Opinião: VIAGENS
Não duvido que quem disser que o novo modelo tarifário a aplicar nos transportes aéreos entre a Região e o Continente é o que melhor serve os Madeirenses, está a mentir descaradamente. De resto, o desafio que aqui deixo aos meios de comunicação social é o de pedir que contactem as agências de viagens, peçam os diferentes tipos de tarifas existentes, façam todas as simulações possíveis (não recorram a “brincadeiras” na Internet) – por exemplo, comprando só ida, comprando um bilhete completo sem alteração das datas de regresso, comprando um bilhete completo com a previsão de ter de alterar, o regresso, comprando na véspera uma viagem para Lisboa que devido a um qualquer imprevisto terá que fazer, etc - indiquem os valores (valores totais, não misturem reembolso com tarifas pagas, porque as pessoas já sabem que têm direito a receber 60 euros, depois de comprovadamente realizarem a viagem respectiva) que para cada caso serão que ser pagos e, finalmente, expliquem as novas opções de tarifas, as diferenças quantitativas entre as tarifas praticadas até hoje e os novos montantes, as opções mais recomendáveis que agora se colocam aos passageiros (por exemplo se comprar apenas uma ida e depois, quando definir a dará de regresso, comprar no Continente uma vinda, a “impossibilidade” de comprar uma ida e deixar o regresso em aberto, porque nesse caso a viagem vai-lhe para quase 500 euros, etc)..
Ontem terminou o prazo para que as agências de viagens emitissem os bilhetes, em função das reservas já antecipadamente feitas, aplicando em relação a todas elas, ainda as tarifas antigas. Ou seja, as agências de viagens estiveram de plantão ocupadas com o contacto com os clientes e respectiva emissão dos bilhetes. Tudo isto porque, a partir de hoje aplica-se o novo modelo de reservas e as novas tarifas. Pouco me importa a questão de alguns irem à internet e fazerem ”brincadeiras” para criticarem ou elogiarem o esquema. Estão apenas a misturar coisas diferentes. O leilão que a TAP disponibilizou é uma coisa, as regras que ele obedece e as limitações e/ou condicionalismos são outra. Outro caso é o envolvimento neste circuito dos agentes de viagens. O problema é que as tarifas mais baixas estão condicionadas à oferta de lugares. Por exemplo, nas alturas de ponta – Natal e/ou Páscoa – nas quais a afluência de passageiros à Madeira é (ou era?) grande, os lugares disponibilizados para as classes de tarifas mais baratas, sobretudo em determinados horários ou são inexistentes, ou já desaparecerem no tal “leilão” da TAP ou só serão possíveis se a opção for para a aplicação da tarifa máxima. Neste contexto, os residentes que antes iam a Lisboa com frequência vão de certeza deixar de fazê-lo e os estudantes madeirenses que frequentem universidades continentais – porque é nesses que eu penso - ficarão prejudicados. O desafio que deixo aos que fazem uma “festança” com o novo modelo é este: deixem as coisas como estão, por exemplo até ao Natal e depois a gente fala!
No passado dia 23 de Abril realizou-se no Funchal uma reunião entre a TAP (a transportadora nacional, neste caso, não tem nada a ver com o assunto, limitando-se a aplicar a legislação aprovada) e os agentes de viagens que, já no dia seguinte, começaram a contactar os clientes para emissão de bilhetes, considerando o universo das reservas confirmadas até 24 de Abril, que teriam que ser impreterivelmente emitidos até ontem (caso contrário, ou eram canceladas as reservas a pedido do passageiro ou a partir de agora aplicam-se os novos valores tarifários). Obviamente que quem falar, sem conhecimento concreto (e estas informações foram obtidas junto de agentes de viagens porque tive essa preocupação prévia – já agora recordo que as agências de viagens eram responsáveis pela emissão de cerca de 70% dos bilhetes emitidos no percurso Madeira-Continente-Madeira), corre o risco de dizer asneira, sobretudo os “artistas” que misturam política com tudo. Os que tem filhos têm a estudar fora da região, obviamente que não sabem a realidade nem do que falam: ontem, 30 de Abril, se quisessem marcar uma viagem para o(a) filho(a) em para Setembro deste ano (retoma do novo ano escolar) com regresso ao Dezembro (Natal) ou emitiam ontem o bilhete com base na tarifa antiga, mas o passageiro (estudante) não podia alterar datas – porque se o fizer pagará a diferença entre a tarifa actual e a nova tarifa, o que pode atirar o custo do bilhete para m ais de 450 euros – ou mantém a reserva, compra o bilhete mais tarde porque os estudantes não conhecem os horários das aulas nem as datas dos exames das datas de viagens do(a) filho(a) mas já fica a saber que vai ter que pagar as novas tarifas.
Então – perguntarão as pessoas - quer isto dizer que fizeram uma alteração à legislação para ficar tudo pior do que estava? Isso mesmo. E sabem porquê? Apenas por um motivo: este novo modelo funcionaria normalmente, pelo menos é isso que os especialistas dizem, se existisse mais do que uma companhia a operar na linha. Com duas ou mais empresas, a oferta aumentaria e a concorrência do tarifário entre elas beneficiaria as pessoas. Por isso, penso que pelo menos até a entrada na linha de mais pelo menos um operador, estes novos procedimentos agora adoptados deveriam ser imediatamente suspensos. E porquê? Porque a alegada entrada da “Easyjet” na linha Madeira-Continente-Madeira (só Lisboa? Ou Lisboa e Porto?) – que foi anunciada há meses e que poderá explicar que este processo de tivesse desenvolvido normalmente – está longe de se concretizar, até porque a empresa pretende negociar previamente compensações financeiras com o Governo Regional, num esquema semelhante ao que se passa nas ligações com Londres (curiosa a revelação que esta empresa transportou desde Outubro de 2007 quase 94 mil passageiros entre a Madeira e a Inglaterra…). Quanto à SATA, recordo que esta empresa trabalha em “code share” com a TAP e não vejo interesse na companhia açoriana em libertar-se desse acordo e passar a trabalhar sozinha, sem a bengala do operador nacional que ainda por cima comprou a Portugália. Estão a perceber o puzzle?
