Arménio 024 (islandês não consta)

Portugal: Salários mais altos triplicam os menores

Os 10% de trabalhadores por conta de outrem mais bem pagos em Portugal têm salários líquidos que triplicam os dos 10% mais mal pagos. O diferencial não é novo e tem-se mantido estável desde, pelo menos, 1998, o que sugere que a desigualdade salarial no mundo do trabalho não se agravou nos últimos oito anos. Os números constam de um estudo de Sónia Torres, integrado no último Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicado há cerca de uma semana. Destes dados não se deve concluir que a desigualdade não tem aumentado em Portugal pois os números referem-se exclusivamente aos salários auferidos no trabalho por conta de outrem, pelo que deixam de fora não só as retribuições do trabalho independente, como outras importantes formas de remuneração (de capitais, de propriedades, juros, entre outras). Se estas formas de remuneração forem tidas em conta, os resultados são bem mais preocupantes. conforme revelam os dados mais recentes do Eurostat. Aí, não só o diferencial entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres passa para 8,2 vezes, como a tendência é de agravamento. O contraste entre os dois indicadores aponta para que o aprofundamento do fosso entre ricos e pobres se tem feito sobretudo por via de outros rendimentos que não os de trabalho. Ou seja, o povo parece ter razão quando diz que não é a trabalhar (pelo menos para outros) que se enriquece. Pouco para ser ricoEm termos salariais, é preciso pouco para se ser rico, ou seja, para se estar incluído nos 10% mais bem pagos. É que cabem nesse décimo da população residente em Portugal todos os que recebem salários líquidos mensais superiores a 1 224 euros (245 contos em moeda antiga). No extremo oposto, está o décimo da população que recebe do seu patrão menos de 380 euros mensais líquidos. Dividindo o primeiro valor pelo segundo, obtém-se as tais 3,2 vezes, que quantificam a desigualdade de rendimentos entre os assalariados mais e menos bem pagos. Desigualdade suspensaEm termos de desigualdade salarial, Portugal parece não ter mudado nos últimos oito anos. Em 1998, aquela diferença era de 3,3 vezes e depois de um período de queda continuada até 3 vezes em 2002, a tendência voltou a inverter-se.A comparação entre os 10% mais ricos e os que auferem salários medianos também quase não mudou. Houve uma quebra nos últimos anos da década de 90 até 2002, mas depois voltou a subir. A mesma conclusão se retira quando se compara o ordenado líquido mediano com os 10% mais pobres, o que significa que a classe média que trabalha para terceiros não está nem mais pobre nem mais rica. Norte paga piorÉ na Região Norte de Portugal continental onde os salários mais baixos têm um peso maior e a tendência é decrescente à medida que se vai para o Sul. Segundo os dados do INE, 4,9% das pessoas que trabalham para terceiros ganham menos do 310 euros. Esta percentagem desce para 4,1% no centro, 3,1% em Lisboa, 3% no Alentejo e 2,4% no Algarve. Em todas as regiões, exceptuando Lisboa e Vale do Tejo, é no escalão entre os 310 e 600 euros que se encontra a maioria dos trabalhadores por conta de outrem. No Norte, são mais de metade (53%), o dobro da percentagem em Lisboa (25). No Centro, Alentejo e Algarve, este escalão remuneratório abrange 44,5%, 46,2% e 38,5%. É por haver tanta gente nos escalões remuneratórios inferiores que o vencimento líquido mediano se afasta tanto do médio. O valor médio é de 712 euros, mas o mediano, que leva em conta a distribuição das pessoas pelos vários escalões, é de apenas 560 euros. Ou seja, metade dos portugueses ganha até 560 euros (fonte: Manuel Esteves, DN de Lisboa)

