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segunda-feira, 26 de março de 2007

EUA: Antigo membro do Ku Klux Klan responde por crime de 1964Antigo membro do Ku Klux Klan responde por crime de 1964

James F. Seale, um polícia reformado do Mississípi, 71 anos, foi detido e formalmente acusado dos crimes de rapto e conspiração num caso que remonta a 1964 e resultou na morte de dois jovens adolescentes negros. As circunstâncias que levaram à morte de Henry H. Dee e Charles E. Moore, os dois de 19 anos, permaneceram obscuras nos EUA nos últimos 43 anos. As duas vítimas foram encontradas sem vida no leito do Old River, amarradas a troncos de árvore, próximo da localidade de Natchez - tinham sido chicoteados e afogados -, no âmbito de uma busca nacional por três activistas negros desaparecidos na cidade de Filadélfia, Mississípi. Na altura, as autoridades detiveram várias pessoas para interrogatório, incluindo vários conhecidos membros do Ku Klux Klan. Entre eles estava James F. Seale, de 28 anos, que trabalhava ocasionalmente nas colheitas - antes de se tornar assistente do xerife - e era filho do líder da secção local dos Cavaleiros Brancos do Ku Klux Klan (nos últimos anos, tanto Seale como o filho, que chegou mesmo a anunciar a morte do pai para evitar os investigadores, desmentiram a sua ligação ao culto racista).
Entre os indivíduos ouvidos na altura encontrava-se ainda Charles M. Edwards, que nos registos da polícia é citado a confirmar ter participado, juntamente com Seale, na perseguição, rapto e agressão dos dois jovens negros.
Edwards - que agora escapou à acusação mas deverá ser chamado como principal testemunha - garantiu porém que Henry Dee e Charles Moore estavam vivos quando foram abandonados, na floresta nacional de Homochitto, perto da fronteira com o estado da Luisiana.
Investigações reabertas
A reconstituição do crime apresentada pelo FBI dá conta de uma planeada operação de perseguição montada pelos membros do Ku Klux Klan - que pensavam que Dee e Moore faziam parte de uma organização de negros muçulmanos que conspirava uma revolta armada.
Os dois jovens terão sido forçados a entrar no carro e conduzidos para a floresta, onde foram amarrados a árvores e espancados. Ainda amarrados, e com a boca coberta de fita adesiva, foram depois atirados ao rio. A acusação contra Seale aparece sete anos depois de o FBI ter reaberto uma série de investigações de crimes raciais ocorridos nos anos 50 e 60, quando a América vivia um turbulento período de ataques contra negros e outras minorias. Apesar das décadas decorridas desde os crimes, as equipas de investigação têm sido bem sucedidas a concluir vários processos judiciais - entre eles o que julgou o assassinato dos activistas pelos direitos civis James Chaney, Andrew Goodman e Michael Schwerner (um caso recordado no filme Mississipi Burning), que desencadeou a descoberta dos homicídios de Natchez.

Fonte: Rita Siza, Washington, Publico

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