Portugueses desconfiam da regionalização
Escreve o jornalista do Expresso, Fernando Diogo, que "quase uma década depois do referendo que com grande clareza rejeitou a regionalização, 41,2% dos portugueses continuam a afirmar-se contra a instituição de regiões, enquanto apenas 22,3% se manifestam favoráveis e 38,5% dizem ter dúvidas, ou não sabem ou não respondem. Os resultados da sondagem Expresso/SIC/R.Renascença/Eurosondagem confirmam no essencial os da consulta popular de 8 de Novembro de 1998 (63,5% ‘não’ e 36,5% ‘sim’, com uma taxa de abstenção de 52,4%) e ajudam a compreender a atitude prudente dos partidos parlamentares, sobretudo PS e PSD. O assunto permaneceu no ‘congelador’ das principais forças políticas, onde Luís Filipe Menezes o foi buscar em Outubro de 2007 quando assumiu formalmente a liderança do PSD no Congresso de Torres Vedras. Na altura ficou-se por referências vagas para consumo interno e só recentemente o presidente do PSD resolveu clarificar o seu pensamento ao propor alterações constitucionais para acabar com a obrigatoriedade do referendo e da criação das regiões em simultâneo. As propostas são polémicas, mas na prática adiam o debate para depois das legislativas de 2009, altura em que se abre um novo período de revisão constitucional. O PS recusa-se a comentar as as ‘inconsistências’ de Luís Filipe Menezes, reservando-se para quando o PSD ‘tiver uma posição política estruturada’ sobre o assunto. o porta-voz Vitalino Canas fez questão de recordar que o PS continua fiel ao princípio de só ‘desfazer’ a decisão de um referendo através de novo referendo. E até 2009 não haverá consulta popular sobre a regionalização, ‘‘pois não está prevista no programa do actual Governo”.A este respeito os dados colhidos pelo estudo de opinião não são totalmente, mas legitimam qualquer das posições: por um lado, a maioria dos entrevistados recusa a ideia de um novo referendo (43,2%), contra 37,9% que lhe são favoráveis e 21,5 não sabem ou não respondem; por outro, em caso de nova consulta pública, 39,6% dos inquiridos tencionam ir votar, enquanto 33,8% manifestam dúvidas, 15,7% recusam participar e 10,9% não sabem ou não respondem".
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