Arcebispo de Varsóvia demite-se por colaboração com polícia secreta
O novo arcebispo de Varsóvia, Polónia, demitiu-se hoje em pleno escândalo sobre a sua colaboração com a polícia secreta do regime comunista que terminou em 1989. A Igreja Católica polaca confirmou a renúncia de Stanislaw Wielgus, que era arcebispo desde sexta-feira e deveria hoje ser formalmente empossado. O breve comunicado da Igreja surgiu apenas 30 minutos antes da missa em que Stanislaw Wielgus deveria ser confirmado. Stanislaw Wielgus admitiu ter cooperado com a polícia secreta comunista depois de uma comissão nomeada pela própria Igreja ter reconhecido que o religioso tinha colaborado com aquela força. O arcebispo disse que teve contacto com agentes, mas negou ter dado informações sobre padres à polícia secreta política, argumentando que os documentos que sugeriam que fora um informador foram escritos apenas por "funcionários" comunistas. A Polónia é a pátria do anterior Papa, João Paulo II, e é um país profundamente católico e grato à Igreja pelo seu papel durante a opressão do regime comunista, pelo que a revelação do arcebispo chocou a população. Segundo a BBC online, dois terços dos polacos, indicam sondagens, defendiam a renúncia de Wielgus à luz da sua admissão de colaboração com a secreta. O bispo que deveria abandonar o cargo para ser substituído por Wielgus, Jozef Glemp, vai assegurar o lugar a pedido do Papa Bento XVI
Vaticano fala em vingança contra a Igreja polaca
O Vaticano afirmou ter havido “uma vingança” contra a Igreja polaca por parte dos seus antigos “perseguidores”, numa reacção à demissão do novo arcebispo de Varsóvia pela sua colaboração com a polícia secreta do regime comunista que terminou em 1989.
“A actual vaga de ataques contra a Igreja Católica na Polónia, a tantos anos de distância do fim do regime comunista (...), tem aspectos de uma estranha aliança entre os perseguidores do passado e de outros dos seus adversários”, mais do que uma “sincera procura pela transparência e pela verdade”, denunciou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, numa declaração escrita. Esses “ataques” contra a Igreja do antigo Papa João Paulo II denunciam “uma vingança pela parte dos seus antigos perseguidores, vencidos pela fé e pela vontade de liberdade do povo polaco”, acrescentou Lombardi. O arcebispo de Varsóvia Stanislaw Wielgus admitiu ter cooperado com a polícia secreta comunista depois de uma comissão nomeada pela própria Igreja ter reconhecido que o religioso tinha colaborado com aquela força.O arcebispo disse que teve contacto com agentes, mas negou ter dado informações sobre padres à polícia secreta política, argumentando que os documentos que sugeriam que fora um informador foram escritos apenas por "funcionários" comunistas.
O porta-voz do Vaticano sublinha que a demissão do arcebispo Wielgus, já aceite pelo Papa Bento XVI, “surgiu como uma solução adequada” perante a “desorientação provocada na nação polaca pelas revelações sobre o seu passado de colaborador da polícia política comunista". O padre Lombardi reconheceu ainda que o “comportamento de Wielgus durante o regime comunista comprometeu gravemente a sua autoridade”, apesar da sua “humildade e pedido emocionado pelo perdão”. “A Igreja não receia a verdade e os seus membros devem conseguir reconhecer os seus próprios defeitos”, concluiu o representante do Vaticano. Um comunicado da nunciatura apostólica de Varsóvia fez saber que o Bento XVI confiou a administração da arquidiocese ao titular cessante, o cardeal Jozef Glemp, "até à tomada de novas decisões relativas ao arcebispado".
