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domingo, 4 de fevereiro de 2007

Coreia do Norte em romance

É um romance, o primeiro romance de mistério assinado por James Church, mas segundo o diário The Washington Post provocou enorme agitação entre os analistas que acompanham assuntos asiáticos. Peter Hayes, perito em Coreia do Norte e director do grupo de investigação Nautilus Institute for Security and Sustainable Development, fala de A Corpse in the Koryo como "a melhor descrição desclassificada de como a Coreia do Norte funciona e porque tem sobrevivido todos estes anos quando o resto do mundo comunista capitulou há uma década ao mercado global"."Este romance devia ser leitura de cabeceira obrigatória para o Presidente [George W.] Bush e a sua equipa de segurança nacional", sustenta Hayes, no site do seu instituto. O WPost compara Corpse a Gorky Park, o romance de Martin Cruz Smith que mostrava a União Soviética do início dos anos 1980 pelos olhos de um inspector da polícia. O método repete-se e aqui o guia é Inspector O - "um homem que se mantém decente apesar do seu papel num repressivo sistema que é muitas vezes cruel, injusto e imperscrutável", escreve a Reuters. O trabalha no Ministério da Segurança do Povo.Church é o pseudónimo de um ex-agente de um país ocidental que passou décadas na Ásia e "vagueou durante anos pela Coreia", explica no livro. "Demasiadas pessoas pensam que a Coreia do Norte é absolutamente incompreensível e existe num universo diferente do da escala humana e não é assim", diz o autor, numa entrevista à Reuters. Os norte-coreanos, continua, "estão sob intensa pressão política e social a cada minuto das suas vidas, mas continuam a funcionar e conservam uma humanidade real". "Se quem ler o livro parar para dizer, bem eu não tinha pensado sobre a Coreia do Norte desta forma, isso é bom... Há muitas políticas que podem ser seguidas em relação à Coreia do Norte. Este livro não está a defender nenhuma."Afirmando que percebeu desde o início que tinha de basear o seu livro na realidade, o autor explica que quis deixar de fora identificações, como os nomes dos lideres, para "pôr os leitores mentalmente noutro sítio, cortar com o que pensavam saber da Coreia do Norte." Na entrevista ao WPost, explica ainda ter passado anos frustrado com as limitações dos relatórios que escrevia. No mundo académico ou dos serviços secretos, um analista que escreva sobre a Coreia do Norte sem os padrões da "bolha moral" seria logo acusado de cegueira face "ao horror do lugar", disse Church.
Fonte: Público

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