A dona do livrinho preto que ameaça Washington
A mulher que está a aterrorizar Washington tem 51 anos, cabelo escuro, usa tailleur e demasiada maquilhagem. Deborah Palfrey, a madame que dirige uma rede de prostitutas de luxo na capital dos EUA, deixou os políticos americanos preocupados quando, há dias, anunciou que irá chamar os seus clientes para testemunharem no seu julgamento por promoção da prostituição.Numa conferência de imprensa em que surgiu rodeada pelos advogados, Palfrey explicou que a sua empresa fornecia apenas "serviços de fantasias sexuais". A madame garantiu que era tudo legal e não havia sexo entre os clientes e as acompanhantes. Mas a "Madame de Washington" já fez a primeira vítima. Randall Tobias, vice-secretário de Estado encarregue do programa de ajuda externa (USAID), demitiu-se sexta-feira, admitindo à ABC usar os serviços de Palfrey. Há duas semanas, a madame já afirmara que Harlan Ullman, criador da doutrina Choque e Pavor, usada no Iraque, em 2003, também recorria aos seus serviços. Inquirido pela ABC, Ullman disse que o caso "nem merecia comentários".Em Washington, os boatos correm velozes desde que Palfrey entregou o livrinho preto com os nomes e telefones dos clientes à ABC - será tema do programa 20/20 na sexta-feira. Da lista constarão ainda um economista ligado à Administração Bush, o líder de um think tank conservador, o presidente de uma grande empresa, vários lobbyistas e responsáveis militares. Num país habituado a escândalos sexuais ligados a políticos - quem não se lembra do presidente Bill Clinton e da estagiária Monica Lewinsky - resta saber quais as repercussões deste caso. Fonte: HELENA TECEDEIRO, DN de Lisboa
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