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quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Entidade reguladora britânica critica anúncios da Dolce&Gabbana

Os modelos exibem armas brancas e de fogo e alguns apresentam feridas - por isso, e apesar de a produção ser glamorosa, uma campanha publicitária da Dolce&Gabbana mereceu ontem a condenação da entidade reguladora da publicidade no Reino Unido. A Advertising Standards Authority, ASA, que regula a actividade da indústria publicitária, considerou justificadas as mais de 150 queixas que recebeu de pessoas preocupadas com aquilo que consideram ser uma mensagem de glorificação do crime violento - e que, no seu entender, seria transmitida pela campanha. A dupla italiana de estilistas de moda preparou para o Outono/Inverno uma campanha com vários anúncios, mas foram dois os que suscitaram as maiores dúvidas e reservas. Num deles, dois homens ameaçam um terceiro sentado numa cadeira, enquanto um outro jaz no chão com uma ferida na cabeça. Na Grã-Bretanha, apareceu no The Times em Outubro do ano passado e, por coincidência aparente, ao lado de um artigo sobre crimes cometidos com arma branca, num momento de extrema preocupação com o aumento da criminalidade violenta no país. Um segundo anúncio surgiu nas páginas de The Daily Telegraph e mostrava dois homens a segurarem uma mulher ferida empunhando uma faca. Perante as queixas, a Dolce&Gabbana explicou que estes e outros anúncios da campanha, publicados em revistas e jornais de todo o mundo, eram produções altamente estilizadas e que procuravam imitar quadros do princípio do século XIX, nomeadamente do pintor francês Eugène Delacroix. As fotografias, afirmou a empresa, visavam evocar o período de arte napoleónica, "dando enfâse aos efeitos teatrais do género". A entidade reguladora britânica, na sua deliberação, reconheceu a natureza estilizada das fotografias, mas afirmou que eram susceptíveis de, mesmo assim, "provocar uma ofensa séria ou generalizada", sendo por isso de mau gosto. A publicação do anúncio no Times, deliberou a ASA, "foi irresponsável". "Recordámos à D&G o seu dever de preparar anúncios com um sentido de responsabilidade para com os consumidores e a sociedade." A Dolce&Gabbana observou que os anúncios não levantaram problemas de qualquer tipo quando foram publicados nos Estados Unidos, no Japão, na China, em Hong Kong e em grande número de países da Europa. A reguladora britânica não foi ao ponto de aceitar a queixa de que os anúncios constituiriam um encorajamento à violência. A deliberação não tem a força de uma proibição, apenas de uma censura. Dee Edwards, fundadora da organização Mães contra o Assassínio e a Agressão e uma das queixosas, afirmou esperar que a deliberação "envie uma mensagem a outros anunciantes".

Fonte: Publico (com Reuters e Associated Press)


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