Reportagem: "McCain: impossível regresso ao passado"
Da autoria da jornalista Teresa de Sousa, do Publico, um excelente artigo-reportagem sobre o candidato presidencial norte-americano McCain: "Em Abril do ano passado, numa sessão de esclarecimento na Carolina do Sul, quando alguém lhe perguntou como se devia lidar com o Irão, John McCain sorriu, pegou no microfone e entoou os primeiros versos da célebre versão de Barbara Ann dos Beach Boys: "Bomb, bomb, bomb, bomb".Hoje, provavelmente, já não repetiria a piada. Mas a piada vai continuar a persegui-lo, agora que aquilo que parecia impensável em Abril do ano passado se transformou numa realidade - a sua escolha como candidato dos republicanos às eleições de Novembro. A história traduz razoavelmente a natureza do outsider que surpreendentemente, ou talvez não, "limpou" com uma facilidade espantosa as primárias da direita americana. Fala o que lhe vai no espírito. Straight Talk Express é o nome do autocarro em que percorre o país. Herói do Vietname, leva a guerra a sério. Não chega todavia para definir o pensamento do candidato em matéria de política externa e de segurança nacional nem sequer reflecte a natureza mais profunda de um herói de guerra que quer colocar a guerra do Iraque e a segurança nacional no cerne da disputa eleitoral pela Casa Branca. Mesmo que tenha sido infeliz na resposta à questão do Irão, McCain não é um "John Wayne da política". É mais um "general MacArthur" para o qual a derrota da América é uma impossibilidade. Que escreve nas primeiras linhas do artigo que publicou no número da Foreign Affairs que o próximo Presidente "tem de estar preparado conduzir".
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