Opinião: SUPORTE E NÃO OBSTÁCULO
Eu não sei o que aconteceu ontem no Conselho Nacional do PSD, porque escrevo este apontamento com antecedência tal, que me impede de fazê-lo depender do que venha a ocorrer nessa importante reunião social-democrata. Sobretudo porque o envolvimento de Alberto João Jardim neste processo actual de disputa interna - acredito que por via de terceiros e por iniciativa destes, que não do próprio Jardim – cresceu muito nos últimos dias.
Mas há uma questão preliminar que obviamente tem que ser posta, com toda a clareza, e que, em certa medida, sei que preocupa Jardim: o que poderia acontecer ao PSD da Madeira caso ele fosse eleito líder nacional, dada a incompatibilidade de funções partidárias? Neste caso – e sem sequer apontar soluções estatutárias que sustentariam a manutenção da situação partidária sem problemas, até ao próximo Congresso - direi apenas que o PSD da Madeira não tem o direito de constituir-se num problema para João Jardim, ao ponto de impedi-lo de aceitar, caso esse cenário se coloque (porque nada está confirmado), um dos desafios políticos nacionais mais importantes da sua carreira política. E, neste contexto, o partido, desde a sua estrutura máxima ao mais discreto dos militantes, deve ter a consciência que todas as movimentações, todas as manobras, todos os autores de eventuais casos de desestabilização, todos os oportunistas que se tentem aproveitar desse momento para desencadearem instabilidade, assaltarem o poder, lutarem pela sobrevivência pessoal e política e afastarem pessoas movidos apenas por ajustes de contas pessoais, devem ser severamente punidos e marginalizados, independentemente das responsabilidades que tenham no partido.
E que isto fique bem claro: o PSD da Madeira não tem o direito, muito menos neste momento – embora nada de concreto esteja definido - de obstaculizar João Jardim de fazer seja o que for. O PSD da Madeira tem o dever moral, a obrigação política se quiserem, de constituir-se numa guarda avançada de apoio incondicional ao seu líder histórico, sobretudo neste momento. Por isso, reajo com natural irritação quando me confronto com falsidades e hipocrisias, facilmente detectáveis à distância, ou com insinuações de que o líder madeirense está ”hesitante” em tomar uma decisão, também (mas não só) pelo simples facto de estar “amarrado” à estrutura regional do partido, em virtude de que não tem a certeza do que possa acontecer na Região, caso ele saísse mais cedo do que previa. Seria vergonhoso se, neste momento, quando ao partido e ao país se colocam desafios de transcendente importância, e que ultrapassam os limites políticos e geográficos da própria Região, se viessem a registar situações anómalas, apenas “justificáveis” pela ausência de racionalidade ou por ambições descontroladas. Até porque, é bom que as pessoas tenham presentes que, mesmo que Jardim fosse eleito Presidente do PSD nacional – e digo isto já com a intenção de travar certos bailaricos – nada obriga a que abandone o lugar de Presidente do Governo, porque não há qualquer incompatibilidade. Haveria apenas se Jardim optasse por ser deputado na Assembleia da República, Incompatibilidade, aliás facilmente compreensível, existe apenas em matéria de liderança do partido. Estamos entendidos?
Porque gosto de ser pragmático, - e não abdico do meu realismo crónico – para além de considerar Alberto João Jardim – que foi um dos oradores na reunião, tendo basicamente apresentado uma comunicação baseada no discurso que proferiu no início desta semana – um excelente candidato para os desafios que hoje se colocam ao PSD nacional, também tenho a convicção de que o líder madeirense deve estar atento a manifestações de “apoio” que não passam de falsidades puras, concretamente de meros “apalpar do terreno” para “recolha de informações” quanto a intenções, num leva e traz que chega a ser patético, mas deliciante de ser acompanhado. Sobretudo porque tudo se passa nos bastidores. Jardim não pode sair chamuscado deste processo, muito menos pode ser traído, porque isso fragilizaria a sua imagem e, para além da injustiça – e falo apenas no PSD – seria provavelmente mau para a sua imagem no regresso à Madeira. Ou seja, Jardim precisa de ter o retrato fiel da realidade partidária neste momento, dos jogos e das jogatanas, da realidade e da ficção, recusa de continuar a distinguir entre o apoio pessoalizado a candidaturas da realidade do partido, nas bases, onde estão os eleitores, das sua expectativas, das suas esperanças, dos seus anseios, das suas frustrações, da falta de mobilização, da dinâmica que desapareceu, do projecto que tem que ser reconstruído, da mensagem política que tem que ser levada coerentemente, e ainda mais coerentemente mantida, ao longo do próximo ano. Ele sabe isso tudo, eu sei que ele tem estado atento. Mas independentemente do que tenha acontecido ontem em Lisboa - e não acredito que alguma coisa tenha ainda acontecido – ou do que possa acontecer, Alberto João Jardim tem que contar com o PSD, tem que contar com a solidariedade dos seus filiados, tem que falar ao coração do partido, às bases, tendo sempre presente que existem vários patamares de apreciação, desde o mais elitista, situado lá no topo, muitas vezes sem canais de comunicação para os restantes patamares estruturais do partido, quer o intermédio, quer o mais baixo ocupado pela massa imensa dos filiados que não andam à procura de lugares ou de tachos, mas que querem a mudança, precisam de um partido forte mas essencialmente de um líder que fale a sua linguagem, que lhes devolva a esperança de que é possível mudar.
