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sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

O mistério das notas de euro desfeitas

O estranho caso das notas de euro que apareceram semidesfeitas na Alemanha sem razão aparente terá origem no facto de terem sido usadas para inalar droga, a acreditar nos resultados de exames divulgados pela revista alemã Der Spiegel.A droga em questão é metanfetamina em cristais, vulgo speed, que seria inalada através de notas enroladas. Os resíduos que ficam no papel-moeda, como sulfatos, misturados com o suor, poderão ter criado um ácido que corroeu as notas.No início deste mês, depois de queixas de vários alemães terem aparecido em tablóides, o banco central alemão acabou por admitir que cerca de 1500 notas com valores faciais entre os 5 e os 100 euros apresentavam sinais de deterioração rápida - eram retiradas de caixas multibanco já com buracos e iam-se desfazendo mais ou menos depressa. Depois do comunicado do Bundesbank, o Banco Central Europeu, pela voz do seu presidente, Jean-Claude Trichet, indicou que nenhum outro país relatara casos semelhantes, notando também que as notas afectadas constituíam uma fracção ínfima do total em circulação - cinco mil milhões de euros só na Alemanha.A polícia alemã tem conhecimento de que a metanfetamina em cristais está a substituir a cocaína como a droga preferida pelos frequentadores das festas. A Der Spiegel escreve que os cristais são pulverizados e espalhados nas notas que depois são enroladas.Muito deste speed que chega a Alemanha é refinado na Polónia e nos Balcãs e misturado com sulfatos. A revista, citando um porta-voz da polícia laboratorial do estado da Renânia-Palatinado, afirma: "Quando uma nota contaminada entra em contacto com suor humano, os químicos interagem para formar um ácido sulfúrico agressivo. Se as notas foram guardadas com outras numa carteira ou numa mala, a corrosão espalhar-se-á de uma para as outras."Esta foi a primeira explicação oficial para um mistério que tem ocupado espaço na imprensa alemã - e alimentado um bom número de piadas - nas últimas semanas. O Bundesbank tem manifestado relutância em aceitar e substituir as notas corroídas sem saber ao certo o porquê de elas aparecerem assim.A polícia alemã empreendeu investigações separadas em vários depósitos de notas, mas os resultados ontem divulgados pela Der Spiegel são até ao momento a única explicação conhecida para o caso.A BBC on-line recordava ontem que uma investigação realizada em 2003 pelo Instituto de Pesquisa Farmacêutica e Biomédica de Nuremberga indicava que um número esmagador das notas de euro em circulação na Alemanha - 90 por cento - continham vestígios de cocaína. Quase na mesma altura, um estudo britânico dizia que acontecia o mesmo com 99 por cento das notas de libra em circulação em Londres.

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