Raúl Castro admite "excesso de proibições" em Cuba

Segundo o "Publico", "o Presidente cubano interino Raúl Castro admitiu sexta-feira que a apertada teia de leis do país teve resultados perversos e que as coisas têm de mudar, avisando, porém, que o socialismo é para continuar. O irmão, Fidel, o real titular do cargo, tinha reconhecido antes que os tempos o fizeram mudar. Numa mensagem ao Parlamento, na última sessão do ano, o segundo homem da hierarquia da ilha referiu o que chamou "excessos de proibições e de medidas legislativas" em vigor, uma intrincada rede de normas que "fez mais mal do que bem" e que encorajou "numerosas irregularidades". Ainda assim, sublinhou, é preciso impedir o "suicídio" da revolução. Raúl Castro, que substituiu o irmão há 17 meses, por doença deste, disse que a "maioria" das medidas foram "justas" quando foram adoptadas, mas que "um bom número delas foram ultrapassadas pela vida". Fidel invocara também as lições da "vida". O Presidente interino respondia a críticas feitas nos últimos meses em várias instâncias do poder, em preparação da renovação do Parlamento, prevista para o próximo mês. Referia-se em particular à impossibilidade dos cubanos comprarem ou venderem carros ou casas, ou ainda a viagens ao estrangeiro, impossíveis sem autorização".