Mas há uma questão preliminar que obviamente tem que ser posta, com toda a clareza, e que, em certa medida, sei que preocupa Jardim: o que poderia acontecer ao PSD da Madeira caso ele fosse eleito líder nacional, dada a incompatibilidade de funções partidárias? Neste caso – e sem sequer apontar soluções estatutárias que sustentariam a manutenção da situação partidária sem problemas, até ao próximo Congresso - direi apenas que o PSD da Madeira não tem o direito de constituir-se num problema para João Jardim, ao ponto de impedi-lo de aceitar, caso esse cenário se coloque (porque nada está confirmado), um dos desafios políticos nacionais mais importantes da sua carreira política. E, neste contexto, o partido, desde a sua estrutura máxima ao mais discreto dos militantes, deve ter a consciência que todas as movimentações, todas as manobras, todos os autores de eventuais casos de desestabilização, todos os oportunistas que se tentem aproveitar desse momento para desencadearem instabilidade, assaltarem o poder, lutarem pela sobrevivência pessoal e política e afastarem pessoas movidos apenas por ajustes de contas pessoais, devem ser severamente punidos e marginalizados, independentemente das responsabilidades que tenham no partido.
E que isto fique bem claro: o PSD da Madeira não tem o direito, muito menos neste momento – embora nada de concreto esteja definido - de obstaculizar João Jardim de fazer seja o que for. O PSD da Madeira tem o dever moral, a obrigação política se quiserem, de constituir-se numa guarda avançada de apoio incondicional ao seu líder histórico, sobretudo neste momento. Por isso, reajo com natural irritação quando me confronto com falsidades e hipocrisias, facilmente detectáveis à distância, ou com insinuações de que o líder madeirense está ”hesitante” em tomar uma decisão, também (mas não só) pelo simples facto de estar “amarrado” à estrutura regional do partido, em virtude de que não tem a certeza do que possa acontecer na Região, caso ele saísse mais cedo do que previa. Seria vergonhoso se, neste momento, quando ao partido e ao país se colocam desafios de transcendente importância, e que ultrapassam os limites políticos e geográficos da própria Região, se viessem a registar situações anómalas, apenas “justificáveis” pela ausência de racionalidade ou por ambições descontroladas. Até porque, é bom que as pessoas tenham presentes que, mesmo que Jardim fosse eleito Presidente do PSD nacional – e digo isto já com a intenção de travar certos bailaricos – nada obriga a que abandone o lugar de Presidente do Governo, porque não há qualquer incompatibilidade. Haveria apenas se Jardim optasse por ser deputado na Assembleia da República, Incompatibilidade, aliás facilmente compreensível, existe apenas em matéria de liderança do partido. Estamos entendidos?
Porque gosto de ser pragmático, - e não abdico do meu realismo crónico – para além de considerar Alberto João Jardim – que foi um dos oradores na reunião, tendo basicamente apresentado uma comunicação baseada no discurso que proferiu no início desta semana – um excelente candidato para os desafios que hoje se colocam ao PSD nacional, também tenho a convicção de que o líder madeirense deve estar atento a manifestações de “apoio” que não passam de falsidades puras, concretamente de meros “apalpar do terreno” para “recolha de informações” quanto a intenções, num leva e traz que chega a ser patético, mas deliciante de ser acompanhado. Sobretudo porque tudo se passa nos bastidores. Jardim não pode sair chamuscado deste processo, muito menos pode ser traído, porque isso fragilizaria a sua imagem e, para além da injustiça – e falo apenas no PSD – seria provavelmente mau para a sua imagem no regresso à Madeira. Ou seja, Jardim precisa de ter o retrato fiel da realidade partidária neste momento, dos jogos e das jogatanas, da realidade e da ficção, recusa de continuar a distinguir entre o apoio pessoalizado a candidaturas da realidade do partido, nas bases, onde estão os eleitores, das sua expectativas, das suas esperanças, dos seus anseios, das suas frustrações, da falta de mobilização, da dinâmica que desapareceu, do projecto que tem que ser reconstruído, da mensagem política que tem que ser levada coerentemente, e ainda mais coerentemente mantida, ao longo do próximo ano. Ele sabe isso tudo, eu sei que ele tem estado atento. Mas independentemente do que tenha acontecido ontem em Lisboa - e não acredito que alguma coisa tenha ainda acontecido – ou do que possa acontecer, Alberto João Jardim tem que contar com o PSD, tem que contar com a solidariedade dos seus filiados, tem que falar ao coração do partido, às bases, tendo sempre presente que existem vários patamares de apreciação, desde o mais elitista, situado lá no topo, muitas vezes sem canais de comunicação para os restantes patamares estruturais do partido, quer o intermédio, quer o mais baixo ocupado pela massa imensa dos filiados que não andam à procura de lugares ou de tachos, mas que querem a mudança, precisam de um partido forte mas essencialmente de um líder que fale a sua linguagem, que lhes devolva a esperança de que é possível mudar.
Luís Filipe Malheiro (in Jornal da Madeira, 24 de Abril de 2008)
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