Placa de gelo de Wilkins está em colapso iminente
Num texto assinado por LN, no DN de Lisboa, é referido que "imagens de satélite mostram uma dramática fractura da placa de gelo de Wilkins, na Península Antárctica, que foi confirmada por fotografias de um avião do British Antarctic Survey. Uma superfície de gelo com mais de 12,9 mil quilómetros quadrados (um sexto de Portugal continental) está em colapso iminente, sob o ataque directo de vagas e do calor da atmosfera, que estão a quebrar ainda mais gelo. Os cientistas atribuem o problema a alterações no clima e a um Verão muito quente no Hemisfério sul do planeta. No entanto, espera-se que o inverno austral chegue a tempo de salvar esta superfície gelada por mais um ano. A ruptura começou a 28 de Fevereiro e foi detectada por um cientista da Universidade de Colorado, Ted Scambos, que alertou os seus colegas britânicos. Tudo indica que a placa de Wilkins esteja neste momento segura apenas por uma estreita faixa de gelo, com pouco mais de cinco quilómetros de largura, apoiada em duas ilhas. Novos rompimentos podem ocorrer a todo o momento.Um iceberg com 570 quilómetros quadrados (o equivalente a dois terços da ilha da Madeira) parece estar em movimento, desintegrando-se progressivamente. Em 1998, a Wilkins já perdera cerca de mil quilómetros quadrados, ou 6% da sua superfície. A nova ruptura provocou a perda de mais 570, mas os peritos estão sobretudo preocupados com a fragilidade do resto da formação. A acontecer, este não será o primeiro colapso de uma placa de gelo gigante na Península Antárctica. Há seis outras placas que desapareceram quase por completo nos últimos anos, mas eram todas bastante mais pequenas. A separação mais espectacular, da Larsen B, ocorreu em 2002, derretendo na altura 500 mil milhões de toneladas de gelo. Isto não teve consequências para o aumento do nível dos mares, por se tratar de gelo flutuante. O nível dos mares poderá aumentar a partir do momento em que derreterem todos os glaciares que assentam sobre terra, como na Gronelândia ou sobre a Antárctida. Em teoria, se o aumento da temperatura provocasse o colapso desta vasta massa de gelo, os oceanos poderiam aumentar até 64 metros, engolindo algumas das maiores cidades do planeta".
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