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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Ondas de calor tornaram-se duas vezes mais frequentes na Europa nos últimos 100 anos

No último século, as ondas de calor tornaram-se duas vezes mais frequentes, e o número de dias muito quentes quase triplicou, concluiu uma equipa internacional de investigadores que analisou com novos olhos 54 séries de temperaturas de máximas diárias em países da Europa ocidental, incluindo Portugal. "Estes resultados reforçam as provas de que o clima da Europa ocidental se está a tornar mais extremo, e que o aumento das variações de temperatura, previsto para o futuro, já tem vindo a tornar-se realidade nos últimos 126 anos", escreve a equipa de Paul Della-Marta, da Universidade de Berna (Suíça), na revista Geophysical Research - Atmospheres, publicada pela União de Geofísica Americana. A equipa de Della-Marta coligiu uma base de dados de longa duração (de 1880 a 2005) com a medição da temperatura máxima durante o Verão. E chegou à conclusão de que as medições de temperatura mais antigas não eram de fiar - tinham um desvio assinalável para os valores mais altos do termómetro. Isto acontecia facilmente quando não se usavam caixas para proteger os instrumentos das estações meteorológicas da chuva, do vento ou da luz do Sol, tudo factores que podem alterar as medições, diz um comunicado da União de Geofísica Americana. Por causa dessa distorção dos dados dos últimos 126 anos, escreve a equipa, "as actuais estimativas de alterações nas temperaturas extremas diárias no período de Junho a Agosto têm sido bastante conservadoras". Os investigadores tentaram corrigir os desvios da sua base de dados e chegaram à conclusão de que as ondas de calor duram hoje três dias, em média - embora algumas possam chegar a 13 dias -, quando em 1880 duravam, em média, 1,5 dias. "Estas conclusões fornecem um suporte observacional aos estudos de modelação do clima que mostram que as temperaturas de Verão na Europa são particularmente sensíveis aos efeitos do aquecimento global", comentou Della-Marta. E, "devido a complexas reacções entre a atmosfera e o solo, é de esperar que as variações na temperatura de Verão continuem a aumentar até 2100", acrescentou. A Europa ocidental, em particular, deve sofrer altos impactos ambientais e sociais das alterações climáticas. Verões devastadoramente quentes como o de 2003, diz a equipa, "devem ser cada vez mais frequentes." (fonte: Clara Barata, Publico)

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