Estudo indica que crianças portuguesas são as que menos recebem semanada
No Natal do ano passado, os pais portugueses gastaram 129 euros em brinquedos para cada filho. Este ano a maioria prevê fazer o mesmo
Um estudo europeu revela que Portugal é o país em que há menos crianças a ter direito a semanada (19 por cento). Em contrapartida é aqui - e também em França - que os pais são mais generosos (5,4 euros por semana, em média, a cada filho entre os cinco e os dez anos).
O estudo Toy Survey, levado a cabo pela marca de pilhas Duracell, incidiu em 1100 crianças, entre os cinco e os dez anos, e respectivos pais, provenientes de 11 países europeus. O inquérito, feito em Maio último e ontem divulgado, pretende avaliar o comportamento de consumo de brinquedos. A maioria (62 por cento) das crianças inquiridas em Portugal não recebe semanada, o que representa a maior percentagem da Europa. No extremo oposto encontra-se a Alemanha, onde o hábito está enraizado na grande maioria das famílias (85 por cento).
O valor da semanada portuguesa contrasta, no entanto, com os de outros países da Europa, onde o nível médio de vida permitiria às famílias dar mais dinheiro. É o caso da Suécia e da Holanda em que os pais só entregam aos filhos três e 2,3 euros, respectivamente, por semana.
A poupança é a prioridade das crianças portuguesas inquiridas no estudo. Um quinto (21 por cento) das que recebem semanada dizem poupar tudo ou parte do que ganham e 11 por cento afirmam gastar em brinquedos. Só nove por cento das crianças portuguesas compram guloseimas (doces, chocolates, snacks) com este dinheiro. Cinco euros por semana é muito ou pouco para miúdos dos cinco aos dez anos trazerem no bolso? Cecília Galvão, psicóloga clínica a exercer no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, acha que este valor "parece inflacionado", mas lembra que o estudo nada diz acerca dos objectivos dos pais quando dão este dinheiro aos filhos. "Pode ser para gerir a poupança, para pagar despesas na escola e para todo o consumo semanal", diz.
Muitas festas de anos
Incutir nas crianças o hábito de gerir o dinheiro e de poupá-lo é positivo: "A construção da consciência de que o dinheiro de uma poupança serve para adquirir bens é um bom princípio", defende também a psicóloga clínica. O estudo Toy Survey avalia também o dinheiro gasto pelos pais na compra de presentes no Natal. Em 2005, as famílias europeias viram as suas despesas com brinquedos aumentar 27 por cento face ao ano anterior. Por criança gastaram uma média de 136 euros. Os pais portugueses foram mais poupados (129 euros), ao contrário dos britânicos, que figuram no top do ranking (242 euros); a maioria este ano tenciona gastar mais ou menos o mesmo.
No Reino Unido, os pais são os que gastam mais dinheiro no Natal, mas os filhos têm a sua recompensa: recebem uma média de 16,9 brinquedos nessa altura e 12,5 no aniversário. As crianças portuguesas têm 9,5 brinquedos no sapatinho e 10,5 no dia de anos. O dia do aniversário das crianças portuguesas parece merecer mais atenção por parte das famílias que participaram no estudo. Portugal é o terceiro país que gasta mais dinheiro nas festas de anos das crianças (142 euros), atrás da Itália (182 euros) e do Reino Unido (145 euros).
"Para nós parece ser mais importante festejar do que comprar coisas", observa Cecília Galvão. Portugal é também um dos países (logo atrás de Itália) onde as crianças mais vão a festas de aniversário (uma média de nove por ano). Para saberem escolher os brinquedos que querem ter, as crianças continuam a confiar na televisão. No Reino Unido, Holanda e França, a Internet ganhou terreno, mas mesmo assim menos de metade das crianças na Europa recorre a sites para se informar. O estudo Toy Survey também disponibiliza durante algumas horas às crianças participantes um conjunto de brinquedos para escolherem os seus preferidos. Em Portugal, a liderar o top ficou um conjunto de Lego sobre futebol.