Portugal: Só seis por cento de mulheres tiveram cargos nos governos

Em seis governos provisórios e 22 constitucionais houve não mais do que uma primeira-ministra, 24 mulheres com cargos ministeriais e 62 secretárias de Estado. Ou seja, 6,3 por cento dos lugares de topo dos sucessivos executivos ao longo de 30 anos de democracia tiveram um rosto feminino. Não há diferenças significativas entre governos "mais à esquerda ou à direita", mas as mulheres são ainda menos quando os governos são de coligação, conclui o estudo A participação das mulheres nas elites políticas e económicas no Portugal Democrático - de 25 de Abril de 1974 a 2004, coordenado por Manuel Lisboa, director do Gabinete de Investigação em Sociologia Aplicada (SociNova) da Universidade Nova de Lisboa. De fora da análise ficou o Executivo liderado por José Sócrates. Leia aqui e mais esta notícia associada aqui.

O código de conduta que não conseguiu travar os 'paparazzi'

A indignação pública com o papel dos media na morte (e, por decorrência, na vida) de Diana levaria a uma revisão do Código de Conduta dos jornalistas britânicos, criado em 1991.A nova versão, de Janeiro de 1998, incluía o reforço das cláusulas de privacidade, incluindo a interdição de fotografar sem autorização em "locais públicos onde houvesse expectativa de privacidade", assim como a recusa de material obtido "através de perseguição persistente" (referência às teleobjectivas). Certo é que o Código voltaria a ser alterado. E a sua aplicação, fiscalizada por uma comissão criada em 1991 por consenso da "indústria" e por ela eleita e financiada, parece frequentemente letra morta. Onde estava o Código de Conduta quando Diana era perseguida sem tréguas? Leia aqui.

Um furacão atingiu o Paquistão - uma equipa de futebol feminina afegã

"Quando era criança, sempre quis ser jogadora de futebol. Acho que isso era assim para muitas outras mulheres afegãs", garante a jovem Shamila Khostani. Está a jogar-se um jogo na relva verdejante do estádio de Jinnah, em Islamabad. Mas não é um jogo comum. Primeiro, é futebol - uma raridade no Paquistão, onde todos são doidos por cricket. Segundo, é entre o Paquistão e o Afeganistão - duas nações mais habituadas a culparem-se mutuamente pela insurreição taliban. E, terceiro, os jogadores são mulheres. Leia tudo aqui.

Artigo: AS ILHAS NA EUROPA (II)

