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quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Resolvida batalha jurídica sobre famosa música dos Procol Harum

Juiz decidiu que Matthew Fischer teve um contributo "substancial" na elaboração da música, mas o antigo teclista da banda não conseguiu tudo o queria
Quarenta anos depois de os Procol Harum terem editado o seu êxito seminal A Whiter Shade of Pale (1967) foi finalmente resolvida a questão dos direitos de autor da música, da qual foram vendidos 10 milhões de singles em todo o mundo. A canção tinha sido atribuída ao vocalista do grupo Gary Brooker e ao letrista Keith Reid, mas o antigo teclista da banda, Matthew Fisher, reclamou direitos de autor. Ganhou a batalha jurídica no London High Court, mas o juiz só lhe deu parte da razão. Fisher, que fez parte dos Procol Harum entre 1967 e 1969 e é hoje um programador informático, queria 50 por cento dos direitos de autor que a balada gerar no futuro, bem como royalties antigos, no valor de 1,5 milhões de euros, que exigia a Brooker, de 61 anos, e à publishing Onward Music Ltd. O teclista argumentou em tribunal que o refrão e o solo do seu órgão Hammond estavam entre os elementos mais distintos de A Whiter Shade of Pale.
Para o juiz, o contributo de Matthew Fisher na canção é "substancial", mas não tão grande como o do vocalista e, a partir desta análise, decidiu dar-lhe só 40 por cento dos ganhos futuros, sem direito a royalties antigos. O juiz William Blackburne: "Considero que o solo do órgão é facilmente identificável e um contributo significativo para a composição e, obviamente, o produto da competência e do trabalho da pessoa que o criou."
Para se chegar a esta avaliação, no tribunal houve direito a uma performance de Fisher com o seu órgão. Tocou A Whiter Shade of pale, cujo acompanhamento se baseia em vários trabalhos de Johann Sebastian Bach"s works, incluindo Air on a G String. O advogado de Gary Brooker contestou a acusação defendendo que quando Fischer chegou aos Procol Harum a canção já tinha sido escrita entre o vocalista e o letrista Keith Reid. Em tribunal, o antigo teclista da banda descreveu a sua angústia por nunca lhe ter sido creditada a autoria da canção, afirmando ainda que se fosse possível "voltaria atrás numa máquina do tempo" até 1967 e que, nesse caso, nunca se juntaria aos Procol Harum. "Aqui está uma canção que vai ficar na história [da música], onde devia estar o meu nome e não está."
A decisão de ontem não repete o que se passou em relação a outros casos semelhantes: em Maio, Aston "Family Man" Barrett, de 60 anos e o antigo baixista da banda Bob Marley and the Wailers, perdeu a terceira acção legal que interpôs, onde reclamava quase 90 milhões de euros de um contrato assinado em 1974 e royalties de seis canções que ele e o seu irmão escreveram. Em 1999, três antigos membros dos Spandau Ballet também perderam a queixa que apresentaram contra o songwriter Gary Kemp.
Entre as melhores melodias de sempre
Em 1967, a balada, que o advogado de Fischer descreveu como a música que definiu o "Verão do amor", foi número um no Reino Unido e passou frequentemente nas rádios de todo o mundo. Seja por isso, ou não, o facto é que em 2004 a revista norte-americana Rolling Stone atribuiu-lhe o 57.º lugar entre as 500 melhores canções de sempre. Tornou-se o maior êxito da longa carreira dos Procol Harum, uma banda de rock progressivo que surgiu em 1960. Os Procol Harum reformaram-se em 1991, ano em que publicaram The Prodigal Stranger - as vendas foram modestas. Uma nova incarnação do grupo, liderada por Brooker, ainda andou a tocar pelo mundo na primeira metade dos anos 90. A partir de 2001, com Brooker, Fisher, Geoff Whitehorn (guitarra), Matt Pegg (baixo) e Mark Brzezicki (baterista) os Procol Harum têm feito várias digressões na Europa, EUA e Japão. Ainda hoje dão concertos, mas com Josh Phillips no lugar de Matthew Fischer - o vocalista e líder Brooker é agora o único membro original que se mantém.

fonte: José J. Mateus (Publico)

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