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segunda-feira, 16 de abril de 2007

Curiosidades: Google Earth faz mapas para denunciar a tragédia do Darfur

A empresa de pesquisas na Internet Google, cujo lema é "Não fazer o mal" (Don"t be evil), lançou uma iniciativa que visa precisamente dar visibilidade a alguns dos males que afectam o mundo. Se observarmos a Terra através do programa de cartografia aérea Google Earth, podemos ver uma larga região da África Central assinalada a cor de laranja. Se fizermos um zoom sobre a região, vemos aparecer as palavras Crise do Darfur, juntamente com ícones de chamas, que identificam 1600 aldeias destruídas nos combates entre milícias governamentais e rebeldes e que causaram a morte de mais de 200 mil pessoas. Esta funcionalidade do Google Earth, que foi apresentada ao público na terça-feira, resulta de uma colaboração da empresa e do Holocaust Memorial Museum dos Estados Unidos. Os dois parceiros esperam conseguir mobilizar a opinião mundial em torno do sofrimento da isolada região do Darfur, no Sudão, graças a tecnologias como esta, que não existiam ao tempo de outras crises humanitárias. "Este projecto vai permitir a um grande número de pessoas, em todo o mundo, localizar com grande rigor os eventos que estão a ter lugar no Darfur e ter uma noção dos milhões de pessoas que são afectadas pela crise", diz a directora do museu, Sara J. Bloomfield. Fruto da imaginação de Andria Ruben McCool, uma antiga empregada do Google cuja família inclui sobreviventes do Holocausto na Alemanha, o projecto recorre a imagens de satélites combinadas com fotos, vídeos e outros dados oriundos da Iniciativa para a Prevenção de Genocídios - um programa do Holocaust Memorial Museum. O objectivo é transportar os utilizadores directamente para a crise do Darfur, fazendo-os voar virtualmente sobre os restos fantasmagóricos de milhares de cubatas carbonizadas. "As pessoas não sabem onde é o Darfur, portanto essa é a primeira coisa que é preciso dizer-lhes. Depois é preciso pegar neste acontecimento que está nas notícias e torná-lo real para as pessoas", diz McCool, de 39 anos, que começou a empenhar-se neste projecto há dois anos, quando trabalhava no departamento de serviços para empresas do Google Earth. A Google permite que vinte por cento do tempo de cada empregado seja investido em projectos pessoais e McCool pensou que o software de cartografia da empresa seria ideal para consciencializar as pessoas sobre o Darfur. McCool contactou o Holocaust Memorial Museum, que percebeu o potencial da tecnologia e começou a usar o Google Earth no seu site (www.ushmm.org) para localizar os lugares do Holocausto na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. "Temos esperança de que, ao combinar esta tecnologia de imagem de satélite com informação idónea e com dados do terreno, possamos evitar que as pessoas cruzem os braços enquanto um genocídio tem lugar", diz Lawrence Swiader, responsável da informação do museu. Os directores do Google também abraçaram a ideia de McCool, disponibilizando outros trabalhadores para o projecto e decidindo exibi-lo de forma proeminente no site do Google. Elliot Schrage, vice-presidente responsável pela comunicação e relações públicas, disse que o Google Earth gostaria de se empenhar noutros projectos de cariz humanitário e ajudar a desenvolver outros projectos já existentes com características semelhantes, como os sites do Programa de Ambiente das Nações Unidas. Cada janela pop-up do projecto Crise no Darfur inclui um link "Posso ajudar?" que possui informação do museu relativa a programas de ajuda humanitária e sites governamentais. McCool deixou o Google em Dezembro mas ainda colabora com a empresa, e confessou que os olhos se lhe encheram de lágrimas no dia em que o site foi lançado.
"Espero que possamos ajudar", disse McCool. "Espero que, quando um político fala com alguém sobre o Darfur que manifesta algum cepticismo sobre a situação, ele possa levá-la à frente do computador, abrir o nosso sítio e dizer-lhe "Como é que pode contestar isto""? Para Daowd Salih, um nativo do Darfur que se tem empenhado em dar a conhecer a crise na região, este tipo de visibilidade é essencial para pôr um termo à devastação da sua terra-mãe. "Precisamos que as pessoas percebam o que está a acontecer", diz Salih, que é presidente da Coligação Damanga para a Liberdade e a Democracia, um grupo de defesa dos direitos humanos com sede na Virgínia. "As pessoas precisam de ver como é que é o genocídio."
Fonte: Jim Puzzanghera, PÚBLICO/Los Angeles Times

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