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segunda-feira, 5 de maio de 2008

Josef Fritzl, um carrasco inteligente e calculista

O texto é da jornalista do Publico, Andreia Sanches: "Durante 24 anos foi o carrasco da filha, manteve com ela uma relação incestuosa, engravidou-a sete vezes, foi aumentando a masmorra onde a tinha presa à medida que mais crianças nasciam. A Áustria está em choque. Josef Fritzl, de 73 anos, é descrito como um "monstro"É muito cedo ainda para responder com detalhe à pergunta que toda a gente faz neste momento: que tipo de homem é Josef Fritzl, o austríaco que forçou a filha a viver em cativeiro durante 24 anos, que a engravidou sete vezes e que obrigou três dos filhos a crescer com ela numa masmorra sem janelas? Mas dizer que se trata de alguém perverso, muito inteligente, manipulador e com uma "grande capacidade de adaptação" - ou nunca teria conseguido manter o seu segredo durante mais de duas décadas - não é arriscar de mais, diz Carlos Poiares, especialista em Psicologia Criminal. Josef Fritzl não matou, mas aparentemente partilha com alguns serial killers que a ciência tem estudado algumas características, nota Fernando Almeida, psiquiatra no Hospital de Magalhães Lemos, no Porto, e professor no Instituto Superior da Maia. "Em muitos casos de crimes em série encontramos uma forte componente sexual e esta coisificação do outro... sendo que o outro aqui é a filha que ele transformou na sua escrava sexual, o que torna tudo mais hediondo."Será este austríaco de 73 anos - um engenheiro reformado que os vizinhos achavam simpático - um doente mental? "A sua forma de actuação não é típica de um doente psicótico", continua Fernando Almeida. "Ele tem uma vida conseguida, actuou de uma forma calculista, teve uma grande capacidade de arranjar desculpas para as coisas que foram acontecendo... e aparentemente está bem na sua pele, tanto que conseguiu viver anos com os seus crimes."A filha, Elisabeth Fritzl, hoje com 42 anos, aceitou este fim-de-semana contar à polícia o que se passou com a condição de não ter de voltar a cruzar-se com o pai. Ontem mantinham-na internada. Está psicologicamente afectada e fisicamente muito frágil, segundo as agências de notícias.Elisabeth terá começado a ser abusada sexualmente pelo pai aos 11 anos. A mãe, Rosemarie, nunca terá desconfiado. É pelo menos isso que conta Elisabeth, uma mulher pálida e muito envelhecida, de acordo com o relato da polícia".

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