Opinião: VELHOTES E GENTINHA…
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O problema é que o PSD da Madeira, para além da necessidade de manter-se fora de pressões ou de “encomendas” feitas a partir de fora, tem pouco espaço de manobra e de opção: ou o universo dos militantes decide em função do que pensa que será o melhor para a Madeira e para o partido, ou escolhe em função de esquemas “mafiosos”, de manipulação, de interesses de grupos, da maior ou menor habilidade de alguns, do “charme” de outros, e acaba por entregar o “ouro ao bandido”, arrastando o PSD da Madeira para a lama e para a derrota. Não há soluções consensuais, como é sabido, nem as lideranças nos partidos democráticos podem ser encaradas numa perspectiva restritiva e totalitária, imposta de cima para baixo tipo Cuba ou Coreia do Norte, como se um partido fosse uma monarquia. O que os partidos precisam de encontrar, depois de casos de liderança forte e carismática como é o caso do PSD da Madeira, são as soluções que possam melhor ir ao encontro do eleitorado, da sociedade civil, porque nenhum partido a contar com os seus apenas filiados ganha eleições. O PSD da Madeira, antes de pensar em 2010, precisa de saber eleitoralmente o que vale, precisa de conhecer o seu percurso eleitoral, precisa de saber que instabilidade ou consistência eleitoral regista desde 1975 até hoje, que peso eleitoral certo representa Alberto João Jardim, etc. Esse estudo não existe, nunca foi feito, não é fácil de ser realizado, pelo que tudo o que sobre isto for dito não passa de invenção.
A nova Comissão Política do PSD da Madeira, como o próprio repetidamente afirmou – em reuniões da Comissão Política, do Conselho Regional ou nos encontros mantidos com filiados - é uma opção pessoal. Assim sendo, está tudo dito. As pessoas podem concordar ou discordar dos critérios utilizados, mas têm que respeitar a opção tomada por ser exactamente uma escolha pessoal. Eu também não votei em Filipe Meneses mas aceito a vontade da maioria dos que votaram nas “directas”, mesmo tendo a certeza de que se vão arrepender da decisão tomada. E quando esse momento chegar, resta-nos identificar e responsabilizar os responsáveis pelo que se passou. Será que Alberto João Jardim deveria escolher em função das pressões, dos interesses, da sugestões, das notícias, das declarações, dos artigos de opinião feitos à pressão, do protagonismo ensaiado numa louca correria – nas semanas que antecederam o anúncio da nova CPR – e não em função do seu critério? Para todos os efeitos, serão os tais “velhotes” e a “gentinha” de segundo nível – só porque não são tão “iluminados” e sabedores como alguns ratos de biblioteca que ficaram à porta ou viram adiadas as suas ambições pessoais… - que enfrentarão o próximo ciclo eleitoral regional e prepararão a realização do tal congresso de 2010. Por isso a “lenga-lenga” vai continuar…
Luís Filipe Malheiro (in "Jornal da Madeira", 22 de Janeiro de 2008)
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