PINACULOS

Opinião e coisas do nosso mundo...

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Artigo: Coisas do Mundo (II)

• A China parece ter encontrado uma forma bastante peculiar e estranha de penalizar os obesos. Ficamos a saber recentemente que pessoas solteiras, ou com mais de 50 anos, que podem ser obesas nem ter tomado antidepressivos, são “atributos” que figuram no rol das novas barreiras postas à adopção de crianças chinesas por parte de estrangeiros. A nova lei entra em vigor no início deste ano. Os aspirantes a pais passam a ter que ter um mínimo de qualificações escolares e provar que não têm problemas de ansiedade. Actualmente são muitos os candidatos a pais adoptivos em vários países do mundo que acabam por adoptar crianças chinesas — sobretudo meninas. Muitos destes miúdos são dados pelas famílias para adopção, por causa da política do "filho único" que existe no país. Só em 2006 para os Estados Unidos foram, pela via legal, quase 6.500 crianças chinesas. As famílias espanholas adoptam, em média, 3.000 crianças por ano, mas em Portugal, a adopção internacional é insignificante;
• Um adolescente de 12 anos morreu depois de ter sido espancado na escola por colegas. Tudo se passou no colégio Albert-Camus de Meaux, em Seine-et-Marne, França, no final de uma aula de Educação Física. O rapaz que terá desferido o murro fatal terá apenas 11 anos. Fontes policiais afirmaram que a vítima caíu no chão no decurso de agressões e que vários colegas o teriam espancado. Contudo os relatos publicados nos meios de comunicação social franceses não eram coincidentes. O Le Monde, por exemplo, referia que eram apenas dois os alegados agressores do rapaz e que os colegas que assistiram ao desentendimento tentaram separá-los. Sublinhe-se que o colégio em questão é considerado um "estabelecimento de ensino sensível", onde os alunos "têm algumas dificuldades". O rapaz que morreu era filho único de um jardineiro que começou a trabalhar na escola em Setembro. Frequentava o 6.º ano. Uma paragem cardíaca poderá ter sido a causa da morte;

• Um estudo do governo americano revelou que cerca de metade dos estudantes dos liceus americanos admite ter bebido álcool ilegalmente e que muitos deles reconheceram também que abusam da bebida. A investigação do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças revelou que estes adolescentes estão mais propensos a fumar, usar drogas e envolver-se em actos de violência: "O estudo mostra claramente que não só os estudantes bebem álcool mas também os efeitos que a bebida tem na sua saúde e relacionamentos sociais". Nos Estados Unidos, só os maiores de 21 anos podem consumir álcool. O estudo baseou-se em dados recolhidos junto de mais de 15 mil alunos, dos 14 aos 18 anos, tendo 45% dos inquiridos afirmaram ter consumido álcool no último mês e destes, quase 70% admitiram ter exagerado na dose, muitos dos quais mais do que uma vez em 30 dias;

• O endividamento proveniente dos gastos relacionados com o Natal deverá levar 10 mil pessoas à falência até Abril deste ano. Nos primeiros três meses de 2007, quase 30 mil pessoas deverão tornar-se insolventes, com um terço do total relacionado com os gastos do Natal, segundo uma empresa especialista em negócios e finanças, Grant Thornton. Cerca de 10 mil pessoas vão falir ou estabelecer acordos individuais voluntários antes de Abril devido ao endividamento, segundo a mesma fonte. Estas estimativas surgem no final de um ano em que a dívida ascendeu a um valor recorde. As previsões apontam para que, em 2006, 110 mil pessoas se tenham endividado e atingido a falência no Reino Unido.

• O governo chinês desencadeará ainda este mês de Janeiro o seu segundo recenseamento agrícola, aquele que será o maior do mundo, e que decorrerá durante quatro meses. Para que se tenha a noção do que está em causa basta referir que a população rural chinesa está estimada em 745,4 milhões, que correspondem a 57% do total no país. O recenseamento facilitará as bases para melhorar a política rural do país, afirmou o responsável do gabinete nacional de estatísticas. A operação cobrirá 200 milhões de povoações e será realizada por sete milhões de profissionais. A China fez o seu primeiro recenseamento em 1996 e desde então o governo comunista local adoptou uma série de medidas para proteger os interesses dos camponeses, nomeadamente a abolição dos impostos agrícolas, a criação de subsídios e a instauração de um preço mínimo para os cereais e um máximo para os fertilizantes. Dados oficiais indicam que os rendimentos efectivos por pessoa dos camponeses chineses, nos nove primeiros oito meses do ano passado, foram de 2.762 yuans (345 dólares), mais 11,4% em relação a 2005.
Luis Filipe Malheiro
Jornal da Madeira, 22 de Janeiro 2007

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