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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Phoenix, a primeira sonda espacial que vai descer no Pólo Norte de Marte

É o próximo geólogo marciano. Até possui a inseparável picareta dos geólogos, em forma de braço robotizado para escavar o solo. A Phoenix, uma sonda da NASA, deverá partir hoje para o espaço. Alvo: as planícies de Vastitas Borealis, no Pólo Norte. Missão: saber se há condições para existir vida em Marte. O grande momento da chegada, em Maio de 2008, assinalará a primeira vez que uma sonda aterrará nas regiões polares marcianas. Isto se ultrapassar a fase mais crítica da missão, a da aterragem. Marte é um cemitério de sondas (dos Estados Unidos, da ex-União Soviética, da Europa), por isso os responsáveis da NASA dizem que a aterragem tem menos de 50 por cento de hipóteses de sucesso. Nessa altura, será Verão. Grande parte do manto branco da região, situada a latitudes equivalentes na Terra à Gronelândia ou à Sibéria, terá desaparecido. Mas era a única maneira de a sonda receber luz nos painéis solares, para uma panóplia de instrumentos poder avançar com as prospecções in loco. Foi construída com peças de um veículo marciano que nunca voou e de uma sonda que embateu no solo, daí o seu nome inspirado na ave mitológica que renasceu das suas próprias cinzas. A Phoenix vai artilhada com o tal braço robotizado, com 2,35 metros de comprimento, destinado a escavar o solo congelado até meio metro de profundidade. Entregará as amostras a outros instrumentos, para análise. Um vai aquecê-las e medir os gases que contêm. Outro analisará as suas propriedades químicas e, com um microscópio, passará a pente fino os minerais. Haverá imagens a cores dos buracos feitos no solo, obtidas por uma câmara na picareta robotizada. Outra câmara, num mastro, fotografará a paisagem. A panóplia de instrumentos científicos da sonda, que ficará sempre no mesmo sítio, fica completa com uma estação meteorológica, que medirá a água, as poeiras ou a temperatura da atmosfera. A existência de gelo nos pólos marcianos é conhecida desde os anos 70, quando a sonda Mariner 9 obteve as primeiras imagens das calotes. Nos últimos anos, sondas dos EUA e da Europa descobriram água congelada no subsolo marciano, quase junto à superfície. Noutras zonas do planeta, a NASA tem neste momento outros robôs geólogos, o Spirit e o Opportunity, à procura de vestígios geológicos de água. Mas há mais de um mês que os dois robôs andarilhos se defrontam com tempestades de poeiras, que não os deixam trabalhar. Agora, a Phoenix será a primeira a tentar tocar e analisar água marciana, na forma de gelo enterrado. Será que, de tempos a tempos, ela derrete e permite, assim, que a vida microscópica floresça no subsolo? Será que o gelo dos pólos é o resquício dos oceanos antigos que se pensa terem existido em Marte? Aguardam-se as respostas da Phoenix. (fonte: Publico)

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