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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Pode ter sido descoberta a origem do anel G de Saturno

Galileu, a primeira pessoa a vê-los, ficou confuso quando lhe apareceram no telescópio as duas projecções simétricas ligadas ao planeta. Dizia, um tanto perplexo, que pareciam duas orelhas. Ainda no século XVI, foi o astrónomo holandês Christiaan Huygens quem percebeu que aquelas "orelhas" de Saturno eram anéis, pois claro. Mas os mistérios não acabaram aí, pois ainda hoje os anéis desafiam a compreensão dos cientistas. Quanto ao mais estranho, o G, pensam ter encontrado agora uma explicação para a sua existência. Como apareceram os anéis, compostos por pedaços de água congelada e poeiras, continua a não se saber exactamente. Pensa-se que se terão formado há 100 milhões de anos, na sequência da colisão de um asteróide ou de um cometa com uma das luas de Saturno. A estranheza do anel G, um dos mais distantes de Saturno, a cerca de 165 mil quilómetros do planeta, deve-se ao facto de não haver nenhuma lua nas suas proximidades, como acontece com outros anéis. Uma lua, através dos seus efeitos gravitacionais, poderia manter as partículas de gelo e pó confinadas numa certa região, como fazem as luas Prometeu e Pandora com o anel F. Ou poderia ser uma fonte contínua de partículas para reabastecer o anel, como faz Encelado em relação ao anel E. "Mas o anel G não está perto de nenhuma lua e é isso que o torna estranho", diz Matthew Hedman, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, citado pela BBC Online. Com imagens e dados recolhidos pela sonda Cassini, em Saturno desde meados de 2004, a equipa de Matthew Hedman pôde revelar, na revista Science, a origem do anel G. Por um lado, o anel é composto por minúsculas partículas de poeiras espalhadas de forma uniforme, atingindo quase seis mil quilómetros de largura, explica um comunicado de imprensa da NASA. Por outro lado, na parte interior do anel existe um arco muito brilhante formado por pedaços de gelo, com alguns centímetros até um metro, atingindo 250 quilómetros de largura. A origem do anel G reside nesse arco brilhante: os efeitos gravitacionais de outra das luas de Saturno, Mimas, originam o choque dos bocados de gelo, o que provoca a libertação de poeiras. Depois, o gigantesco campo magnético de Saturno faz o resto do trabalho: varre as minúsculas partículas, que formam o anel G. Galileu, a primeira pessoa a apontar um telescópio aos céus, em 1609, teria certamente gostado de saber isto. Como apareceram os anéis, compostos por pedaços de água congelada e poeiras, continua a não se saber ao certo (fonte: Teresa Firmino, Publico)

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