Congressista democrata acusado de corrupção em negócios em São Tomé e Príncipe

Um congressista do Partido Democrata dos Estados Unidos foi acusado de corrupção por alegadamente ter recebido dinheiro para influenciar contratos de exploração de petróleo ao largo de São Tomé e Príncipe, entre outros actos corruptos em vários países africanos, noticia o “site” da Voz da América A emissora, que cita responsáveis da polícia federal norte-americana, o FBI, acrescenta que William Jefferson, eleito pelo Estado de Luisiana, é alvo de 16 acusações.O FBI apresentou em conferência de imprensa no Departamento de Justiça um documento com 94 páginas, produzido ao longo de dois anos de investigações, em que William Jefferson é acusado de pedir dinheiro, extorsão e lavagem de dinheiro relacionado com negócios que aquele congressista procurava mediar entre diversos países africanos. As acusações foram entregues na terça-feira a um tribunal do Estado da Virgínia e, caso seja considerado culpado, o congressista arrisca uma pena de prisão total de 235 anos.Durante a investigação, o FBI desencadeou uma operação clandestina em que William Jefferson foi filmado a receber cem mil dólares em notas das mãos de um informador da polícia federal.90 mil dólares no congeladorA Voz da América destaca que buscas posteriores efectuadas na residência do congressista permitiram descobrir 90 mil dólares do dinheiro recebido anteriormente, embrulhado em maços de papel de alumínio, escondidos no congelador da cozinha do acusado. De acordo com as conclusões do relatório agora divulgado, entre os esquemas patrocinados pelo congressista Jefferson contam-se esforços para garantir contratos de telecomunicações na Nigéria e no Gana, contratos de transmissão via satélite no Botsuana, Guiné Equatorial e República do Congo e direito de exploração de petróleo “off-shore” em São Tomé e Príncipe, bem como a promoção da venda de sistemas de reciclagem de lixo na Nigéria e Guiné Equatorial e a criação de uma refinaria de açúcar e outros projectos na Nigéria. William Jefferson, que reclama a sua inocência, deverá comparecer sexta-feira no tribunal. Dois dos antigos colaboradores do congressista admitiram a culpa e fizeram acordos com a polícia, beneficiando de redução das penas, tendo sido condenados a sete e oito anos de cadeia (fonte: Lusa e Publico online)