Opinião: PARAÍSOS…
A forte dependência da economia portuguesa do exterior – tornando-a bastante vulnerável, por exemplo, à variação do preço do petróleo no mercado mundial ou às flutuações do dólar face ao euro, apesar deste se manter ainda a uma cotação substancialmente superior à da moeda americana – faz com que todas as revisões de estimativas feitas por instituições internacionais, em matéria de crescimento económico ou de uma eventual ameaça de recessão, devam ser seguidas inevitavelmente pelas autoridades portuguesas, por muito que elas insistam em fazer crer que vivemos todos uma espécie de “paraíso na terra”, graças ao actual governo socialista de Lisboa.
E nada melhor que recordar o que no início deste ano foi publicado na comunicação social para percebermos o “paraíso” que possivelmente nos estão a prometer, tanto as autoridades nacionais, como os responsáveis europeus e comunitárias:
· A ONU diz que economia mundial deve crescer 3,4% em 2008, pelo que a confirmar-se esta estimativa isso significava que o crescimento económico global seria de apenas 1,6%. O director da Divisão sobre Globalização e Estratégias de Desenvolvimento da UNCTAD, garante que "é uma questão de meses e não de anos, sabermos se os riscos enfrentados pela economia mundial se irão materializar”. Outra ameaça referida por aquele responsável prende-se com "uma dramática queda do dólar" – alguns analistas já falam numa queda de 20%, em relação a outras unidades monetárias de referência – enquanto que, no caso da Europa, a incerteza quanto às decisões do Banco Central Europeu em relação às taxas de juros.
· As previsões do Banco Mundial asseguram que o preço do chamado “petróleo do Dubai” (que é o petróleo de referência no Médio Oriente), do “Brent” (petróleo de referência na Europa) e do “West Texas Intermediate” (petróleo de referência nos EUA) deverá atingir os 84,1 dólares em 2008, contra os 71,2 dólares registados em 2007, perspectiva que pode condicionar fortemente certas economias mais vulneráveis e afectar as previsões em matéria de crescimento económico. Ou seja, segundo o Banco Mundial a “limitação da capacidade de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), pode condicionar os valores do petróleo nos mercados mundiais, sendo por isso provável que esses valores permaneçam voláteis no próximo ano”;
· Quanto aos EUA, as previsões não duvidam que a economia norte-americana pode estar à beira de uma recessão. Depois da “Merrill Lynch”, também outra empresa da especialidade, a “Goldman Sachs” aponta para previsões ainda mais pessimistas, preconizando um novo corte dos juros, hipótese ainda não abertamente assumida pela reserva federal. Para as duas entidades, “os dados económicos conhecidos recentemente confirmam o cenário mais pessimista, pelo que a maior economia do mundo poderá já ter entrado em recessão, a primeira dos últimos 16 anos”. E como se isto não bastasse, ficamos a saber que a taxa de desemprego atingiu os 5%, em Dezembro, o nível mais elevado dos últimos dois anos. Diz a “Goldman Sachs” ser muito provável que os Estados Unidos “entrem em recessão económica”. As suas previsões falam ainda de um crescimento económico não superior 0,8% em 2008. Mais pessimistas são as estimativas da Merrill Lynch que apontam para uma recessão: "De acordo com a nossa análise, a recessão já não é uma previsão mas sim uma realidade";
· Entretanto, a editora discográfica britânica EMI, anunciou esta semana que vai implementar um plano de reestruturação que implicará a supressão de 1500 a 2000 empregos no mundo, perto de um terço dos seus efectivos. O plano permitirá uma redução dos custos da ordem dos 200 milhões de libras (265 milhões de euros) por ano. Estamos a falar da terceira maior editora discográfica mundial, que emprega actualmente 5500 pessoas e que assegura que esta reestruturação foi decidida após "uma intensa consulta no interior do grupo e que muitas das medidas anunciadas foram sugeridas pelo pessoal, pelos artistas pelos managers";
· Quanto à banca, chegou-nos dos EUA a informação que o banco Citigroup anunciou um prejuízo recorde próximo dos 10.000 milhões de dólares (6,7 mil milhões de euros) no quarto trimestre do ano, acompanhado de depreciações de activos de 18,1 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros). Tudo isto por causa do colapso do crédito hipotecário de alto risco, nos Estados Unidos, gerador de uma forte instabilidade dos mercados financeiros com repercussões na economia mundial que ainda não estão devidamente inventariadas.
