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domingo, 30 de dezembro de 2007

Soares rejeita referendo que defendeu em 1992...

Num texto do jornalista Pedro Correia, o DN de Lisboa noticiou recentemente que "Mário Soares defende hoje que o Tratado de Lisboa deve ser ratificado pela Assembleia da República, sem o recurso ao referendo prometido no programa eleitoral socialista de 2005 e por outras forças políticas, à esquerda (PCP e BE) e à direita (CDS). Mas o fundador do PS nem sempre pensou assim. Há 15 anos, quando era Presidente da República, Soares foi um acérrimo defensor do referendo europeu, utilizando argumentos similares aos que hoje são invocados pelos que advogam uma consulta popular. E chegou mesmo a criticar Cavaco Silva, então primeiro-ministro, por não convocar o referendo em 1992, a propósito do Tratado de Maastricht, que abriu o caminho à união monetária. "Mostrei-me favorável a uma consulta popular acerca de Maastricht por saber que, no futuro, iriam ocorrer perturbações que conduziriam provavelmente a que os portugueses se interrogassem: 'Se tivéssemos seguido outro caminho, as coisas teriam sido diferentes e melhores?!' Da interrogação a culpar o Governo e os partidos vai um breve passo. Assim, a consulta - de cujo resultado positivo nunca duvidei - seria uma válvula de segurança para o futuro. Mas pensou-se no imediato e não a longo prazo, no futuro", declarou Soares no último volume do extenso livro-entrevista de Maria João Avillez, dedicado à década em que foi Presidente".

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