PINACULOS

Opinião e coisas do nosso mundo...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Países: Moscovo


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Véu islâmico continuará proibido nas universidades turcas

O Tribunal Constitucional Turco anulou uma decisão do partido do primeiro-ministro, Recep Tayyip Erdogan, o AKP, que permitia que as estudantes usassem o véu islâmico nas universidades. O partido do Governo e o partido de direita - da Acção Nacionalista aprovaram em Fevereiro uma emenda à Constituição, que permitia a utilização de véu nas universidades. Os dois partidos alegavam que estava em causa a liberdade religiosa. A proibição do véu nas universidades foi imposta na década de 80. Esta decisão é um golpe para o primeiro-ministro Erdogan, já que tanto a sua mulher como as suas filhas costumam usar o véu islâmico. Sobre este tema recomendo a leitura do texto da jornalista do Publico, Margarida Santos Lopes, especialista em questões árabes.


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Mapa do Afeganistão

Mapa da Etiópia

Mapa do Médio Oriente

O Segredo (The Secret)

Coitado, ajudas destas não….

É de gente inteligente como esta que precisamos….

Marshall Mcluhan: Os Meios de Comunicação como Extensões do Homem

Opinião: IRLANDA, GRANDE IRLANDA….

Eu acho absurdo – mas esta é a minha opinião - que dirigentes europeus, alguns deles com experiência política que deveria ser suficiente para os conter, se andem a envolver, de uma forma tão descarada e demasiado pressionante, ainda por cima nesta fase, quando ainda pairam no ar os “odores” da vitoria do “Não” no referendo irlandês, não só porque isso pode irritar ainda mais os eleitores da Irlanda e agravar o sentimento anti-europeista que ali existe, como pode inclusivamente começar a incomodar os próprios dirigentes irlandeses e estender esse fenómeno a outros países europeus que, nas costas do povo e com recurso à figura absurda da ratificação parlamentar, impuseram um Tratado que ninguém conhece, que as pessoas não sabem que implicações positivas ou negativas terá para a Europa, sem se preocuparem em saber o que sobre ele pensam as pessoas. Mas, bem vistas as coisas, pela inércia, pela passividade, pelo acomodamento, pelo alheamento, os europeus até merecem que lhes façam isso e muito mais. No caso da Irlanda, até por razões culturais e históricas, acho que é tempo perdido este frenesim de Barroso, Sarkosy e outros líderes europeus histéricos que acham que somos todos obrigados a pensar como eles pensam e a decidir em liberdade desde que votando como eles querem. Os irlandeses deram-lhes um exemplo. Que lhes sirva de lição.
Mas em torno deste problema – realmente é um problema político grave, por muito complicada que seja a aldrabice ou a patifaria que andam a preparar para contornarem os resultados irlandeses, comportamento no qual Barroso está envolvido até à cabeça – colocam-se outros. Desde logo um que tem a ver com o realismo evidenciado pela presidência eslovena, em funções, que sabe que não se pode abrir agora um precedente sob pena da Europa ficar abandalhada, sem regras, minada por interesses nacionais e entregue a meia dúzia de líderes europeus que se julgam donos do “quintal”. Lembro que a presidência eslovena da União Europeia advertiu para a necessidade de reflectir e analisar o chumbo irlandês ao Tratado de Lisboa, considerando “ser cedo e arriscado dizer que será possível salvar o acordo: “Seria arriscado afirmar que vamos voltar a dar vida ao Tratado quando estamos perante um obstáculo”, salientou o ministro dos Negócios Estrangeiros esloveno, Dimitrij Rupel. O ministro considerou "ser demasiado cedo para começar a propor soluções" para o problema que voltou a mergulhar a Europa numa crise institucional”. Já antes dele, o próprio primeiro-ministro irlandês, Brian Cowen, considerara que a rejeição do tratado reformador é um problema de toda a União e não apenas a Irlanda, admitindo, tratar-se de um “doloroso dilema que o país tem de resolver, apesar de não encontrar soluções que lhe pareçam evidentes”.
É neste quadro que acho patéticas as tentativas de imposição aos irlandeses de soluções. Luís Amado, por exemplo, entende que um segundo referendo será "o caminho mais natural" para superar o impasse criado pela rejeição do Tratado de Lisboa na consulta popular da Irlanda, mesmo que tivesse sublinhado que “seria um erro grave que a União Europeia pagaria caro, ignorar o que se passou e não respeitar a decisão livre do povo irlandês, num processo democrático". Mais longe, porque mais atrevidote, parece querer ir o presidente Sarkosy – a França assume a liderança da União em 1 de Julho – já que manifestou intenção de viajar até à Irlanda com o intuito de avaliar as possibilidades de ultrapassar a rejeição do Tratado de Lisboa pelos irlandeses.
E depois, questão nem sempre valorizada, há que ter presente que o Reino Unido nunca colocará em causa a solidariedade para com a Irlanda, impedindo o isolamento desta mesmo que o Tratado de Lisboa caia. E nem vou falar no relacionamento, histórico e cultural existente entre os Estados Unidos e a Irlanda. Numa demonstração do grau de dificuldade existente, recordo que ainda recentemente li na imprensa que “o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, prefere sacrificar o Tratado de Lisboa a permitir que a rejeição irlandesa origine uma Europa a duas velocidades, segundo fontes de Downing Street ontem citadas pelo Times. Apesar de quase um milhão de irlandeses, 53,4% dos eleitores, terem chumbado o tratado no referendo, vários líderes europeus, encabeçados pelo francês Nicolas Sarkozy e pela alemã Angela Merkel, afirmaram que era preciso levar o processo de ratificação até ao fim (nos oito países que ainda faltam), com o objectivo é pressionar a Irlanda a repetir o referendo depois de lhe serem concedidas algumas excepções, como fez a Dinamarca, após rejeitar Maastricht em 1992”. Contudo as coisas podem não se resolver desta forma: “Caso Dublin recuse esta opção ou a segunda consulta popular volte a dar resultado negativo poderia discutir-se a hipótese de a Irlanda sair da UE, embora, na prática, tal opção pareça pouco viável, deixando caminho livre aos que querem ir mais além na integração. Isso permitiria criar a tão discutida Europa a duas velocidades. Brown, político eurocéptico, num país de eurocépticos, não gosta da ideia, refere o Times, preferindo matar o Tratado de Lisboa a permitir que alguns Estados membros possam ser individualmente deixados à deriva no meio dessa chamada Europa de geometria variável. A somar a isto Brown enfrenta forte pressão da oposição, dos média e do próprio partido, o Labour, para deixar cair a ratificação do tratado, aproveitando o "Não" irlandês. Além dele também o Presidente da República Checa, Vaclav Klaus, poderia aproveitar para anular a ratificação do documento”. Lembro que o Tratado de Lisboa já foi ratificado por via parlamentar por 18 Estados-membros, sendo que a Bélgica, Chipre, Espanha, Holanda, Itália, Reino Unido, República Checa e Suécia ainda não concluíram esse mesmo processo.


