São os mais qualificados que estão a sair do Estado
Quem garante é o DN de Lisboa num texto do jornalista Manuel Esteves: "A suspeita é antiga e os dados recolhidos pelo DN vêm reforçá-la. Os funcionários públicos que estão a pedir para sair da Administração Central do Estado são, tendencialmente, mais qualificados e mais bem pagos do que os restantes. Os números dizem apenas respeito ao Ministério da Agricultura que tem sido pioneiro na dispensa de pessoal e de onde veio a esmagadora maioria dos funcionários colocados em situação de mobilidade especial (SME). Até agora, 103 trabalhadores pediram dispensa do serviço e, destes, 58 já solicitaram a licença extraordinária para trabalhar no sector privado. Segundo as contas do DN feitas a partir dos dados solicitados ao Ministério de Jaime Silva e dos despachos publicados, o salário médio dos 103 funcionários que voluntariamente abandonaram as suas funções é de 1334 euros, mais 37% do que o vencimento médio do conjunto de funcionários colocados em mobilidade especial. Entre os 25% mais bem pagos, o salário médio é de 2430 euros - um nível que apenas se pratica na categoria de assessor principal, que é a mais elevada da função pública - superando em 48% o que se verifica no universo de dispensados. Entre os 25% mais mal pagos, a diferença é menor, mais ainda assim significativa: de 14%.Estes trabalhadores são mais bem pagos porque desempenham funções mais qualificadas. Da lista de 103 funcionários que pediram para abandonar as respectivas funções, encontram-se muitos licenciados: além de sete técnicos superiores, há 12 médicos veterinários e 12 engenheiros técnicos agrários. Porém, também constam muitos assistentes administrativos (14) e auxiliares agrícolas (12)".
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