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quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Espião britânico queria matar Hitler

Eddie Chapman, espião ao serviço do Reino Unido, ofereceu-se para levar a cabo uma missão suicida para assassinar Adolf Hitler, mas foi dissuadido pelo MI5, tornando-se posteriormente num dos mais bem sucedidos agentes duplos britânicos. A revelação foi feita pelo jornal The Times, na sua edição de terça-feira, partindo de uma investigação feita a documentação que as autoridades britânicas desclassificaram há duas semanas. Eddie Chapman, antigo arrombador de cofres, cumpria pena de prisão por roubo em Jersey - ilha do Canal da Mancha - quando o regime nazi invadiu aquele território em Junho de 1940. Foi logo recrutado pelo serviço de contra-espionagem alemão e introduzido no Reino Unido com a missão de fazer explodir uma fábrica de aviões. No entanto, mal acabara de se soltar do pára-quedas, já Chapman estava a telefonar para a polícia britânica a contar a sua história: desertava para o MI5 e havia de manter os alemães sob engano muitos tempo, tendo chegado a receber a Cruz de Ferro pelo "sucesso e zelo" prestado ao regime nazi. Foi durante o interrogatório conduzido pelos serviços secretos britânicos que Chapman, então com 27 anos e não tendo ganho ainda o nome de código Zigzag com o qual veio a celebrizar-se, manifestou vontade de regressar à Alemanha como agente duplo e assassinar Hitler fazendo explodir uma bomba numa manifestação nazi. Chapman recebera a garantia de um oficial dos serviços de contra-espionagem germânicos de ter um lugar "na primeira ou segunda fila" mais próximas do pódio de Hitler. A documentação divulgada pelo MI5, agora integrada nos Arquivos Nacionais britânicos, revela que Chapman procurava alguma espécie de "redenção pelos crimes praticados no passado". Queria também alcançar a "glória", mostram os documentos, dos quais consta o relato de uma conversa que o agente duplo manteve com o oficial responsável pelo caso, Ronnie Reed. "Tenha ou não sucesso, será liquidado imediatamente", avisou Reed, alertando para o facto de que qualquer tentativa para assassinar Hitler seria suicida. "Sim, mas que grande maneira de morrer", respondeu Chapman. O MI5 recusaria a oferta - não há registo das razões que sustentaram tal decisão - e Chapman regressou à Alemanha com instruções claras para "não levar a cabo quaisquer missões loucas".
Fonte: Publico

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