Luís Filipe Malheiro (in Jornal da Madeira, 18 de Junho de 2008)

terça-feira, 17 de junho de 2008

Uma ajuda a quem interessar: Introdução à Economia



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Melissa Theuriau: dizem que na TV francesa não há maior beleza

The Best Pictures of the Year

O segredo do abastecimento em Espanha...




Esta chegou-me por correio electrónico e parece que anda a correr tudo o que são "mails" deste pais: finalmente está esclarecido o motivo da euforia pelo abastecimento de combustíveis em Espanha: "Não era só pelo preço. Do outro lado da fronteira, gasolina mais barata e atendimento 5 estrelas. De facto é vergonhosa a qualidade de serviço das gasolineiras do nosso país!!! E os preços também. MEUS CAROS AMIGOS: COMO NÃO SOU INVEJOSO, PARTILHO A INFORMAÇÃO. À saída de Cerveira. VAMOS JÁ BOICOTAR A GALP, BP, ESSO, CIPOL, REPSOL, ETC. E NÃO TEM NADA A VER COM O PREÇO, QUE A PARTIR DE AGORA É SECUNDÁRIO". Digamos que o autor desta brincadeira deve ter arranjado clientes que se fartou... Estes portugueses são mesmo uns danados!

Song agaisnt the burqa

The Beauty and Dignity of the Muslim Women

Beauty of Hijab

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The Beauty of Being a Muslim Woman

UEFA: EURO 2008

Regiones Turísticas del Mundo (OMT)

Paises: Flores, Açores

O jornal impresso na era da Internet

Publicidade: Onde esta ele?