Stanislaw Wielgus Ao serviço do comunismo
Stanislaw Wielgus, 67 anos, que ontem se demitiu minutos depois de ter sido entronizado como arcebispo de Varsóvia, reconhecera publicamente ter trabalhado para os serviços secretos do antigo regime comunista polaco, os Sluzba Bezpieczenstwa (SB), mas desmentira ter sido um informador ou prejudicado alguém. Wielgus nasceu na aldeia de Wierzchowiska, perto da cidade de Lublin, meses antes de a Polónia ter sido invadida em Setembro de 1939 pelas tropas do II Reich, da União Soviética e de um pequeno contingente eslovaco aliado de Hitler. Ordenado sacerdote em 1962, foi como estudante de Filosofia na Universidade de Lublin, cinco anos mais tarde, que começou por ser contactado pelos SB, vindo a ter mais de 50 reuniões com agentes do regime, para discutir figuras do clero e académicos católicos. Em 1973 começou a trabalhar para os serviços secretos externos, que o tentaram infiltrar na Rádio Europa Livre, numa altura em que o seu compatriota Karol Wojtyla se tornou o Papa João Paulo II.
Fonte: Publico e AP
Vaticano fala em vingança contra a Igreja polaca
O Vaticano afirmou ter havido “uma vingança” contra a Igreja polaca por parte dos seus antigos “perseguidores”, numa reacção à demissão do novo arcebispo de Varsóvia pela sua colaboração com a polícia secreta do regime comunista que terminou em 1989.
“A actual vaga de ataques contra a Igreja Católica na Polónia, a tantos anos de distância do fim do regime comunista (...), tem aspectos de uma estranha aliança entre os perseguidores do passado e de outros dos seus adversários”, mais do que uma “sincera procura pela transparência e pela verdade”, denunciou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, numa declaração escrita. Esses “ataques” contra a Igreja do antigo Papa João Paulo II denunciam “uma vingança pela parte dos seus antigos perseguidores, vencidos pela fé e pela vontade de liberdade do povo polaco”, acrescentou Lombardi. O arcebispo de Varsóvia Stanislaw Wielgus admitiu ter cooperado com a polícia secreta comunista depois de uma comissão nomeada pela própria Igreja ter reconhecido que o religioso tinha colaborado com aquela força.O arcebispo disse que teve contacto com agentes, mas negou ter dado informações sobre padres à polícia secreta política, argumentando que os documentos que sugeriam que fora um informador foram escritos apenas por "funcionários" comunistas.
O porta-voz do Vaticano sublinha que a demissão do arcebispo Wielgus, já aceite pelo Papa Bento XVI, “surgiu como uma solução adequada” perante a “desorientação provocada na nação polaca pelas revelações sobre o seu passado de colaborador da polícia política comunista". O padre Lombardi reconheceu ainda que o “comportamento de Wielgus durante o regime comunista comprometeu gravemente a sua autoridade”, apesar da sua “humildade e pedido emocionado pelo perdão”. “A Igreja não receia a verdade e os seus membros devem conseguir reconhecer os seus próprios defeitos”, concluiu o representante do Vaticano. Um comunicado da nunciatura apostólica de Varsóvia fez saber que o Bento XVI confiou a administração da arquidiocese ao titular cessante, o cardeal Jozef Glemp, "até à tomada de novas decisões relativas ao arcebispado".
Stanislaw Wielgus Ao serviço do comunismo
Stanislaw Wielgus, 67 anos, que ontem se demitiu minutos depois de ter sido entronizado como arcebispo de Varsóvia, reconhecera publicamente ter trabalhado para os serviços secretos do antigo regime comunista polaco, os Sluzba Bezpieczenstwa (SB), mas desmentira ter sido um informador ou prejudicado alguém. Wielgus nasceu na aldeia de Wierzchowiska, perto da cidade de Lublin, meses antes de a Polónia ter sido invadida em Setembro de 1939 pelas tropas do II Reich, da União Soviética e de um pequeno contingente eslovaco aliado de Hitler. Ordenado sacerdote em 1962, foi como estudante de Filosofia na Universidade de Lublin, cinco anos mais tarde, que começou por ser contactado pelos SB, vindo a ter mais de 50 reuniões com agentes do regime, para discutir figuras do clero e académicos católicos. Em 1973 começou a trabalhar para os serviços secretos externos, que o tentaram infiltrar na Rádio Europa Livre, numa altura em que o seu compatriota Karol Wojtyla se tornou o Papa João Paulo II.
Fonte: Publico e AP
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