Ontem terminou o prazo para que as agências de viagens emitissem os bilhetes, em função das reservas já antecipadamente feitas, aplicando em relação a todas elas, ainda as tarifas antigas. Ou seja, as agências de viagens estiveram de plantão ocupadas com o contacto com os clientes e respectiva emissão dos bilhetes. Tudo isto porque, a partir de hoje aplica-se o novo modelo de reservas e as novas tarifas. Pouco me importa a questão de alguns irem à internet e fazerem ”brincadeiras” para criticarem ou elogiarem o esquema. Estão apenas a misturar coisas diferentes. O leilão que a TAP disponibilizou é uma coisa, as regras que ele obedece e as limitações e/ou condicionalismos são outra. Outro caso é o envolvimento neste circuito dos agentes de viagens. O problema é que as tarifas mais baixas estão condicionadas à oferta de lugares. Por exemplo, nas alturas de ponta – Natal e/ou Páscoa – nas quais a afluência de passageiros à Madeira é (ou era?) grande, os lugares disponibilizados para as classes de tarifas mais baratas, sobretudo em determinados horários ou são inexistentes, ou já desaparecerem no tal “leilão” da TAP ou só serão possíveis se a opção for para a aplicação da tarifa máxima. Neste contexto, os residentes que antes iam a Lisboa com frequência vão de certeza deixar de fazê-lo e os estudantes madeirenses que frequentem universidades continentais – porque é nesses que eu penso - ficarão prejudicados. O desafio que deixo aos que fazem uma “festança” com o novo modelo é este: deixem as coisas como estão, por exemplo até ao Natal e depois a gente fala!
No passado dia 23 de Abril realizou-se no Funchal uma reunião entre a TAP (a transportadora nacional, neste caso, não tem nada a ver com o assunto, limitando-se a aplicar a legislação aprovada) e os agentes de viagens que, já no dia seguinte, começaram a contactar os clientes para emissão de bilhetes, considerando o universo das reservas confirmadas até 24 de Abril, que teriam que ser impreterivelmente emitidos até ontem (caso contrário, ou eram canceladas as reservas a pedido do passageiro ou a partir de agora aplicam-se os novos valores tarifários). Obviamente que quem falar, sem conhecimento concreto (e estas informações foram obtidas junto de agentes de viagens porque tive essa preocupação prévia – já agora recordo que as agências de viagens eram responsáveis pela emissão de cerca de 70% dos bilhetes emitidos no percurso Madeira-Continente-Madeira), corre o risco de dizer asneira, sobretudo os “artistas” que misturam política com tudo. Os que tem filhos têm a estudar fora da região, obviamente que não sabem a realidade nem do que falam: ontem, 30 de Abril, se quisessem marcar uma viagem para o(a) filho(a) em para Setembro deste ano (retoma do novo ano escolar) com regresso ao Dezembro (Natal) ou emitiam ontem o bilhete com base na tarifa antiga, mas o passageiro (estudante) não podia alterar datas – porque se o fizer pagará a diferença entre a tarifa actual e a nova tarifa, o que pode atirar o custo do bilhete para m ais de 450 euros – ou mantém a reserva, compra o bilhete mais tarde porque os estudantes não conhecem os horários das aulas nem as datas dos exames das datas de viagens do(a) filho(a) mas já fica a saber que vai ter que pagar as novas tarifas.
Então – perguntarão as pessoas - quer isto dizer que fizeram uma alteração à legislação para ficar tudo pior do que estava? Isso mesmo. E sabem porquê? Apenas por um motivo: este novo modelo funcionaria normalmente, pelo menos é isso que os especialistas dizem, se existisse mais do que uma companhia a operar na linha. Com duas ou mais empresas, a oferta aumentaria e a concorrência do tarifário entre elas beneficiaria as pessoas. Por isso, penso que pelo menos até a entrada na linha de mais pelo menos um operador, estes novos procedimentos agora adoptados deveriam ser imediatamente suspensos. E porquê? Porque a alegada entrada da “Easyjet” na linha Madeira-Continente-Madeira (só Lisboa? Ou Lisboa e Porto?) – que foi anunciada há meses e que poderá explicar que este processo de tivesse desenvolvido normalmente – está longe de se concretizar, até porque a empresa pretende negociar previamente compensações financeiras com o Governo Regional, num esquema semelhante ao que se passa nas ligações com Londres (curiosa a revelação que esta empresa transportou desde Outubro de 2007 quase 94 mil passageiros entre a Madeira e a Inglaterra…). Quanto à SATA, recordo que esta empresa trabalha em “code share” com a TAP e não vejo interesse na companhia açoriana em libertar-se desse acordo e passar a trabalhar sozinha, sem a bengala do operador nacional que ainda por cima comprou a Portugália. Estão a perceber o puzzle?
Luís Filipe Malheiro (in Jornal da Madeira, 01 de Maio de 2008)
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