Stonehenge foi cemitério de reis

Com este título publicou a jornalista Filomena Naves, do DN de Lisboa, um texto segundo a qual "durante 600 anos pelo menos, ao longo do terceiro milénio a.C, Stonehenge, o monumento megalítico mais misterioso de Inglaterra foi utilizado como cemitério. Mas isso não é tudo. Os restos mortais ali enterrados pertencem provavelmente a uma única família de chefes, ou reis, que governaram ao longo de toda essa época. Esta é principal conclusão das escavações feitas no local, em Agosto e Setembro do ano passado, por arqueólogos liderados por Mike Parker Pearson, da universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, e apoiada pela National Geographic Society. A descoberta só foi possível graças à datação por radiocarbono, realizada pela primeira vez em restos mortais encontrados junto ao monumento".

Encontrada a maior pirâmide do Egipto

Conta o jornalista Luis Naves, do DN de Lisboa, que "uma equipa internacional de arqueólogos investigou as ruínas de Abu Rawash, perto de Gizé, e descobriu que ali se ergueu a mais alta pirâmide egípcia, construída pelo misterioso faraó Djedefré, filho e sucessor do grande Queóps. Uma equipa internacional de arqueólogos, chefiada pelo francês Michel Valloggia, afirma que a pirâmide arruinada do faraó Djedefré, em Abu Rawash, era sete metros mais alta do que a grande pirâmide de Quéops, em Gizé, que tinha originalmente 146,6 metros de altura. Esta sensacional descoberta é contada pelo El Mundo, na sua edição de ontem, e resulta de 12 anos de escavações. Os pormenores serão objecto de um documentário do Canal História, a transmitir dentro de meses".

Torre de Pisa não tomba mais, pelo menos durante os próximos três séculos

Segundo a jornalista Alice Barcellos do Publico, "a Torre de Pisa é um dos casos em que um defeito pode ser uma virtude, é uma dos edifícios mais emblemáticos do mundo e um ícone de Itália. Por um erro de construção, parece que vai tombar para o lado em qualquer momento. Mas, para o alívio dos engenheiros e a felicidade do público, a torre estabilizou, alcançando a inclinação que tinha em 1700, de três metros e 99 centímetros.Quem dá a boa nova são os engenheiros que trabalham, desde a década de noventa, nas obras de preservação da Torre, que nesta altura foi fechada ao público. Em 1993, os especialistas registaram a máxima inclinação do edifício (mais de quatro metros) e alertaram para o risco de derrocada. As obras de consolidação da construção foram concluídas em 2001 (custaram 30 milhões de euros) e, desde então, o controlo contínuo à volta do edifício levou com que a Comissão Internacional encarregue de preservar a Torre de Pisa afirmasse que a construção está a salvo, pelo menos durante os próximos três séculos. “Foram confirmadas as previsões mais optimistas”, declarou ao jornal italiano “Corriere della Sera”, Michele Jamiokowski, ex-presidente da comissão".

Será que a China vai perdoar a Sharon Stone?

Esta pergunta é o título de um texto da jornalista Maria João Lopes, do Publico, segundo a qual "tudo começou em Cannes. E a insinuação foi lançada por um dos rostos mais conhecidos do cinema, Sharon Stone: "Aconteceu o tremor de terra e pensei: será karma?" Será que, "quando uma pessoa não é boa, acontecem-lhe coisas más?" Já se percebeu que esta frase vai continuar a dar que falar.A actriz comentou assim, durante uma entrevista, o recente terramoto em Sichuan, na China (perto de 70 mil mortos, segundo os números oficiais). Os efeitos da afirmação - que associava a tragédia a um castigo pela maneira como a China tratava o Tibete - não se fizeram esperar. Sharon Stone está arrependida e até já pediu desculpa. Mas os chineses estão revoltados e não querem mais ver aqueles olhos azuis à frente, nem na publicidade nem no cinema. Um exemplo? "Ela devia ir para o inferno", escreveu um leitor de um jornal chinês".

