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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Num quinto dos casamentos celebrados, pelo menos um dos cônjuges já foi casado

Escreve a jornalista Barbara Simões do "Público" que "a percentagem de casamentos em que pelo menos um dos envolvidos já tinha sido casado anteriormente duplicou entre 1990 e 2006 - de 10,5 por cento passou para 20,6 por cento (uma em cada cinco) do total de uniões celebradas.Quando divulgou os seus números mais recentes, o Instituto Nacional de Estatística (INE) sublinhou a "importância crescente" deste tipo de nupcialidade. E um estudo sobre as tendências actuais deste fenómeno demográfico começa por realçar a "visibilidade estatística" por ele adquirida "num palco de mudanças cruzadas entre os vários sectores da sociedade portuguesa".O trabalho, publicado no último número da Revista de Estudos Demográficos, centrou-se na análise quantitativa do recasamento, com base nas estatísticas demográficas entre 2001 e 2005. Identificou várias constantes: os homens voltam a casar-se com mais frequência do que as mulheres; os divorciados fazem-no muito mais do que os viúvos; os jovens "revelam uma muito maior propensão para entrar numa nova relação conjugal".Quando se comparam as características dos indivíduos envolvidos num recasamento com as dos que se unem quando ambos são solteiros, verifica-se que os primeiros são tendencialmente mais velhos e na maior parte dos casos viveram juntos antes de formalizar o casamento. Têm muito frequentemente filhos de relações anteriores e menos filhos em comum, "mas em ambos os casos sempre com valores muito superiores aos encontrados nos cônjuges do primeiro casamento". O matrimónio católico é menos habitual e as habilitações literárias são "geralmente mais baixas" que as dos casados pela primeira vez.Durante o período analisado pelas investigadoras do ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), o casamento entre duas pessoas em que pelo menos uma delas já tinha sido casada anteriormente subiu de 14,4 para 18,8 por cento. "Este crescimento fica a dever-se essencialmente ao casamento de divorciados - realidade que nas mulheres passa de 7,5 por cento em 2001 para 10,7 por cento em 2005 e nos homens de 9,3 por cento para 12,5 por cento", lê-se no estudo O recasamento: tendências actuais".

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