Democracias toleram eleições em ditadura
Segundo o jornalista Luis Naves, do DN de Lisboa, "a organização internacional Human Rights Watch (HRW) publicou em Nova Iorque o seu relatório anual sobre os direitos humanos em 2007, com duras críticas a regimes como o da Birmânia, Coreia do Norte, Síria, Israel ou China, entre outros, por restrição às liberdades. Abordando toda a gama de abusos, o documento, que pode ser consultado na Internet, em www.hrw. org, começa por denunciar o fenómeno de eleições controladas por poderes ditatoriais, mas que as democracias acabam por sancionar. Nesse capítulo, destaque para as críticas à presidência portuguesa da UE. Esta ideia é explicada pelo director da HRW, Kenneth Roth, que apresenta exemplos de eleições fraudulentas cujos resultados os EUA ou a UE aceitaram sem pestanejar. Nas eleições no Cazaquistão, em Agosto de 2007, houve irregularidades em larga escala, mas a OSCE considerou que o país avançara, "na sua evolução para a democracia". Segundo Roth, "muitos ditadores estão dispostos a legitimarem-se sem custos. Se conseguirem escapar com uma eleição truncada, eles tentarão fazê-lo", escreve o director da HRW. As críticas a Portugal e à presidência portuguesa da UE surgem a propósito da Rússia, cujo regime se tornou muito mais autoritário. Segundo Roth, o Governo português (na presidência da UE) "minou" os esforços de Angela Merkel, substituindo as intervenções da chanceler alemã, sobre a questão dos direitos humanos, por simples "lições". Contactado pela Lusa, o gabinete do primeiro-ministro não comentou".
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