"Está a Internet à beira do fim? "

Com este título publicou o jornalista do DN Lisboa, Pedro Fonseca, um artigo através do qual refere que "o acesso à Internet por banda larga vai atingir este ano os 415 milhões de clientes, resultando em 1000 milhões de utilizadores a nível mundial. Os números avançados esta semana pela consultora Strategy Analytics antecipam que serão 621 milhões em 2012. Os acessos por DSL lideram, mas novas tecnologias como fibra óptica ou WiMax vão destroná-la, bem como ao cabo, nomeadamente na Ásia. Apesar do número elevado de assinantes na Coreia do Sul e Japão, é a China quem atrai mais atenções. Em Março, a consultora chinesa BDA anunciou que o país já tinha ultrapassado os Estados Unidos e liderava os acessos à Net. Eram 210 milhões no final de 2007, a cinco milhões de distância dos norte- -americanos. Mas, com 200 mil novos interessados por dia, não tardou a confirmar-se a previsão. Em Abril, o China Internet Network Information Center garantiu que o país já tinha a maior população mundial online: 221 milhões de utilizadores no final de Fevereiro. Outra tendência é o aumento dos bloggers na região asiática. De acordo com um estudo da McCann junto de 17 mil entrevistados em todo o mundo, 70 por cento dos inquiridos na China, Taiwan e Coreia do Sul afirmaram participar em blogues. Nos Estados Unidos ou no Reino Unido, essa percentagem baixa para 26,4 e 25,3%, respectivamente. Também o tipo de conteúdos ricos (multimédia) inserido nos blogues é usado crescentemente, validando a recente análise da WebSite Optimization de que o tamanho médio de uma página web triplicou desde 2003, passando de uns meros 94 kilobytes para 312 Kb. Só entre Dezembro de 2006 e o mesmo mês de 2007, uma página web média (analisadas as mil mais vistas) passou de 250 Kb para 310 Kb. Mas, ao contrário do que se possa esperar, o acesso em banda larga foi ligeiramente mais rápido: de 2,8 para 2,3 segundos entre Fevereiro de 2006 e o mesmo mês do ano de 2008. De 2000 a 2005, o volume total de ficheiros multimédia aumentou em mais de 600%, tal como o tamanho médio dos vídeos, por exemplo. Em 1997, 90% tinha menos de 45 segundos, mas, uma década depois, a média é de 192 segundos. Com esta tendência de crescimento de utilizadores e de conteúdos multimédia que sobrecarregam as redes, para onde vai a Internet?"

Paises: Espanha

Competition

El Fantasma de la Novia...

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Azares...

Escândalo sexual em universidade iraniana

Li no Publico que "a universidade da cidade de Zanjan, no Irão, está há dias em polvorosa, com os alunos a exigirem a demissão do reitor e vice-reitor, este último acusado de, alegadamente, ter tentado abusar de uma aluna. Foi colocado um vídeo no YouTube, onde o docente é empurrado para fora do seu gabinete, depois de ter sido apanhado, e entregue à segurança da universidade".