“Há que fazer uma distinção entre medidas destinadas às regiões insulares em geral e medidas previstas para as regiões ultraperiféricas. Em 2002, o Conselho Europeu de Sevilha convidou a Comissão Europeia a propor uma abordagem global e coerente para tratar os problemas específicos das regiões ultraperiféricas (que, aliás, surgiram aquando da adesão da Espanha e de Portugal). No quadro da revisão da política estrutural após o alargamento, a Comissão considerou três domínios de acção prioritários, ou seja, a competitividade, a acessibilidade e a compensação por outros condicionalismos. Assim, graças ao apoio do Parlamento, a nova regulamentação prevê o aumento das taxas de intervenção a favor destas regiões. Com a adopção do novo artigo 299º, nº 2, existe agora um quadro legal distinto para as regiões insulares e as regiões ultraperiféricas, das quais seis são ilhas. No caso das regiões insulares, por oposição às regiões ultraperiféricas, há que observar que as disposições adoptadas em Amesterdão nunca foram aplicadas. Face aos protestos, o Tratado de Nice reafirmou a necessidade de prever medidas específicas a favor das regiões insulares, "dentro dos limites das disponibilidades orçamentais."
Apesar dos esforços envidados a nível da política regional, a posição relativa das regiões insulares na classificação dos PIB regionais quase não evoluiu ao longo dos últimos vinte anos. Os Estados‑Membros reconheceram em geral a especificidade desses territórios, e esse facto reflecte-se nos estatutos políticos e administrativos que lhes foram concedidos. Assim, quinze regiões insulares beneficiam de um estatuto específico. Por um lado, devido à situação particular que ocupam na Constituição dos países a que pertencem, algumas regiões insulares puderam negociar condições especiais aquando da adesão dos seus países à União Europeia. É o caso de um determinado número de ilhas francesas, dinamarqueses, neerlandesas, espanholas, portuguesas, finlandesas ou britânicas. Outras, que não possuíam os instrumentos jurídicos necessários, não puderam influenciar as negociações. Desse facto resultou uma heterogeneidade muito grande, caracterizada, em determinados casos, por situações muito diferentes no mesmo Estado‑Membro. No que respeita às Orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional própria para 2007-2013, há que saudar a existência de um certo número de referências às regiões insulares, nomeadamente as disposições a favor das pequenas ilhas (com uma população inferior a 5.000 habitantes). No entanto, há que lamentar vivamente a ausência de flexibilidade a nível das ajudas de funcionamento, nomeadamente as que se destinam a compensar os custos suplementares de transporte, uma vez que é aceite no caso das regiões de baixa densidade populacional” (…)
“O PIB per capita e a taxa de desemprego são considerados indicadores insuficientes para avaliar a situação socioeconómica das regiões insulares. A repartição do PIB com base nas categorias das regiões NUT dá efectivamente origem a significativas distorções. Os territórios que servem de base para o seu cálculo não são homogéneos e as regiões mais pequenas são discriminadas. Por outro lado, penalizam-se os territórios que registam fortes movimentos migratórios e transferências públicas e transferências de fundos privados. As regiões insulares sofrem de uma enorme dependência em relação ao sector público, que representa mais de 25% dos postos de trabalho em mais de 50% das ilhas. Por conseguinte, o custo per capita dos serviços vários (saúde, ensino, infra-estruturas de transportes) é nitidamente mais elevado. Ainda que esta situação garanta efectivamente a repartição dos salários e da riqueza, tende a entravar o desenvolvimento do sector privado. Os seus limites foram no entanto finalmente admitidos pela Comissão no seu Livro Verde sobre a Política Marítima, que precisa: "Embora o PIB seja tradicionalmente utilizado como indicador da produção económica, é actualmente reconhecido que o seu aumento não é por si só revelador do bem‑estar social; ou seja: “A Comissão considera que deveria efectuar-se um estudo exaustivo para tornar esses dados disponíveis”. Até muito recentemente, a inadequação dos indicadores utilizados para avaliar as economias das regiões insulares foi dissimulada pelo facto de uma grande maioria dessas economias beneficiarem da ajuda máxima concedida às regiões do objectivo 1. No entanto, o alargamento em curso e o seu impacto estatístico puseram em evidência a necessidade de recorrer a indicadores estatísticos mais precisos para medir as necessidades das regiões insulares. Há algum tempo que a Comissão Europeia se apercebeu deste problema, tendo, em 2003, encomendado uma série de estudos sobre a situação das regiões que registam desvantagens naturais. Infelizmente, desde então não foi feito qualquer esforço suplementar para actualizar ou explorar as informações estatísticas. Face a estas considerações, o relator recomenda vivamente que o programa de trabalho do OROTE conceda uma atenção particular à situação das regiões que registam condicionalismos naturais, nomeadamente as ilhas. Os trabalhos poderiam seguir as seguintes orientações:
· A definição de indicadores estatísticos que melhor viabilizem uma compreensão satisfatória da situação real das regiões afectadas, nomeadamente nos casos em que se verifica uma acumulação de dificuldades, como as cadeias de montanhas, os arquipélagos;
· A avaliação das disparidades entre estas regiões e o resto da União Europeia;
· O acompanhamento dos impactos das políticas comunitárias nas economias e sociedades locais (…)”.

Tal como ontem referi, também hoje, o texto acima publicado não é meu mas sim do euro-deputado Francesco Musotto, autor do relatório, de Dezembro de 2006, sobre as ilhas e os condicionalismos naturais e económicos no contexto da política regional.
Luís Filipe Malheiro

Jornal da Madeira, 27 de Agosto 2007

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