Para Hollywood, o candidato ideal teria a imagem de Obama e o dinheiro de Hillary
A mulher de Bill Clinton vai receber de Elizabeth Taylor o donativo máximo permitido por lei na sua campanha para as eleições presidenciais de 2008. A estrela maior parece ser, no entanto, o senador do Illinois, que conta com a admiração de George Clooney e de Steven Spielberg. Halle Barry disse que apanharia o lixo do passeio para ele andar e a rainha das tardes televisivas Oprah Winfrey proclamou: "He"s the man!" Há também quem adore John Edwards ou Dennis Kucinich. A indústria cinematográfica é um dos principais contribuintes para o financiamento das campanhas nos EUA. Por Rita Siza, Washington A indústria do entretenimento de Hollywood, uma das comunidades mais liberais dos Estados Unidos, está em polvorosa com a quantidade e qualidade dos candidatos à nomeação do Partido Democrata às presidenciais de 2008. Mas o entusiasmo rapidamente se torna um dilema quando chega a altura de passar cheques para a campanha: que nome escrever na linha do destinatário - Hillary Clinton? John Edwards? Ou a nova estrela da cidade, Barack Obama?
Para Russel Simmons, estrela do hip-hop que cultiva uma imagem de independência, o candidato democrata ideal era aquele que tivesse "a imagem de Barack Obama, o dinheiro de Hillary Clinton e a voz de John Edwards". Para já, esses parecem ser os três nomes que reúnem a preferência dos liberais de Hollywood. Serão? "Também gosto muito de Dennis Kucinich", congressista do Ohio, acrescenta Simmons. Como explica Marge Tabankin, veterana activista política de Hollywood, o mais provável é que os grandes doadores do cinema e televisão comecem por distribuir o seu dinheiro entre os vários candidatos. "Este ano há uma percepção de que o campo democrata está muito forte. Muita gente vai apoiar vários candidatos, nem que seja por uma questão de manter o nível do debate: os nomes não param de aparecer, e toda a gente está curiosa de os conhecer, de ouvir o que têm para dizer", disse Tabanki à Associated Press. Na corrida pelo dinheiro de Hollywood, Hillary Clinton parte, teoricamente, em vantagem. A senadora de Nova Iorque é uma velha conhecida da indústria, e seguramente não desperdiçará lealdades antigas, os velhos contactos e a rede de financiamento e apoio que está montada desde o início da década de 1990, quando fazia campanha ao lado do marido, Bill.
2300 dólares de Liz
Elizabeth Taylor acaba de contribuir para a campanha de Hillary Clinton com 2300 dólares, montante anual máximo permitido para um donativo individual. "Gosto da sua forma de pensar", justificou a actriz. "Ela é muito sensata e inteligente, é uma líder com anos de experiência de governo, de diplomacia e de política". John Edwards, antigo senador da Carolina do Norte e derrotado candidato à vice-presidência, goza de idêntica popularidade entre os democratas de Hollywood. "Em termos da mensagem, ele é o meu preferido", garante Russel Simons. "John Edwards está muito bem posicionado, pela sua energia, inteligência, compromisso com a luta contra a pobreza ou a sua posição sobre a guerra no Iraque", referiu também Marge Tabankin. De todos os candidatos, prossegue, Edwards é o mais eficaz na explicação das suas razões e da sua ideologia. Ele é muito claro no que diz." No entanto, a sensação do momento em Hollywood parece ser Barack Obama. O senador do Illinois não pára de ser elogiado por algumas das maiores estrelas da indústria. O actor George Clooney é um dos mais leais admiradores e apoiantes do senador. Numa entrevista, a actriz Halle Berry disse que apanharia o lixo do passeio para Obama andar. Para a rainha das tardes televisivas, Oprah Winfrey, "he"s the man!".
Uma estrela de rock
"Obama tem um tremendo potencial. Ele é realmente como uma estrela de rock, que paira acima das questões da classe ou da raça que preocupam outros políticos [nos EUA]. Mas o facto é que as pessoas ainda não o conhecem bem, não sabem exactamente qual é a sua mensagem", nota Tabankin. Para colmatar essa "lacuna", o senador será o primeiro dos candidatos a "atacar" Hollywood. No próximo mês, Barack Obama terá direito a um mega-evento de recolha de fundos patrocinado por Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen no Beverly Hilton Hotel. A lista de convidados tem mais de 700 nomes, e aqueles que se comprometerem a arrecadar mais de 46 mil dólares para a campanha do senador serão "brindados" com um jantar privado na casa de Geffen. Dos três fundadores da produtora Dreamworks, apenas Katzenberg está, porém, "exclusivamente" comprometido com a campanha de Obama. Na Primavera, Spielberg junta-se a outros milionários de Los Angeles - o produtor Steve Bing, o empresário dos media Haim Saban, o magnata da distribuição Ron Burkle e o banqueiro Sim Farar - numa nova função de recolha de dinheiro, desta feita para a campanha de Hillary Clinton. De acordo com os números recolhidos pelo Center for Responsive Politics, um watchdog de Washington dedicado à vigilância do financiamento político, a indústria do entretenimento foi responsável por mais de 33 milhões de dólares de donativos aos candidatos e partidos nas eleições de 2004 (e 69 por cento desse dinheiro foi para os democratas).