Opinião: UM PAÍS CONFUSO, UMA EUROPA CONFUSA

No dia em que ficamos a saber, pelo INE, que “em Maio de 2008, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma taxa de variação homóloga de 2,8%, três décimas de ponto percentual (p.p.) superior ao valor observado em Abril de 2008 (a variação mensal situou-se em 0,4% e a variação média nos últimos doze meses manteve-se em 2,6%) e que a taxa de variação média dos últimos doze meses aumentou para 2,6%, 0,1 p.p. superior ao valor observado no mês anterior”, ficamos também a saber que o petróleo atingiu ontem novos recordes, quase 140 dólares por barril: “O preço do barril de petróleo negociado em Nova Iorque atingiu um novo recorde absoluto de 139,89 dólares (90,41 euros), reagindo à suspensão parcial da produção do mar do Norte. Este agravamento do preço do crude apanhou desprevenido os analistas, que esperavam um movimento exactamente contrário do petróleo, na sequência do anúncio do aumento da produção de um importante exportador mundial, a Arábia Saudita. O movimento ascendente está associado ao comportamento dos investidores que receberam de forma nervosa a suspensão da produção do grupo petrolífero norueguês StatoilHydro”.
A conjugação destes dois factos – por um lado a inflação crescente (que só ajuda o BCE e o seu Presidente, o francês Trichet, nos argumentos usados nos últimas semanas para um alegado aumento das taxas de juro ainda durante o verão) e, por outro, a instabilidade no mercado do petróleo, com todas as consequências daí resultantes para as economias dos países e os orçamentos das famílias e empresas – confirmam que vivemos um mundo absurdamente “louco” onde tudo pode acontecer. Aliás, espanta-me que as prioridades de uma Europa - cada vez mais mergulhada na mediocridade e na incompetência, atributos aos quais nem a Comissão Europeia nem o seu Presidente, Barroso, escapam (com este cada vez mais envolvido naquilo que parece ser um escândalo em preparação, se preferirem, uma patifaria que deveria merecer uma firme repulsa por parte de quem pensa que a democracia ainda é um valor a ser rigorosamente observado e respeitado por todos) – sejam a forma como “entalar” a Irlanda e os irlandeses, que votaram em liberdade e com convicção (que Bruxelas promova o referendo nos outros países para verem o que o acontece em vez de se refugiarem traiçoeiramente nas ratificações parlamentares que mais não são do que imposições ao povo de documentos e decisões que eles desconhecem), e não resolver os graves problemas sociais existentes, e que têm a ver como crescimento do desemprego, com a falta de recursos financeiros para a formalização de apoios, com o aumento das assimetrias entre países, com a deslocalização de empresas, com a miséria, a fome, a pobreza, a exclusão social, com o fenómeno da emigração, etc. Realmente é impressionante que a um ano de eleições europeias os iluminados eurocratas de Bruxelas – com raras excepções – queiram impor-nos à força um Tratado que dizem ser a “salvação” para a Europa e para os europeus, o qual não divulgam junto dos cidadãos antes os querem manter distantes do processo decisório.
Enquanto isso, fiquei a conhecer, ontem, os resultados de uma sondagem, segundo a qual “José Sócrates é o líder partidário em quem os portugueses mais confiam para desempenhar o cargo de primeiro-ministro, apesar da contestação social que grassa no País. Isto de acordo uma sondagem CM-Aximage realizada entre os dias 7 e 9 do corrente, que coincidem com o fim da paralisação dos pescadores e o início do bloqueio dos camionistas. À pergunta "em qual dos dois líderes tem mais confiança para primeiro--ministro?", 37,9% respondeu José Sócrates e 33,3% Manuela Ferreira Leite. A diferença entre o primeiro-ministro e a líder do PSD (4,6 pontos percentuais) é praticamente a mesma que separa o PS do PSD na intenção de voto legislativo: 35,2% contra 30,3%. No último mês, o PS perdeu 1,3 pontos, os mesmos que o PSD ganhou no mesmo período. Os partidos à esquerda pararam de crescer (o BE ficou nos 7,8% e a CDU desceu de 8,2 para 7,8%) e, à direita, o CDS continua nos 3,7%. Pode isto significar que a subida do PSD desde Abril (mais 4% desde a saída de Menezes da liderança) se deve à transferência de intenção de voto do eleitorado do centro-direita. A sondagem revela ainda que as expectativas no Governo atingiram o ponto mais baixo dos últimos 12 meses: 58,2% dos inquiridos na sondagem responderam que Sócrates está a governar pior do que esperavam. Em relação à avaliação dos líderes, José Sócrates continua na última posição, com 7,7 valores, numa escala de 0 a 20. Ferreira Leite entrou directamente para o terceiro lugar (11), logo após Francisco Louçã (11,7) e Jerónimo de Sousa (11,3). Paulo Portas subiu para 9,3, mas continuou no penúltimo lugar”.
Ressalvando que estes resultados, tal como recordam os autores, não comportam ainda um eventual impacto negativo na imagem do Governo, do PS ou de Sócrates, causada pela crise resultante da paralização no sector dos transportes – embora esse impacto seja, regra geral, inconstante, efémero, e acaba por não influenciar, de uma forma permanente, as opções evidenciadas pelas pessoas - sabemos que em Portugal – e esta nota preliminar deve ser aqui referenciada – há hábito d desvalorizar as sondagens quando os resultados não correspondem ao que queremos, valorizando-as, até por vezes hipervalorizando-as, quando, pelo contrário, os resultados correspondem ou ultrapassam as nossas expectativas. Para mim, as sondagens são sempre sondagens, ou seja, referências que num determinado momento, e numa conjuntura em concreto, que não pode ser dissociada de outras componentes que, de uma forma ou outra, prejudicam ou favorecem esse trabalho, devem ser olhadas como instrumentos de apoio, reveladores de uma determinada tendência, mas que nada têm a ver, depois, com o universo eleitoral do país. Independentemente disso, registo a capacidade de resistência de Sócrates, maior que a revelada pelo PS e a subida do PSD, natural num partido com um novo líder, associada a alguns sinais que apontam para dificuldades acrescidas, em termos de trabalho político futuro, à espera de Manuela Ferreira Leite que, mesmo assim, conta com a confirmação (mais de 50%) de que será melhor líder par a o PSD do que foi Filipe Menezes.
Uma nota final: li num jornal nacional que o ministro das Finanças congelou o plano de renovação global da frota automóvel do Ministério da Defesa, “mas autorizou a substituição dos actuais carros de serviço do ministro da Defesa, e do secretário de Estado da Defesa, viaturas, de marca Mercedes, destinadas a substituir o Mercedes 220 do ministro e o BMW 520 do secretário de Estado e custam quase 140 mil euros”…

