Expedição internacional parte à procura dos primeiros habitantes da Antárctida

Dez portos abandonados desde os anos 30
O Ice Lady Patagonia, navio oceanográfico da Associação de Exploração Científica Austral, passará por dez pequenos portos abandonados, que terão sido utilizados pelos caçadores. Desde então, arrisca Carlos Vairo, nunca mais ninguém esteve nesses portos. "Talvez algum barco tivesse passado por eles, mas sem parar para os explorar. Já se sabia que apenas tinham interesse para os baleeiros", explica Carlos Vairo. A tripulação realizará expedições em terra - procurando vestígios em praias e portos - e no fundo do mar, com a ajuda de um robô submarino, que leva câmaras a bordo. Serão usados botes para chegar a "todas as ilhas e ilhotas de cada porto natural da península da Antárctida", explica um comunicado da BF Goodrich para Espanha e Portugal, entidade financiadora da expedição. José Leal, porta-voz da BF Goodrich Antárctida 2007, explicou que, entre os 32 tripulantes, estão dois portugueses da área empresarial de pneus, voluntários convidados pela empresa. "A sua missão, como a das restantes pessoas a bordo que não são cientistas, é colaborar com a parte científica da expedição. Para avistar, localizar e catalogar os vestígios de baleeiros não é preciso uma preparação especial. É só seguir as indicações. Todos são necessários para a expedição."
Livro sobre as conclusões
A bordo do navio seguem também José María Jayme, que participou nas primeiras campanhas antárcticas espanholas, José Carlos Tamayo, membro de Al filo de lo imposible, programa da televisão espanhola, e o alpinista Miguel Angel Vidal.As conclusões da expedição serão divulgadas ao longo de 2007 e está prevista a publicação de um livro que reúna todos os descobrimentos antropológicos no continente branco desde 1994. Carlos Vairo considera que "existe informação sobre a Antárctida, mas está muito dispersa. Também queremos ver se a [informação] que temos é verdadeira e fazer um balanço daquilo que resta.""Seria muito importante proteger tudo o que encontrarmos." O investigador acredita que "estes vestígios possam ser protegidos como herança cultural (...) seja pelo Tratado Antárctico, seja pela UNESCO."
Fonte: Helena Geraldes, Público
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