Segredos roubados à Coca-Cola podem dar 10 anos de prisão
Joya Williams de 41 anos foi até ao Verão de 2006 assistente administrativa na Coca-Cola. Nessa altura, o seu alegado estratagema para recolher informação confidencial foi denunciado. Agora, se a acusação conseguir provar que se tratou de um acto de conspiração, a condenação pode ir até aos 10 anos de prisão. Janice Singer, a sua advogada, alega que Joya foi intrujada por dois ex-condenados e não cometeu crime algum. Edmund Duhaney e Ibrahim Dimson, seus cúmplices confessos, foram acusados de roubar amostras de novos produtos e de documentos confidenciais, que pretendiam vender à Pepsi. Os alegados planos caíram por terra quando a Pepsi avisou a Coca-Cola no passado mês de Maio. A investigação então desencadeada pelo FBI culminou com as três detenções. Os dois homens já com cadastro, um por tráfico de cocaína e o outro por fraude bancária, devem vir a testemunhar contra Williams, embora neste momento só exista a certeza do testemunho de Duhaney. O advogado de Duhaney, Don Samuel, disse que o seu cliente desempenhou um pequeno papel no esquema. “Ele declarou-se culpado por ter participado na conspiração, por isso pode-se assumir que o seu testemunho vai ter como base essa declaração”.
Manipulada e sem cadastro
A advogada de Joya Williams tenciona questionar a credibilidade dos dois homens na defesa da sua cliente, que ao contrário deles não possui qualquer tipo de cadastro. “O caso é sobre dois homens que manipularam e usaram a minha cliente, sem o seu conhecimento”, resume no que defende ser o fulcro da questão. “Ela não levou nenhum documento que pensasse conter segredos para partilhar com estas pessoas, nem para prejudicar a Coca-Cola ou beneficiar a Pepsi, nem tão pouco lhes deu intencionalmente nenhum documento". Singer referiu ainda, que a sua cliente estava autorizada a levar para casa documentos do trabalho. “Nós não negamos que ela os tinha, mas negamos que ela tenha conspirado com os outros arguidos para fazer algo de errado”, assegura a defesa voltando a insinuar que os documentos foram roubados pelos dois homens. Por seu lado a acusação afirma ter um caso bastante consistente. Essa consistência inclui vídeo vigilância, onde se pode ver Williams na sua secretária a procurar documentos em várias pastas e a colocá-los dentro de malas. Joya Williams é também vista na posse de um recipiente, contendo um líquido e marcado com uma etiqueta branca, em tudo semelhante à amostra do novo produto, segundo a acusação Joya acabou por colocar este recipiente na sua mala pessoal. A acusação consegue ainda ligar a mulher aos dois homens, quando afirma que na casa de Duhaney foram encontradas amostras desconhecidas e documentos confidenciais da Coca-Cola, durante uma rusga a 5 de Julho, dia em que os três foram presos. A marca por seu lado recusou adiantar pormenores sobre as amostras, incluindo quais os produtos a que se destinavam. A declaração da Coca-Cola faz apenas referência a um misterioso “Projecto N…”
O segredo é alma do negócio
A Coca-Cola vê assim posta em causa a protecção dos seus segredos, e é obrigada a reavaliar os seus próprios critérios de segurança. Os produtos alegadamente roubados não estavam trancados num cofre bancário, tal como acontece com a mítica fórmula original da marca.
Numa derradeira tentativa de conter eventuais danos para a marca, a direcção da Coca-Cola enviou um comunicado pedindo a colaboração de todos os empregados, caso tenham visto algo suspeito. Quanto ao julgamento, a porta-voz da marca, Cristal Walker, recusou-se a fazer qualquer comentário. A acusação tem estado a tomar medidas para que seja revelado o menos possível durante o julgamento. Algumas dessas medidas incluem: impedir os jurados de revelarem quais os materiais confidenciais apresentados nas audiências, selar todos os objectos que contenham segredos considerados provas, e limitar a apresentação de informação confidencial por parte da advogada de defesa. Janice Singer já disse que autorizar estes pedidos da acusação, irá violar o direito da sua cliente a um julgamento público. Hoje começa a ser dado aos potenciais jurados um questionário, contudo o início do julgamento incluindo a escolha do júri, poderá demorar até duas semanas. Aos eventuais jurados pergunta-se se possuem acções da Coca-Cola, se trabalham para a companhia ou se já têm uma opinião formada sobre o caso. “As escolhas não têm como base se as pessoas bebem Coca-Cola”, ironiza Singer sorridente. “Se fosse esse o caso, eu teria de me recusar a mim própria”.