Luís Filipe Malheiro (in Jornal da Madeira, 17 de Junho de 2008)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Opinião: O “NÃO”

Quando sucessivas sondagens publicadas na comunicação social, deram conta de um défice informativo na Irlanda – um dos países europeus com maiores níveis de desenvolvimento – era mais do que óbvio que alguma coisa estava a correr mal, mesmo que Durão Barroso, erradamente, tenha tentando manipular o referendo, ao afirmar que a Comissão Europeia não tinha um “plano B”, numa clara demonstração da confiança de Bruxelas no triunfo do “sim”. Ao contrário dos demais estados-membros, que optaram pelo processo de ratificação parlamentar, apenas porque tinham garantias prévias que o “sim” estava em posição dominante – porque se assim fosse teriam arranjado outra solução – a Irlanda foi o único país obrigado, pela Constituição, a referendar o tratado, dado que se trata de um documento que não se compadece com a hipocrisia da palhaçada em que a esmagadora maioria dos países transformaram este processo, por ter sido esse o procedimento adoptado, e mantido em, segredo, numa das cimeiras europeias.
Recordam-se os leitores do que foi feito com a Polónia, das ameaças que sobre os ”dois gémeos” polacos os países mais influentes da União realizaram, até que obrigaram Varsóvia a ceder à chantagem e a aceitar o Tratado em relação ao qual as pessoas mais informadas continuam a ter muitas dúvidas quanto à sua real eficácia. Recordo igualmente a posição dos italianos que, confrontados com uma redução do número dos seus actuais deputados europeus (Portugal perde representatividade no PE) pura e simplesmente disseram que não assinavam o documento. Lá tiveram que apressadamente repor todos os lugares que a Itália elegia para o PE antes do Tratado, retirando esses mandatos de outros estados mais pequenos, para que Roma assinasse. O processo foi uma vergonha e ao contrário do que as pessoas julgam – e Sócrates anda a tentar erradamente colocar uma forte carga emocional e política nestas questão - Portugal ficou apenas com a fase final de um processo negocial que conheceu o seu auge sobretudo durante a presidência alemã, que nos antecedeu. Lisboa teve obviamente méritos, mas é evidente que são os grandes países que mandamos destinos europeus, pelo que Portugal nunca poderia ter qualquer capacidade persuasiva nem política de obrigar Paris, Londres, Berlim ou Roma, por exemplo, a vergarem nos seus propósitos. E que isto fique esclarecido de uma vez por todas. Foi um processo marcado por avanços e recuos, pela cedência aos egoísmos nacionalistas e por remendos que o tempo se encarregará de demonstrar não funcionarão devidamente.
O problema da Europa é outro, porventura estrutural, certamente financeiro e orçamental, nas indesmentivelmente político (a falta de preparação para um alargamento tão generalizado de uma só vez, quando entraram 10 novos países) e social, com o aumento do desemprego e com sinais de crises económicas em áreas que, mais cedo ou mais tarde, pela sua influência social, terão que justificar novas perspectivas de entendimento dos problemas que não se compadecem com fundamentalismos orçamentais que, sendo necessários, não podem ser o centro de todas as decisões. E como se tudo isso não bastasse, temos um Banco Europeu a implementar, quando e como quer, uma política financeira longe de consensual, que tem causado problemas graves na Europa e que inclusivamente já levou o seu Presidente (o francês Trichet) a ser publicamente admoestado por líderes europeus mais desprendidos, casos de Sarkosy e de Zapatero.
