Jornalista russo estava na pista de negócio de armas
O jornalista russo morto em Moscovo estava a investigar um importante negócio militar entre a Rússia e dois Estados do Médio Oriente. Ivan Safronov, um ex-tenente-coronel da força aérea, de 51 anos, correspondente militar do diário Kommersant, obtivera informações sobre a venda de vários tipos de mísseis terra-ar e terra-terra, assim como aviões de combate Sukhoi-30 e MiG-29 à Síria e ao Irão. Escrevia o seu jornal que Safronov ficara a par desta informação no certame IDEX 2007, em Fevereiro, nos Emirados Árabes Unidos, funcionando a Bielorrússia como entreposto. A intervenção bielorrussa serviria para evitar que Moscovo fosse acusada de vender armas sofisticadas a Estados envolvidos nas principais crises no Médio Oriente. Analistas consideram que uma Síria e um Irão dotados deste armamento teriam capacidades ofensivas e defensivas reforçadas. A Rússia é o segundo exportador de equipamento militar, tendo realizado seis mil milhões de dólares em 2005. Safronov foi encontrado morto na rua onde residia na capital russa. Duas jovens declararam ontem ao Kommersant ter ouvido um barulho por volta das quatro da manhã e ao chegarem à janela viram "o corpo de um homem (...), que tentava levantar-se sem o conseguir". Ligaram para as emergências, mas foi-lhes dito que o mais provável era ser alguém bêbado e que ligassem de novo dentro de meia hora. Safronov teria caído da janela entre o quarto e o quinto andares na escada do seu prédio. Visitara recentemente um médico, mas este assegura que o jornalista não tinha nenhuma doença grave. A procuradoria russa abriu um inquérito por "incitamento ao suicídio", tendo a União dos jornalistas russos anunciado que iria desencadear uma investigação autónoma, recusando a tese de suicídio.
Fonte: Lusa
Fonte: Lusa
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