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quarta-feira, 19 de março de 2008

O arquitecto do Holocausto que terá ajudado a salvar 800 judeus

Escreve a jornalista Helena Tecedeiro do DN de Lisboa que "o homem que ficou conhecido como o "Arquitecto do Holocausto" afinal pode ter ajudado a salvar centenas de judeus. Segundo o Sunday Times, Adolf Eichmann, o oficial nazi que deportou centenas de milhares de judeus para os campos de concentração, terá protegido o director de um hospital judaico onde 800 judeus - membros da elite e mulheres de alemães não-judeus na maioria - encontraram refúgio em Berlim. Uma surpresa, sobretudo vindo do homem que os israelitas executaram em 1962 após um julgamento que se queria exemplar para todos os que perseguiram e mataram seis milhões de judeus durante a II Guerra Mundial.
A juventude
Desde pequeno, Eichmann aprendeu a obedecer a figuras masculinas. Nascido em Solingen, na Alemanha, em 1906, quando ele era criança a sua família mudou-se para Linz, a cidade austríaca onde nasceu outro Adolf: Hitler. Educado num ambiente religioso, Eichmann perdeu a mãe aos 16 anos. Aluno medíocre, não terminou o liceu e acabou a trabalhar na petrolífera do pai. Mais tarde foi contratado por outra empresa e percorreu a Áustria a vender petróleo, organizar redes de entrega e localizar novos locais para explorar. Esta carreira acabaria por ajudar Eichmann com a sua nova paixão: a política.
Os crimes
Apesar de se ter declarado apolítico no seu julgamento, Eichmann cresceu numa família nacionalista. Como muitos alemães, o seu pai perdeu tudo na I Guerra e teve de recomeçar do zero. Foi ele quem inscreveu o filho na Heimatschutz, associação de extrema-direita que protegia a cultura alemã. A entrada na secção austríaca do Partido Nazi só aconteceu em 1932. Um ano depois, com Hitler a chegar ao poder na Alemanha, Eichmann voltou ao país natal. Destacado para a secção Judaica da Ges-tapo, a secreta nazi, decidiu especializar-se nessa área. Estudou hebraico e familiarizou-se com o sionismo. Encarregue de encontrar a "Solução Final para a Questão Judaica", defendeu o envio dos judeus da Europa para o Médio Oriente e até visitou a Palestina. Responsável pela entrega de autorizações aos judeus que queriam imigrar, era ele quem decidia os que se salvavam e os que eram forçados a ficar, à espera de uma morte certa. Chamado pelos colegas de escola de "pequeno judeu" devido ao cabelo escuro e grande nariz, Eichmann não hesitou em seguir as ordens de Hitler para "exterminar todos os judeus". Foi ele quem garantiu o transporte dos deportados para os campos de concentração, tendo visitado várias vezes Ausch-witz. Em 1944, quando o todo-poderoso chefe das SS, Heinrich Himmler, ordenou o fim das deportações, Eichmann desobedeceu e enviou mais 50 mil judeus para a morte".

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