Opinião: Notas Soltas
I. Queixou-se o PS nacional, pela voz do seu porta-voz e ministro Santos Silva, dos ataques feitos no Congresso do PSD da Madeira contra o Governo, contra os socialistas e contra figuras do governo central. Está no seu legítimo direito, não acham? Não acredito que Santos Silva estivesse à espera que Filipe Meneses se Alberto João Jardim tecessem elogios ao governo socialista de Sócrates e do qual ele faz parte. Ou estava? Portanto, tratando-se como se tratou de um congresso partidário, tratando-se do líder do maior partido da oposição o que queria o ministro que Meneses fizesse ou dissesse? Já agora, porque embora sendo ministro mas também membro do secretariado nacional do PS Augusto Santos Silva, vem à Madeira participar nas comemorações do 25 de Abril, num "gesto de solidariedade" para com as estruturas regionais do partido. Acho bem. Aliás, segundo li num jornal nacional, foi ele própria a revelar em Lisboa – “depois de questionado sobre se os órgãos nacionais socialistas tomaram posição sobre o polémico elogio do presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, ao "exemplo supremo na vida democrática" Alberto João Jardim”, dizia o jornal – a confirmar essa visita. Estou desejoso de ver que tipo de discurso fará ele no Funchal, se vai ou não furtar-se à possibilidade de ser acusado, por exemplo, de criticar e exigir uma coisa quando se trata do PS mas de fazer o contrário quando já se trata do PSD e sobretudo de enxovalhar Alberto João Jardim, porque é disso que se trata.
II. Tenho constatado que alguns políticos da oposição têm destacado, e insistido, em dar destaque a uma declaração atribuída ao Vice-Presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva, proferida no seu discurso de encerramento do recente Congresso do PSD da Madeira, onde foi eleito Presidente da Mesa, segundo o qual "é preciso projectos de governação para governar a Madeira no estado difícil que a encontramos". Evidentemente que João Cunha e Silva disse o que tinha que dizer, porque se a Região atravessa um período difícil, há que assumi-lo e não esconder das pessoas. Não acham que é melhor fazer isso do que andar a falar em recuperação económica para dois dias depois duas empresas anunciarem o encerramento, despedindo mais de 1000 trabalhadores? As dificuldades existem na Madeira, mas não somos os tais 80 mil pobres e esfarrapados que o PCP quer fazer crer, baseado num estudo publicado em 2005 e desenterrado não se sabe com que propósito nem elaborado com base em que critérios ou utilizando que conceitos de pobreza. O que é facto é que não entendo esta tentativa de filtragem dos factos, de deturpação da realidade, de querem imputar apenas ao PSD da Madeira alegados erros cometidos ao longo do seu percurso de governação – ninguém é perfeito – ignorando deliberadamente o que se tem passado em relação à Madeira, desde que o actual Governo em Lisboa tomou posse. Afinal as dificuldades por que passa a Madeira e que eu acho bem que sejam assumidas, também não responsabilizam outras instituições governamentais e, por via delas, outros partidos? O que a opinião pública não pode ter, não deve ter, é memória curta, deixando-se arrastar na ilusão de que existem agora uns tantos “salvadores da pátria” que têm solução para todos os problemas existentes na Região, que ridicularizam tudo o que é dito ou feito pelo simples facto de ter origem no PSD, nos seus autarcas ou no Governo Regional. Penso, é essa a minha opinião, que o real impacto negativo resultante da lei de finanças regionais – sobretudo pela forma como tudo foi feito, pela opção abrupta que foi desencadeada, sem qualquer período de transição – associado à relutância com que determinados mecanismos são sistematicamente recusados por Lisboa inviabilizando o recurso a empréstimos por parte da Madeira, só agora se começa a sentir na Região.