Um estudo europeu revela que Portugal é o país em que há menos crianças a ter direito a semanada (19 por cento). Em contrapartida é aqui - e também em França - que os pais são mais generosos (5,4 euros por semana, em média, a cada filho entre os cinco e os dez anos).
O estudo Toy Survey, levado a cabo pela marca de pilhas Duracell, incidiu em 1100 crianças, entre os cinco e os dez anos, e respectivos pais, provenientes de 11 países europeus. O inquérito, feito em Maio último e ontem divulgado, pretende avaliar o comportamento de consumo de brinquedos. A maioria (62 por cento) das crianças inquiridas em Portugal não recebe semanada, o que representa a maior percentagem da Europa. No extremo oposto encontra-se a Alemanha, onde o hábito está enraizado na grande maioria das famílias (85 por cento).
O valor da semanada portuguesa contrasta, no entanto, com os de outros países da Europa, onde o nível médio de vida permitiria às famílias dar mais dinheiro. É o caso da Suécia e da Holanda em que os pais só entregam aos filhos três e 2,3 euros, respectivamente, por semana.
A poupança é a prioridade das crianças portuguesas inquiridas no estudo. Um quinto (21 por cento) das que recebem semanada dizem poupar tudo ou parte do que ganham e 11 por cento afirmam gastar em brinquedos. Só nove por cento das crianças portuguesas compram guloseimas (doces, chocolates, snacks) com este dinheiro. Cinco euros por semana é muito ou pouco para miúdos dos cinco aos dez anos trazerem no bolso? Cecília Galvão, psicóloga clínica a exercer no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, acha que este valor "parece inflacionado", mas lembra que o estudo nada diz acerca dos objectivos dos pais quando dão este dinheiro aos filhos. "Pode ser para gerir a poupança, para pagar despesas na escola e para todo o consumo semanal", diz.
Muitas festas de anos
Incutir nas crianças o hábito de gerir o dinheiro e de poupá-lo é positivo: "A construção da consciência de que o dinheiro de uma poupança serve para adquirir bens é um bom princípio", defende também a psicóloga clínica. O estudo Toy Survey avalia também o dinheiro gasto pelos pais na compra de presentes no Natal. Em 2005, as famílias europeias viram as suas despesas com brinquedos aumentar 27 por cento face ao ano anterior. Por criança gastaram uma média de 136 euros. Os pais portugueses foram mais poupados (129 euros), ao contrário dos britânicos, que figuram no top do ranking (242 euros); a maioria este ano tenciona gastar mais ou menos o mesmo.
No Reino Unido, os pais são os que gastam mais dinheiro no Natal, mas os filhos têm a sua recompensa: recebem uma média de 16,9 brinquedos nessa altura e 12,5 no aniversário. As crianças portuguesas têm 9,5 brinquedos no sapatinho e 10,5 no dia de anos. O dia do aniversário das crianças portuguesas parece merecer mais atenção por parte das famílias que participaram no estudo. Portugal é o terceiro país que gasta mais dinheiro nas festas de anos das crianças (142 euros), atrás da Itália (182 euros) e do Reino Unido (145 euros).
"Para nós parece ser mais importante festejar do que comprar coisas", observa Cecília Galvão. Portugal é também um dos países (logo atrás de Itália) onde as crianças mais vão a festas de aniversário (uma média de nove por ano). Para saberem escolher os brinquedos que querem ter, as crianças continuam a confiar na televisão. No Reino Unido, Holanda e França, a Internet ganhou terreno, mas mesmo assim menos de metade das crianças na Europa recorre a sites para se informar. O estudo Toy Survey também disponibiliza durante algumas horas às crianças participantes um conjunto de brinquedos para escolherem os seus preferidos. Em Portugal, a liderar o top ficou um conjunto de Lego sobre futebol.
fonte: Sofia Rodrigues (Dn de Lisboa)
<< Página inicial