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Opinião e coisas do nosso mundo...

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Artigo: “COISAS” DO MUNDO…

- A China, que vai organizar os próximos Jogos Olímpicos e que é a potência com maior crescimento económico, não tem meias palavras. Pequim defendeu o uso da pena de morte “para castigar casos de corrupção, recordando que cada país tem diferentes tradições legais e culturais”. Por isso, a China manteve até agora o sistema da pena de morte, que é aplicado para crimes económicos graves. Um porta-voz governamental reconhece que "diferentes países apresentam diferentes circunstâncias, diferentes visões da pena de morte, diferenças culturais e distintas tradições legais. Penso que isto é muito natural e não pode ser criticado". Estas declarações apareceram um mês depois da execução de Zheng Xiaoyu, antigo presidente da agência estatal que supervisiona o sector alimentar e das drogas no país, por aprovar medicamentos não-testados que causaram pelo menos dez mortos. Xiaoyu foi acusado de ter aceite uma grande quantidade de subornos “e cometido crimes graves, punição que foi aprovada pelo povo chinês e ainda reconhecida pela comunidade internacional" acrescentou o mesmo porta-voz. Segundo a imprensa internacional, a China não divulga as penas de morte, mas tem a reputação de possuir das mais elevadas taxas de execuções num sistema judicial corrupto e desorganizado”.

- Portugal é o nono país mais pacífico do mundo, numa lista liderada pela Noruega, enquanto que o Iraque surge na última posição e os Estados Unidos estão na 96ª posição. O “Global Peace Índex”, do qual fazem parte 121 países, foi elaborado para o “The Economist Intelligence Unit”, o centro de investigação associado à revista "The Economist". A tabela foi feita com base em 24 factores, entre os quais os níveis de violência, o crime organizado e as verbas que cada nação destina às forças militares. Os países europeus estão em maioria no grupo dos dez dos mais seguros, enquanto os Estados Unidos da América ocupam a 96ª posição. O estudo salienta que os países estáveis de pequena dimensão e integrados em blocos regionais como a União Europeia estão entre os mais tranquilos. Os rendimentos dos cidadãos e o nível de educação são também factores determinantes na posição que cada país ocupa neste "ranking". Segundo esta tabela, a Noruega é o país mais pacífico do mundo. Completam o "top ten" Nova Zelândia, Dinamarca, Irlanda, Japão, Finlândia, Suécia, Canadá, Portugal e Áustria. No fim da lista aparecem o Iraque, considerado o mais perigoso, ainda mais do que Sudão, Israel, Rússia, Nigéria, Colômbia, Paquistão, Líbano e Costa do Marfim. Angola é o 10º país mais perigoso do mundo nesta tabela.

- Cada vez mais estou convencido que a administração Bush anda a brincar com coisas sérias e que para muitos cidadãos do mundo começa a demorar tempo demais a chegada de Novembro de 2008, data em que se realizarão novas eleições presidenciais nos Estados Unidos que significam a saída da Casa Branca de Bush e dos seus colaboracionistas. Aproveitando-se da vulnerabilidade da Rússia, em grande medida devido ao colapso da antiga URSS e dos efeitos que daí resultaram a todos os níveis, sociais, económicos, militares, políticos, etc, os EUA lograram, manter-se como a única super-potência, sem que ninguém os incomodasse. A partir de certa altura, começaram a perceber que Moscovo recuperava a sua posição, principalmente quando ao folclórico Presidente Yeltsin, sucedeu actual Presidente Putin, um “duro” com experiência no anterior regime (foi agente da KGB) e que já mostrou que apesar dos seus (raros) sorrisos, não brinca em serviço. A última notícia, surgida recentemente, mostra que a Rússia – depois da polémica em torno da instalação de radares de um sistema anti-mísseis que os americanos pretendem instalar em vários países europeus, incluindo na Polónia e Republica Checa –não vai ceder e que o desanuviamento continua ameaçado de retrocesso, já que a Marinha russa anunciou que vai produzir «em série» mísseis estratégicos (os “Boulava-M”) de ogivas múltiplas, destinados a equipar os futuros submarinos nucleares estratégicos russos. O novo míssil terá um alcance de 8.000 quilómetros e pode transportar até 10 ogivas nucleares, cada uma capaz de traçar uma trajectória independente. Perante esta ameaça de nova corrida armamentista, será que a Europa vai continuar com a sua posição de fragilidade total e de total dependência face aos americanos ou vai, finalmente, e em matéria de defesa, assumir as suas responsabilidades, por sinal nunca antes assumidas, em termos de garantia da defesa dos europeus?
Luís Filipe Malheiro
Jornal da Madeira, 09 de Agosto 2007

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