III. Quando me disseram que no último derby regional, realizado nos Barreiros, apenas um jogador madeirense (Bruno, do Marítimo) nele actuou, e que o outro madeirense era o árbitro, por sinal residente em Lisboa, a cuja Associação de Futebol está ligado, não queria acreditar. Mas depois de ouvir o jornalista Filipe Sousa no programa “Estádio” onde é comentador, classificar de vergonhoso esse facto – posição que eu subscrevo incondicionalmente – criticando também o comportamento dos Presidentes dos dois clubes por factos que confesso não dei grande atenção, comecei a perceber porque motivo Alberto João Jardim, quer na sua moção de estratégia apresentada ao Congresso, quer depois em declarações avulso aos jornalistas, defendeu que quando se fala num novo ciclo na Madeira também ele se aplicará ao desporto em geral e ao futebol profissional de alta competição em particular. É incontornável que assim aconteça. Mas não sei como, confesso.
II. Tenho constatado que alguns políticos da oposição têm destacado, e insistido, em dar destaque a uma declaração atribuída ao Vice-Presidente do Governo Regional, João Cunha e Silva, proferida no seu discurso de encerramento do recente Congresso do PSD da Madeira, onde foi eleito Presidente da Mesa, segundo o qual "é preciso projectos de governação para governar a Madeira no estado difícil que a encontramos". Evidentemente que João Cunha e Silva disse o que tinha que dizer, porque se a Região atravessa um período difícil, há que assumi-lo e não esconder das pessoas. Não acham que é melhor fazer isso do que andar a falar em recuperação económica para dois dias depois duas empresas anunciarem o encerramento, despedindo mais de 1000 trabalhadores? As dificuldades existem na Madeira, mas não somos os tais 80 mil pobres e esfarrapados que o PCP quer fazer crer, baseado num estudo publicado em 2005 e desenterrado não se sabe com que propósito nem elaborado com base em que critérios ou utilizando que conceitos de pobreza. O que é facto é que não entendo esta tentativa de filtragem dos factos, de deturpação da realidade, de querem imputar apenas ao PSD da Madeira alegados erros cometidos ao longo do seu percurso de governação – ninguém é perfeito – ignorando deliberadamente o que se tem passado em relação à Madeira, desde que o actual Governo em Lisboa tomou posse. Afinal as dificuldades por que passa a Madeira e que eu acho bem que sejam assumidas, também não responsabilizam outras instituições governamentais e, por via delas, outros partidos? O que a opinião pública não pode ter, não deve ter, é memória curta, deixando-se arrastar na ilusão de que existem agora uns tantos “salvadores da pátria” que têm solução para todos os problemas existentes na Região, que ridicularizam tudo o que é dito ou feito pelo simples facto de ter origem no PSD, nos seus autarcas ou no Governo Regional. Penso, é essa a minha opinião, que o real impacto negativo resultante da lei de finanças regionais – sobretudo pela forma como tudo foi feito, pela opção abrupta que foi desencadeada, sem qualquer período de transição – associado à relutância com que determinados mecanismos são sistematicamente recusados por Lisboa inviabilizando o recurso a empréstimos por parte da Madeira, só agora se começa a sentir na Região.
III. Quando me disseram que no último derby regional, realizado nos Barreiros, apenas um jogador madeirense (Bruno, do Marítimo) nele actuou, e que o outro madeirense era o árbitro, por sinal residente em Lisboa, a cuja Associação de Futebol está ligado, não queria acreditar. Mas depois de ouvir o jornalista Filipe Sousa no programa “Estádio” onde é comentador, classificar de vergonhoso esse facto – posição que eu subscrevo incondicionalmente – criticando também o comportamento dos Presidentes dos dois clubes por factos que confesso não dei grande atenção, comecei a perceber porque motivo Alberto João Jardim, quer na sua moção de estratégia apresentada ao Congresso, quer depois em declarações avulso aos jornalistas, defendeu que quando se fala num novo ciclo na Madeira também ele se aplicará ao desporto em geral e ao futebol profissional de alta competição em particular. É incontornável que assim aconteça. Mas não sei como, confesso.
Luís Filipe Malheiro (in Jornal da Madeira, 09 de Abril de 2008)
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