Considero-me um europeísta convicto pelo que não reconheço ao primeiro-ministro qualquer autoridade moral ou política para acusar indiscriminadamente as pessoas que defendem a opção do referendo do Tratado de Lisboa de estarem contra a Europa. Defendo o referendo, e sou um europeísta convicto – senão fosse a Europa, Portugal continuava a ser um dos países mais pobres do continente e a Madeira nem” estava no mapa” – mas continuo a considerar que as ratificações por via parlamentar são um acto de vergonhosa cobardia por parte das elites iluminadas que dominam os estados-membros num dado momento, e que desta forma querem impor aos cidadãos europeus um documento que estes desconhecem, mantendo-as à distância, sem direito a se pronunciarem e a serem informados. Mas não tarda muito andarão, quais hipócritas, a mendigar votos para eleger deputados. O que se passa é que esta patifaria política, depois da vitória do “não” na Irlanda, pode muito bem descambar para uma coisa pior, para um monumental embuste promovido a partir de Bruxelas, com a conivência de um cada vez mais apagado e dispensável Presidente da Comissão Europeia, que não percebeu que o problema da Europa tem muito a ver com o que foi feito (de mal feito) nos últimos anos. Mas se Barroso foi à Cimeira dos Açores sem ter percebido, antes dela, que ali seria decidida a guerra do Iraque…
Não reconheço autoridade política nem mandato para que a Assembleia da República ratifique o Tratado de Lisboa. E qual é o problema? O que é que nem impede, quem me impede, de pensar deste modo e de afirmá-lo as vezes que eu entender? Quando em Fevereiro de 2005 os portugueses elegeram este Parlamento nacional, ninguém falava do Tratado. O tema europeu não fez parte da campanha eleitoral. Ninguém ouviu falar de Tratados. Por isso, não há mandato do povo, não há legitimidade política, pelo que estamos perante um acto de cobardia do governo e do parlamento nacionais - tal como são cobardes os demais líderes europeus – com a conivência de um sempre disponível Presidente da República, que deliberadamente, em declarações públicas, e por outras “artes” junto dos partidos, marginalizou a opinião dos que já lhe serviram quando se tratou, em Janeiro de 2006, de lhe darem o tacho presidencial. Ou seja, os mesmos portugueses que foram bons para votarem e o colocarem em Belém, sentado na poltrona do poder com a qual sempre sonhou, e pela qual chegou a ser derrotado, já deixaram de servir e de estar informados quando se tratou de se pronunciarem sobre um Tratado europeu que lhes diz respeito! Estamos perante uma vergonha atitude mental, restritiva dos direitos dos cidadãos, à qual Cavaco Silva não é estranho, bem pelo contrário. No próximo ano teremos as eleições europeias e lá teremos os mesmos que agora andaram a fazer a apologia da ratificação parlamentar – o PSD foi um deles – nas costas do povo, a mendigar votos.
Se este Povo tivesse um pingo de dignidade que fosse, se este Povo votasse em função da sua consciência e da preservação da sua liberdade e dos seus direitos, PS e PSD teriam a resposta adequada nas europeias de 2009 (e, com eles, todos os partidos dos demais partidos europeus, aos quais estejam ligados os dirigentes que ratificaram o Tratado debaixo da mesa, nos parlamentos) tal como Cavaco Silva em 2010 deveria sentir o peso da revolta do povo perante a injustiça de quem o maltrata. É por causa de todas estas patifarias políticas somadas, destes actos de cobardia que não dignificam ninguém, que a Europa caminha para o abismo, sem dinheiro, com desemprego, condicionada pelos inultrapassáveis egoísmos nacionais, permanentemente vulnerável a qualquer discurso mais radical, ameaçada pelo fenómeno da emigração, incapaz de construir uma identidade europeia fundamental ao sucesso do projecto europeu, alimentando uma casta de euro-deputados na sua maioria nada fazendo de útil pela Europa, pagando astronómicos custos de manutenção de toda uma logística funcional, que ultrapassam os limites do razoável a par de uma poderosa máquina de eurocratas instalados em Bruxelas que tratam os cidadãos europeus como se fossem uma “manada” sem vontade e dignidade próprias.
Mas quais são afinal os interesses das Europa na óptica de Sócrates? Por acaso serão interesses comuns aos dos líderes alemão, francês, inglês ou italiano? Que interesses de Europa, na perspectiva dos portugueses, defende o primeiro-ministro? Que respostas são essas que o Tratado de Lisboa dá, e como? Resolver os problemas de distribuição de tachos e aprovar novos modelos remuneratórios? Vamos voltar ao tema, não duvidem.

Luís Filipe Malheiro (in Jornal da Madeira, 16 de Junho de 2008)

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