Missão atinge fundo do mar; bandeira está colocada

A Rússia reivindicou o domínio do Oceano Ártico nesta quinta-feira, ao fincar uma bandeira em seu leito, a 4.261 metros de profundidade. O ato simbólico foi o ponto alto da ambiciosa missão russa para provar que o país tem direito ao controle do Ártico, rico em recursos naturais, do litoral de seu território até o Pólo Norte. A região teria gás e petróleo inexplorados. Foi a primeira vez que uma embarcação consegue alcançar o fundo do Ártico -- dois mini-submarinos conseguiram a façanha. Pela lei internacional atual, cinco países que integram o chamado Círculo Ártico -- além da Rússia, o Canadá, a Noruega, os EUA e a Dinamarca -- têm controle das águas numa faixa de 300 quilômetros a partir da costa. A Rússia, contudo, quer aumentar sua zona de controle, pois afirma que o leito do Ártico e a Sibéria são territórios ligados no fundo do mar. Uma das metas da missão é mostrar que o Pólo Norte e a Rússia integram um mesmo continente. A missão desta quinta foi comemorada pelos russos como grande conquista nacional. Uma autoridade do país, Sergei Balyasnikov, disse que a chegada ao fundo do Ártico foi "arriscada e heróica" e que a façanha é comparável a "colocar uma bandeira na Lua". Conforme o líder da expedição, Artur Chilingarov, a descida ao leito foi "suave". "Há um cascalho amarelado no fundo. E nenhuma criatura das profundezas", relatou ele, de acordo com informações da agência de notícias russa Itar-Tass. Os cientistas a bordo planejavam obter amostras de flora e fauna do fundo do Ártico. Depois, começariam a parte mais difícil e perigosa da missão: retornar exatamente no caminho por onde desceram. Os dois mini-submarinos tiveram de penetrar uma camada de gelo do Pólo Norte para chegar ao fundo. Se não voltarem pela mesma brecha no gelo, podem ficar presos na água gelada. Integram a expedição uma embarcação quebra-gelo e um navio de pesquisa.