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terça-feira, 6 de maio de 2008

Três em cada dez universitários atrasam-se a completar o curso

Escreve o jornalista Pedro Araújo do "Jornal de Notícias" que "três em cada dez alunos das licenciaturas não conseguem completar o curso dentro do tempo normal, isto é, sem chumbar ou perder o ano por qualquer motivo. O grau global de sucesso no Ensino Superior português tem subido e situava-se, em 2005/06, nos 67,6%. Ou seja, havia um grau de insucesso de 32,4%. Segundo Luís Reis Torgal, coordenador do Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra, "o facilitismo de Bolonha vai contribuir para elevar ainda mais o grau de sucesso nos próximos anos".O Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior fez as contas de uma forma simples se em 2002/03 entraram, por exemplo, 100 alunos no primeiro ano de cursos de quatro anos, e se em 2005/06 só se formaram 80, então o índice de sucesso é de 80% e do de insucesso de 20%.Em 2005/06, o índice de sucesso escolar é mais elevado nos estabelecimentos de ensino privado (quase mais seis pontos percentuais). Por outro lado, enquanto que no ensino superior público o nível de sucesso é mais elevado no ramo universitário, no privado o nível de sucesso é mais elevado no politécnico. A variabilidade dos índices de sucesso escolar entre cursos é maior no ensino privado, em especial no politécnico, enquanto que no sector público o sistema universitário é mais homogéneo nos graus de sucesso dos alunos de licenciatura.Apesar de o grau de sucesso em Portugal (67%) não estar distante da média da OCDE (70%), Reis Torgal, coordenador do referido Centro de Estudos e professor catedrático reformado, considera que o sucesso não se mede em números, mas sim pela qualidade. "Há um mal-estar na universidade. Basta falar com qualquer professor universitário. Bolonha podia ter sido uma oportunidade para fazer uma excelente reforma do ensino na Europa, mas acabou por ser um processo montado por razões económicas e os governos fazem um esforço por mostrarem as estatísticas do sucesso".

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