Fonte: Pedro Chaveca, Expresso
Manipulada e sem cadastro
A advogada de Joya Williams tenciona questionar a credibilidade dos dois homens na defesa da sua cliente, que ao contrário deles não possui qualquer tipo de cadastro. “O caso é sobre dois homens que manipularam e usaram a minha cliente, sem o seu conhecimento”, resume no que defende ser o fulcro da questão. “Ela não levou nenhum documento que pensasse conter segredos para partilhar com estas pessoas, nem para prejudicar a Coca-Cola ou beneficiar a Pepsi, nem tão pouco lhes deu intencionalmente nenhum documento". Singer referiu ainda, que a sua cliente estava autorizada a levar para casa documentos do trabalho. “Nós não negamos que ela os tinha, mas negamos que ela tenha conspirado com os outros arguidos para fazer algo de errado”, assegura a defesa voltando a insinuar que os documentos foram roubados pelos dois homens. Por seu lado a acusação afirma ter um caso bastante consistente. Essa consistência inclui vídeo vigilância, onde se pode ver Williams na sua secretária a procurar documentos em várias pastas e a colocá-los dentro de malas. Joya Williams é também vista na posse de um recipiente, contendo um líquido e marcado com uma etiqueta branca, em tudo semelhante à amostra do novo produto, segundo a acusação Joya acabou por colocar este recipiente na sua mala pessoal. A acusação consegue ainda ligar a mulher aos dois homens, quando afirma que na casa de Duhaney foram encontradas amostras desconhecidas e documentos confidenciais da Coca-Cola, durante uma rusga a 5 de Julho, dia em que os três foram presos. A marca por seu lado recusou adiantar pormenores sobre as amostras, incluindo quais os produtos a que se destinavam. A declaração da Coca-Cola faz apenas referência a um misterioso “Projecto N…”
O segredo é alma do negócio
A Coca-Cola vê assim posta em causa a protecção dos seus segredos, e é obrigada a reavaliar os seus próprios critérios de segurança. Os produtos alegadamente roubados não estavam trancados num cofre bancário, tal como acontece com a mítica fórmula original da marca.
Numa derradeira tentativa de conter eventuais danos para a marca, a direcção da Coca-Cola enviou um comunicado pedindo a colaboração de todos os empregados, caso tenham visto algo suspeito. Quanto ao julgamento, a porta-voz da marca, Cristal Walker, recusou-se a fazer qualquer comentário. A acusação tem estado a tomar medidas para que seja revelado o menos possível durante o julgamento. Algumas dessas medidas incluem: impedir os jurados de revelarem quais os materiais confidenciais apresentados nas audiências, selar todos os objectos que contenham segredos considerados provas, e limitar a apresentação de informação confidencial por parte da advogada de defesa. Janice Singer já disse que autorizar estes pedidos da acusação, irá violar o direito da sua cliente a um julgamento público. Hoje começa a ser dado aos potenciais jurados um questionário, contudo o início do julgamento incluindo a escolha do júri, poderá demorar até duas semanas. Aos eventuais jurados pergunta-se se possuem acções da Coca-Cola, se trabalham para a companhia ou se já têm uma opinião formada sobre o caso. “As escolhas não têm como base se as pessoas bebem Coca-Cola”, ironiza Singer sorridente. “Se fosse esse o caso, eu teria de me recusar a mim própria”.
Fonte: Pedro Chaveca, Expresso
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