E nada melhor que recordar o que no início deste ano foi publicado na comunicação social para percebermos o “paraíso” que possivelmente nos estão a prometer, tanto as autoridades nacionais, como os responsáveis europeus e comunitárias:
· A ONU diz que economia mundial deve crescer 3,4% em 2008, pelo que a confirmar-se esta estimativa isso significava que o crescimento económico global seria de apenas 1,6%. O director da Divisão sobre Globalização e Estratégias de Desenvolvimento da UNCTAD, garante que "é uma questão de meses e não de anos, sabermos se os riscos enfrentados pela economia mundial se irão materializar”. Outra ameaça referida por aquele responsável prende-se com "uma dramática queda do dólar" – alguns analistas já falam numa queda de 20%, em relação a outras unidades monetárias de referência – enquanto que, no caso da Europa, a incerteza quanto às decisões do Banco Central Europeu em relação às taxas de juros.
· As previsões do Banco Mundial asseguram que o preço do chamado “petróleo do Dubai” (que é o petróleo de referência no Médio Oriente), do “Brent” (petróleo de referência na Europa) e do “West Texas Intermediate” (petróleo de referência nos EUA) deverá atingir os 84,1 dólares em 2008, contra os 71,2 dólares registados em 2007, perspectiva que pode condicionar fortemente certas economias mais vulneráveis e afectar as previsões em matéria de crescimento económico. Ou seja, segundo o Banco Mundial a “limitação da capacidade de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), pode condicionar os valores do petróleo nos mercados mundiais, sendo por isso provável que esses valores permaneçam voláteis no próximo ano”;
· Quanto aos EUA, as previsões não duvidam que a economia norte-americana pode estar à beira de uma recessão. Depois da “Merrill Lynch”, também outra empresa da especialidade, a “Goldman Sachs” aponta para previsões ainda mais pessimistas, preconizando um novo corte dos juros, hipótese ainda não abertamente assumida pela reserva federal. Para as duas entidades, “os dados económicos conhecidos recentemente confirmam o cenário mais pessimista, pelo que a maior economia do mundo poderá já ter entrado em recessão, a primeira dos últimos 16 anos”. E como se isto não bastasse, ficamos a saber que a taxa de desemprego atingiu os 5%, em Dezembro, o nível mais elevado dos últimos dois anos. Diz a “Goldman Sachs” ser muito provável que os Estados Unidos “entrem em recessão económica”. As suas previsões falam ainda de um crescimento económico não superior 0,8% em 2008. Mais pessimistas são as estimativas da Merrill Lynch que apontam para uma recessão: "De acordo com a nossa análise, a recessão já não é uma previsão mas sim uma realidade";
· Entretanto, a editora discográfica britânica EMI, anunciou esta semana que vai implementar um plano de reestruturação que implicará a supressão de 1500 a 2000 empregos no mundo, perto de um terço dos seus efectivos. O plano permitirá uma redução dos custos da ordem dos 200 milhões de libras (265 milhões de euros) por ano. Estamos a falar da terceira maior editora discográfica mundial, que emprega actualmente 5500 pessoas e que assegura que esta reestruturação foi decidida após "uma intensa consulta no interior do grupo e que muitas das medidas anunciadas foram sugeridas pelo pessoal, pelos artistas pelos managers";
· Quanto à banca, chegou-nos dos EUA a informação que o banco Citigroup anunciou um prejuízo recorde próximo dos 10.000 milhões de dólares (6,7 mil milhões de euros) no quarto trimestre do ano, acompanhado de depreciações de activos de 18,1 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros). Tudo isto por causa do colapso do crédito hipotecário de alto risco, nos Estados Unidos, gerador de uma forte instabilidade dos mercados financeiros com repercussões na economia mundial que ainda não estão devidamente inventariadas.
Luís Filipe Malheiro (in "Jornal da Madeira", 17 de Janeiro de 2008)
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