Opinião: Retratos do Pais
Lendo a comunicação social, acabamos por ser alertados para notícias que revelam a realidade do nosso País, as dificuldades dos portugueses, num retrato que por não ser cómodo para os políticos, regra geral é por eles negado ou “suavizado” com recurso a campanhas de propaganda e de manipulação destinadas a minimizar uma realidade sentida no quotidiano dos cidadãos:
· “Entre Janeiro e Novembro de 2007 foram devolvidos 802.894 cheques no valor de 3,17 mil milhões de euros. A falta de provisão (de dinheiro) na conta foi o motivo mais comum para as devoluções, tendo naquele período sido detectados 604 182 cheques "carecas", no valor de 1,72 mil milhões de euros. Os dados do Banco de Portugal mostram que no ano passado se registou uma média de 2.433 cheques devolvidos por dia e que cerca de 75% das recusas por parte dos bancos em receber ou pagar o cheque se devem ao facto de não haver dinheiro na conta. Ainda assim, os "carecas" diminuíram face a 2006. Os dados do Banco de Portugal mostram que no ano passado a devolução de cheques (em número e valor) se manteve relativamente estável e, que no que diz respeito aos cheques "carecas", se registou até uma ligeira redução. Comparando os períodos homólogos, verifica-se que entre Janeiro e Novembro de 2006 foram detectados 659 mil cheques sem provisão (contra 604 em 2007), cujo valor ascendeu a 1,79 mil milhões de euros (que compara com 1,72 mil milhões no ano seguinte). Contas feitas, conclui-se ainda que a média diária de cheques sem provisão ronda os 1830”;
· “Quase um terço dos trabalhadores portugueses encontra-se em situação precária, sendo os jovens até aos 34 anos os mais atingidos. A denúncia foi feita pela União de Sindicatos do Porto que refere que 1,7 dos 5,2 milhões de trabalhadores portugueses têm vínculos precários, dos quais 674 mil com contrato a termo, 190 mil com recibos verdes e 56 mil desempregados. Cerca de 35% dos jovens até aos 34 anos estão "particularmente expostos aos trabalhos precários". "Muitos deles ocupam empregos com baixas qualificações, baixos salários e horários de trabalho desregulados, apesar dos níveis médios de habilitações literárias relativamente altos, facto que torna esta situação ainda mais injusta e incompreensível na perspectiva do desenvolvimento do país";
· “Só dois dos novos países da União Europeia têm pensões de reforma mais baixas do que Portugal, mas, se se excluir a República Checa e a Hungria, os aposentados portugueses estão no fim da lista no que toca ao valor recebido depois de uma vida de trabalho, escreve a jornalista Alexandra Figueira no DN de Lisboa. O baixo valor das reformas poderá ser uma das razões que leva Portugal a ser o país da União que mais defende um sistema comum de pensões a todos os países comunitários. A conclusão pertence à Axa, uma seguradora que, além de vender produtos de poupança para a reforma, também analisa anualmente as expectativas de mais de 18 mil entrevistados, em 26 países. Em Portugal, o inquérito indica que sete em cada dez pensionistas recebem menos dinheiro do que quando trabalhavam, o que baixa para os 646 euros o valor médio das pensões - quase metade do valor de Espanha. E se os espanhóis dizem que, ao final do mês, lhes falta 37 euros para fazer face às despesas domésticas, em Portugal esse "buraco" é de 109 euros. Apesar das dificuldades financeiras trazidas pelo valor das reformas, o certo é que mais de metade dos reformados actuais em Portugal diz ter mantido ou melhorado a sua qualidade de vida. Os inquiridos em Portugal responderam, também, que gostariam de deixar a trabalhar aos 58 anos de idade mas, na realidade, a passagem à aposentação tem lugar, em média, aos 63 anos (ainda assim, mais cedo do que data legal e 65 anos). Mais de metade dos aposentados, até, passou à reforma antes de cumprida essa idade e, na maior parte dos casos, por sua própria iniciativa e não do empregador”;
· “Um inquérito por Internet da empresa internacional de estudos de mercado Nielsen concluiu que os consumidores portugueses eram, no segundo semestre de 2007, os mais pessimistas da Europa. O índice de confiança dos consumidores desenvolvido pela empresa, era de 56 pontos para Portugal, o que compara uma média de 89 pontos nos 19 países europeus abrangidos pelo estudo, um indicador em que a Noruega liderava com 135 pontos, seguida pela Dinamarca (124). Em relação às perspectivas da economia nacional para os próximos 12 meses, 43% dizem que são más, 49% que não são boas e apenas 8% afirmam serem boas ou muito boas. Quanto às perspectivas da situação financeira pessoal, 19% dizem que são más, 56% que não são boas e um quarto acha que são boas ou muito boas. Considerando as suas finanças pessoais e o custo de vida, 86% dos portugueses acham que o momento não está bom para compras, enquanto que 14% acham a ocasião boa ou muito boa para compras extraordinárias”.
