O último mandato de Jardim no PSD/Madeira

"Alberto João Jardim recandidatou- -se ontem pela 12.ª vez a presidente da Comissão Política do PSD/Madeira para mais um mandato de três anos. Sem adversários. Jaime Ramos, o seu companheiro de estrada, encabeçou, também, a lista para o secretariado. Nada de novo. Realizadas as eleições directas, escolhidos os delegados ao congresso agendado para 5 e 6 de Abril, só falta aguardar que os dias passem.A situação que, neste momento, se coloca mantém mais reticências e interrogações do que certezas. Representarão estas eleições o fim do jardinismo?Por superstição ou não, o eterno presidente do partido garantiu que não haverá 13.ª candidatura em 2011. Mas há dúvidas se, desta vez, Jardim cumpre a promessa. Até porque ao longo de 30 anos tem havido vários processos de intenção no sentido de abandonar o cargo, recuando sempre à última hora. A história do "adeus" tem raízes longas que se estendem até finais dos anos 80. E foram crescendo. Mais recentemente, o exemplo chega-nos das eleições legislativas regionais de 1996 quando se despediu da população dizendo "votem em mim. Esta é a última vez". Uma encenação do "adeus" que se estendeu às comunidades de emigrantes madeirense espalhadas pelos quatro cantos de mundo em visitas organizadas. Mas tudo tem um fim. Neste momento sente-se alguma "pressão" interna para que o Partido Social Democrata/Madeira entre num novo ciclo. Ninguém no partido o diz directamente mas os apelos à corrida às urnas dos oito mil militantes soam a derradeira homenagem.Virgílio Pereira, um dos históricos do partido, disse ao Jornal da Madeira que "atendendo que se anuncia ser esta a última candidatura do dr. Alberto João Jardim, a frequência às urnas de voto (espalhadas pelas sedes) tem de ser significativa (…), uma oportunidade para os militantes mostrarem a sua gratidão ao líder pelo trabalho efectuado". Também Roberto Silva, presidente da Câmara de Porto Santo, esperava que os militantes participassem activamente na recandidatura de Jardim dado que esta "poderá representar a última do líder do partido" daí a moção subscrita por Alberto João Jardim, "Vencer 2011", ser encarada pelos seus seguidores como o documento que deixa pistas para o futuro.Como Jardim baralhou o calendário das eleições regionais, ao demitir--se em 2007 provocando eleições antecipadas, 2011 é o regresso às urnas, em princípio com um novo líder" (Lília Bernardes, no DN de Lisboa).