Curiosidades: General iraniano nas mãos da espionagem ocidental
O antigo ministro adjunto da Defesa e general dos Guardas da Revolução do Irão Ali Reza Asghari, desaparecido desde 7 de Fevereiro em Istambul, foi raptado por agências de espionagem ocidentais, estando a colaborar com estas em local secreto, algures na Europa do Norte A notícia foi divulgada pelo jornal árabe Asharq Alawsat , que se publica em Londres e hoje considerado um dos mais bem informados sobre o Médio Oriente. Idêntica informação era também referida no Washington Post, que citava o responsável máxima da polícia iraniana; este afirmou às agências que o mais "provável" era o rapto "por agências de espionagem ocidentais" do general daquele corpo de elite do regime. Duvidava, todavia, que Asghari já estivesse fora da Turquia. Para o jornal americano, a ligação privilegiada de Asghari com o Hezbollah libanês seria a razão do rapto. Por sua vez, o diário árabe de Londres, que cita fontes ocidentais não identificadas e "amigos próximos de Asghari", sugere que este pode ter orquestrado o seu desaparecimento a partir de Istambul. O motivo seriam possíveis divergências com o actual poder político em Teerão. Há informações contraditórias sobre o facto de ter sido reservado quarto em dois hotéis de Istambul para Asghari, hospedando-se este num para mudar de seguida para o segundo, de onde desapareceu. Também o quadro da deslocação do dirigente iraniano corresponde a uma solução clássica de quem procura desertar sem atrair atenções: Asghari era proveniente de Damasco, onde se deslocara em missão oficial para analisar um projecto de cooperação industrial-militar com o Governo sírio. Para a viagem a Istambul, o dirigente iraniano teria invocado uma reunião de trabalho com um negociante europeu de armamento, por acaso naquela cidade.
Ligação ao Hezbollah
Asghari, de 63 anos, é um profundo conhecedor da instituição militar iraniana, devido às funções de comando que desempenhou na guerra irano-iraquiana (1980-1988) e ao cargo político exercido depois, até ao momento em que chegou ao poder o actual Presidente, Mahmud Ahmadinejad. Informações concordantes, do Asharq Alawsat e do diário israelita Haaretz, que cita um antigo responsável do Shin Beth (espionagem militar de Israel), revelam que Asghari foi o principal elo de ligação entre o Hezbollah - que Teerão ajudou a fundar nos anos 80 -e o poder político no Irão. Assim, é provável que conheça o destino do aviador israelita, refém no Líbano desde 1996, Ron Arad, e tenha informações sobre dois militares raptados no Verão de 2006, os sargentos Ehud Goldwasser e Eldad Regev, que estariam na posse do Hezbollah. A confirmar-se o rapto ou a deserção, será a primeira vez que um alto dirigente do regime instaurado no Irão, em 1979, vai partilhar informação estratégica de Teerão com os EUA e, talvez, com Israel. O que não deixará de ter implicações na actual conjuntura no Médio Oriente.
Fonte: Abel Coelho de Morais, DN de Lisboa
Ligação ao Hezbollah
Asghari, de 63 anos, é um profundo conhecedor da instituição militar iraniana, devido às funções de comando que desempenhou na guerra irano-iraquiana (1980-1988) e ao cargo político exercido depois, até ao momento em que chegou ao poder o actual Presidente, Mahmud Ahmadinejad. Informações concordantes, do Asharq Alawsat e do diário israelita Haaretz, que cita um antigo responsável do Shin Beth (espionagem militar de Israel), revelam que Asghari foi o principal elo de ligação entre o Hezbollah - que Teerão ajudou a fundar nos anos 80 -e o poder político no Irão. Assim, é provável que conheça o destino do aviador israelita, refém no Líbano desde 1996, Ron Arad, e tenha informações sobre dois militares raptados no Verão de 2006, os sargentos Ehud Goldwasser e Eldad Regev, que estariam na posse do Hezbollah. A confirmar-se o rapto ou a deserção, será a primeira vez que um alto dirigente do regime instaurado no Irão, em 1979, vai partilhar informação estratégica de Teerão com os EUA e, talvez, com Israel. O que não deixará de ter implicações na actual conjuntura no Médio Oriente.
Fonte: Abel Coelho de Morais, DN de Lisboa
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