Para Russel Simmons, estrela do hip-hop que cultiva uma imagem de independência, o candidato democrata ideal era aquele que tivesse "a imagem de Barack Obama, o dinheiro de Hillary Clinton e a voz de John Edwards". Para já, esses parecem ser os três nomes que reúnem a preferência dos liberais de Hollywood. Serão? "Também gosto muito de Dennis Kucinich", congressista do Ohio, acrescenta Simmons. Como explica Marge Tabankin, veterana activista política de Hollywood, o mais provável é que os grandes doadores do cinema e televisão comecem por distribuir o seu dinheiro entre os vários candidatos. "Este ano há uma percepção de que o campo democrata está muito forte. Muita gente vai apoiar vários candidatos, nem que seja por uma questão de manter o nível do debate: os nomes não param de aparecer, e toda a gente está curiosa de os conhecer, de ouvir o que têm para dizer", disse Tabanki à Associated Press. Na corrida pelo dinheiro de Hollywood, Hillary Clinton parte, teoricamente, em vantagem. A senadora de Nova Iorque é uma velha conhecida da indústria, e seguramente não desperdiçará lealdades antigas, os velhos contactos e a rede de financiamento e apoio que está montada desde o início da década de 1990, quando fazia campanha ao lado do marido, Bill.
2300 dólares de Liz
Elizabeth Taylor acaba de contribuir para a campanha de Hillary Clinton com 2300 dólares, montante anual máximo permitido para um donativo individual. "Gosto da sua forma de pensar", justificou a actriz. "Ela é muito sensata e inteligente, é uma líder com anos de experiência de governo, de diplomacia e de política". John Edwards, antigo senador da Carolina do Norte e derrotado candidato à vice-presidência, goza de idêntica popularidade entre os democratas de Hollywood. "Em termos da mensagem, ele é o meu preferido", garante Russel Simons. "John Edwards está muito bem posicionado, pela sua energia, inteligência, compromisso com a luta contra a pobreza ou a sua posição sobre a guerra no Iraque", referiu também Marge Tabankin. De todos os candidatos, prossegue, Edwards é o mais eficaz na explicação das suas razões e da sua ideologia. Ele é muito claro no que diz." No entanto, a sensação do momento em Hollywood parece ser Barack Obama. O senador do Illinois não pára de ser elogiado por algumas das maiores estrelas da indústria. O actor George Clooney é um dos mais leais admiradores e apoiantes do senador. Numa entrevista, a actriz Halle Berry disse que apanharia o lixo do passeio para Obama andar. Para a rainha das tardes televisivas, Oprah Winfrey, "he"s the man!".
Uma estrela de rock
"Obama tem um tremendo potencial. Ele é realmente como uma estrela de rock, que paira acima das questões da classe ou da raça que preocupam outros políticos [nos EUA]. Mas o facto é que as pessoas ainda não o conhecem bem, não sabem exactamente qual é a sua mensagem", nota Tabankin. Para colmatar essa "lacuna", o senador será o primeiro dos candidatos a "atacar" Hollywood. No próximo mês, Barack Obama terá direito a um mega-evento de recolha de fundos patrocinado por Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen no Beverly Hilton Hotel. A lista de convidados tem mais de 700 nomes, e aqueles que se comprometerem a arrecadar mais de 46 mil dólares para a campanha do senador serão "brindados" com um jantar privado na casa de Geffen. Dos três fundadores da produtora Dreamworks, apenas Katzenberg está, porém, "exclusivamente" comprometido com a campanha de Obama. Na Primavera, Spielberg junta-se a outros milionários de Los Angeles - o produtor Steve Bing, o empresário dos media Haim Saban, o magnata da distribuição Ron Burkle e o banqueiro Sim Farar - numa nova função de recolha de dinheiro, desta feita para a campanha de Hillary Clinton. De acordo com os números recolhidos pelo Center for Responsive Politics, um watchdog de Washington dedicado à vigilância do financiamento político, a indústria do entretenimento foi responsável por mais de 33 milhões de dólares de donativos aos candidatos e partidos nas eleições de 2004 (e 69 por cento desse dinheiro foi para os democratas).
Fonte: Publico
<< Página inicial