· “Quase um terço dos trabalhadores portugueses encontra-se em situação precária, sendo os jovens até aos 34 anos os mais atingidos. A denúncia foi feita pela União de Sindicatos do Porto que refere que 1,7 dos 5,2 milhões de trabalhadores portugueses têm vínculos precários, dos quais 674 mil com contrato a termo, 190 mil com recibos verdes e 56 mil desempregados. Cerca de 35% dos jovens até aos 34 anos estão "particularmente expostos aos trabalhos precários". "Muitos deles ocupam empregos com baixas qualificações, baixos salários e horários de trabalho desregulados, apesar dos níveis médios de habilitações literárias relativamente altos, facto que torna esta situação ainda mais injusta e incompreensível na perspectiva do desenvolvimento do país";
· “Só dois dos novos países da União Europeia têm pensões de reforma mais baixas do que Portugal, mas, se se excluir a República Checa e a Hungria, os aposentados portugueses estão no fim da lista no que toca ao valor recebido depois de uma vida de trabalho, escreve a jornalista Alexandra Figueira no DN de Lisboa. O baixo valor das reformas poderá ser uma das razões que leva Portugal a ser o país da União que mais defende um sistema comum de pensões a todos os países comunitários. A conclusão pertence à Axa, uma seguradora que, além de vender produtos de poupança para a reforma, também analisa anualmente as expectativas de mais de 18 mil entrevistados, em 26 países. Em Portugal, o inquérito indica que sete em cada dez pensionistas recebem menos dinheiro do que quando trabalhavam, o que baixa para os 646 euros o valor médio das pensões - quase metade do valor de Espanha. E se os espanhóis dizem que, ao final do mês, lhes falta 37 euros para fazer face às despesas domésticas, em Portugal esse "buraco" é de 109 euros. Apesar das dificuldades financeiras trazidas pelo valor das reformas, o certo é que mais de metade dos reformados actuais em Portugal diz ter mantido ou melhorado a sua qualidade de vida. Os inquiridos em Portugal responderam, também, que gostariam de deixar a trabalhar aos 58 anos de idade mas, na realidade, a passagem à aposentação tem lugar, em média, aos 63 anos (ainda assim, mais cedo do que data legal e 65 anos). Mais de metade dos aposentados, até, passou à reforma antes de cumprida essa idade e, na maior parte dos casos, por sua própria iniciativa e não do empregador”;
· “Um inquérito por Internet da empresa internacional de estudos de mercado Nielsen concluiu que os consumidores portugueses eram, no segundo semestre de 2007, os mais pessimistas da Europa. O índice de confiança dos consumidores desenvolvido pela empresa, era de 56 pontos para Portugal, o que compara uma média de 89 pontos nos 19 países europeus abrangidos pelo estudo, um indicador em que a Noruega liderava com 135 pontos, seguida pela Dinamarca (124). Em relação às perspectivas da economia nacional para os próximos 12 meses, 43% dizem que são más, 49% que não são boas e apenas 8% afirmam serem boas ou muito boas. Quanto às perspectivas da situação financeira pessoal, 19% dizem que são más, 56% que não são boas e um quarto acha que são boas ou muito boas. Considerando as suas finanças pessoais e o custo de vida, 86% dos portugueses acham que o momento não está bom para compras, enquanto que 14% acham a ocasião boa ou muito boa para compras extraordinárias”.
Luís Filipe Malheiro (in "Jornal da Madeira, 29 de Janeiro de 2008)
<< Página inicial