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sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Artigo: COISAS DO PAÍS (III)…

- Não é surpresa para ninguém que os indicadores sobre desemprego transformaram-se, ao longo dos anos, numa referência passível de algum aproveitamento político, o que também explica o interesse que os políticos dedicam a esta questão, na tentativa de evitarem que possam ser prejudicados por indicadores oficiais que nem pode ser ocultados nem creio que possam ser manipulados. Contudo há situações que ajudam a perceber as oscilações de estatísticas, que frequentemente variam de organismo para organismos: “Apenas o aumento do número de contratos a prazo para um novo máximo da década permitiu que, do primeiro para o segundo trimestre deste ano, se tivessem criado 18.900 novos empregos em Portugal. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística revelam que a taxa de desemprego passou do recorde de 8,4% nos primeiros três meses do ano para 7,9% no período de Abril a Junho, descida que, no entanto, resulta principalmente do facto de as empresas estarem a preparar neste período a época do Verão, com o consequente aumento do número de empregos com características sazonais. Nos últimos seis anos, apesar de a tendência da taxa de desemprego ser sempre de subida, apenas uma vez não se registou uma descida do indicador no segundo trimestre”. Ou seja, segundo o INE, as características dos empregos criados revela um agravamento da precariedade no mercado de trabalho português já que aumentou os que assinaram um contrato a prazo, sujeitando-se a ficar de novo sem emprego: “o número de pessoas nesta situação aumentou de 646 mil para 673 mil, representando já 17,3% do total dos empregados por conta de outrem, um novo máximo dos últimos dez anos”. Curiosamente nos chamados contratos sem termo (os mais estáveis), verificou-se uma queda de 16.200 empregos, o que revela “o receio das empresas portuguesas em aumentar a sua força de trabalho através de vínculos mais duradouros”. Quanto à taxa de desemprego de longa duração (pessoas há mais de 12 meses à procura de emprego) ela passou de 4,1 para 3,9%, sendo a taxa de desemprego entre os jovens da ordem dos 15,3%.
- Um estudo recentemente divulgado pela comunicação social, deu-nos a conhecer mais um “retrato” dos jovens portugueses entre os 15 e os 24 anos. Segundo o documento, eles vão muito mais ao cinema do que a média dos portugueses, vêem menos televisão, são líderes no consumo da Internet, jogam mais futebol do que a média e também marcam pontos na apetência pelo vodka. O estudo da Marktest, divulgado no Dia Internacional da Juventude, refere que os membros deste grupo etário (15 aos 24 anos) são estudantes na sua maioria e adeptos das novas tecnologias (98,8% utilizam telemóveis e 93,1% fazem uso do computador). Os que utilizam a Internet para efectuar downloads quase triplica face à média dos residentes em Portugal Continental com 15 e mais anos, porque estes estudos “esquecem-se” das ilhas mas depois são apresentados como “estudos nacionais”…): 70% dos jovens costumam ir ao cinema, 27,3% consomem vodka e 51,1% têm uma elevada apetência por refrigerantes com sabor a cola. Os jovens vêem menos televisão, ouvem mais rádio do que a média portuguesa, sobretudo durante a tarde e noite, também jogam mais futebol do que os outros enquanto que 64% deles têm o hábito de comunicar via Messenger e 94,9% costumam ouvir música.
- O Governo Regional dos Açores anunciou que pretende apresentar, no final deste ano, “um défice zero”, facto explicado por estão asseguradas as “receitas suficientes para financiar na íntegra as despesas” da Região. Segundo o vice-presidente do executivo. “as despesas de funcionamento foram reduzidas em 813 mil euros em comparação com mesmo período do ano passado”, tendo-se verificado também um aumento de 38,4 milhões de euros no investimento público, e um aumento das receitas fiscais em 11,1 milhões de euros, com destaque para as receitas sobre o lucro das empresas que cresceu mais 32%”. Sérgio Ávila esclareceu que “o decréscimo das despesas de funcionamento da administração pública não incluiu as transferências para o Serviço Regional de Saúde que aumentaram em 7 milhões de euros”. A dívida directa da região não registará qualquer aumento no corrente ano, pelo que os Açores não recorrerão a qualquer empréstimo, pelo quinto ano consecutivo, “cumprindo assim os seus compromissos no âmbito do Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE”. As despesas de capital, que incluem a aquisição de automóveis, imóveis, mobiliários e outros equipamentos, reduzirão este ano uma redução de 26,7%. A cobrança do IRS superou em 3,7 milhões de euros o valor orçamentado. No meio de tudo isto o membro do governo açoriano esqueceu-se de uma questão importante, fundamental até: de dizer qual foi o montante das transferências feitas este ano para os Açores ao abrigo da nova lei de finanças regionais e qual a diferença dessas transferências relativamente ao ano anterior?
Luís Filipe Malheiro

Jornal da Madeira, 29 de Agosto 2007

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