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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Começou o "abandonar do barco" de Durão Barroso

Diz o Expresso, num texto dos jornalistas Luísa Meireles e Daniel do rosário, correspondente em Bruxelas, que "o comissário Franco Frattini, responsável pela Justiça e Assuntos Internos, comunicou esta semana a Durão Barroso que deixará o cargo em meados do próximo mês para participar nas eleições de Abril no seu país. O britânico Peter Mendelson, responsável pela pasta do Comércio, também já foi informado pelo seu primeiro-ministro, Gordon Brown, que não terá o mandato renovado. E Benita Ferrero-Waldner, comissária das Relações Externas, bem como Joaquim Almunia, o espanhol responsável pelos Assuntos Monetários, poderão não cumprir até ao fim os respectivos mandatos, se entretanto entrar em vigor o novo Tratado, o qual determina a criação do cargo de Alto Representante para a Política Externa, acabando com o posto da primeira. Se for Javier Solana o escolhido, Almunia terá que voltar para casa, porque não pode haver dois comissários com a mesma nacionalidade. Nos gabinetes, o clima de fim de festa ainda é mais acentuado. É uma verdadeira ‘deserção’. “Isto é uma espécie de trampolim, e para arranjar coisas melhores tem de ser agora, não no fim do mandato”, explicou ao Expresso um eurocrata. Ao nível do serviço de porta-vozes, por exemplo, um terço da equipa que assumiu funções em 2004 já foi renovada, entre mudanças de serviço e troca da função pública europeia pelo sector privado. Nesta altura, é quase um segredo de polichinelo Durão Barroso querer ficar mais cinco anos em Bruxelas, seja para cumprir um segundo mandato como presidente da Comissão Europeia seja mesmo para estrear o novíssimo cargo de presidente do Conselho Europeu, se a maioria resultante das próximas eleições europeias, em Junho de 2009, não for favorável à sua família política, o Partido Popular Europeu (PPE). O novo Tratado ‘ata’ o seu cargo à maioria no Parlamento Europeu. Mas esta é apenas uma das incógnitas dos debates que já se iniciaram em Bruxelas sobre os futuros titulares dos supremos cargos da União, a saber, os de presidente da Comissão, presidente do Conselho Europeu e Alto Representante, o futuro ‘MNE europeu’. E se Barroso não tem praticamente concorrentes no seu cargo, “desde que não se cole demasiado aos ‘grandes”, como afirmava um bom conhecedor dos corredores do Barlaymont, para os dois últimos já são lançados nomes, ao mesmo tempo que se mantêm as dúvidas sobre o seu perfil, funções, peso e orçamento. “Está-se na fase de apalpar terreno e de lançar as lebres”, dizia o secretário de Estado para os Assuntos Europeus, Manuel Lobo Antunes, que concorda que o primeiro presidente do Conselho “irá moldar o cargo e abrir o caminho futuro”. Tony Blair, lançado pelo Presidente francês, é um nome que suscita muitas resistências, por ser oriundo de um país que não participa nas principais políticas europeias (há mesmo uma petição «online» a correr contra ele, www.stopblair.eu). Lobo Antunes, todavia, não o descarta só por essa razão: “os ingleses sempre fizeram bons cargos europeus e há que dar um sinal de envolvimento ao Reino Unido”. Já Maria João Rodrigues acha que, antes de se discutirem nomes, tem de se debater critérios. Para a veterana conselheira da Comissão, o principal é que o presidente do Conselho não “eclipse” o da Comissão, o verdadeiro cargo executivo. O ideal seria discutir em pacote, até porque vai ser preciso equilibrar critérios partidários, nacionais e regionais (e acomodar os países do Leste) - o que só será possível se o Tratado de Lisboa entrar em vigor não em Janeiro mas depois. A pressão vai ser intensa".

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