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quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Mais um jovem prodígio do golfe de Havai para o mundo

Nasceu três meses e meio prematuro, com 878 gramas de peso. Os médicos deram-lhe 50 por cento de hipóteses de sobreviver, operaram-no várias vezes durante o primeiro ano, temeram uma futura deficiência mental. A mesma capacidade de resistência que Tadd Fujikawa evidenciou quando veio ao mundo, a 8 de Janeiro de 1991, mostra-a agora em competição precoce com os melhores profissionais do golfe. Do Havai sai um novo adolescente prodígio. Michelle Wie foi o maior fenómeno desde Tiger Woods, tornou-se profissional a escassos dias de fazer 16 anos, com contratos de patrocínios na ordem dos 10 milhões de dólares. De um momento para o outro, em Outubro de 2005, passou a ser a golfista mais bem paga do mundo. Tadd Fujikawa, metro e meio de altura, pode ser o próximo de Honolulu a deixar o estatuto amador para aliar a fortuna à fama. Fosse Fujikawa profissional e teria recebido domingo passado um prémio de 56 mil dólares pelo 20.º lugar no Sony Open, no Waialae Country Club, na sua cidade natal. Mas o que fica para a história é o facto de ter sido o mais novo dos últimos 50 anos a passar o cut de uma prova do PGA Tour. Já em Junho de 2006 se tornara o mais jovem de sempre a jogar o Open dos EUA.
Os pais de Tadd, Lori e Derrik Fujikawa, já colocam a hipótese de saírem da ilha para o continente, para que o filho possa competir com mais frequência nas competições do golfe júnior norte-americano. E o jovem golfista, estudante no Liceu Moanalua, não se faz rogado quanto ao timing da sua passagem a profissional. "Quando estiver pronto, irei [para os circuitos profissionais]. Se estiver só quase pronto, não", asseverou, dando o exemplo do "número um" mundial Tiger Woods: "Ele esteve dois anos na universidade antes de passar a profissional. Sentiu que estava pronto e, obviamente, estava. É o mesmo caminho que eu quero fazer." As atenções do Sony Open estavam inicialmente centradas na alta, esbelta e bela Michelle Wie, que insiste em tentar a sua sorte no circuito masculino através de convites. Mas esta foi eliminada pela quarta vez consecutiva. Para gáudio do público, o pequeno e atarracado Fujikawa não só passou à fase final como ocupava a oitava posição após a penúltima volta, na sequência de duas voltas seguidas de 66 pancadas. O homem que defendia o título, David Toms, teve dificuldades em lidar com os "bruás" dos espectadores a ecoar pelo campo a cada shot batido por Fujikawa. "Já nada me surpreende no golfe", disse. E Paul Goydos viu a sua vitória no Sony Open, a primeira em 11 anos de carreira, ofuscada pela prestação do novo heró local. "Foi a história da semana", reconheceu. Para quem vive e respira golfe, Fujikawa viveu um autêntico sonho entre quinta-feira e domingo. "Toda a gente a aplaudir-me e a apoiar-me, foi a melhor sensação do mundo! Nunca me imaginei a fazer isto, sobretudo nesta idade", regozijou-se. Compreende-se a própria incredulidade, afinal não passaram mais de quatro anos desde que se empenhou definitivamente na modalidade, deixando para trás o judo. "Ele aprendeu muito novo a controlar-se", diz o pai, Derrik Fujikawa. "O judo deu-lhe o ângulo mental. No golfe, somos os adversários de nós próprios, e se ficamos tensos iniciamos uma bola de neve", acrescenta.
Fonte: Rodrigo Cordoeiro (Publico)

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