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segunda-feira, 21 de maio de 2007

Três expedições ao fundo do oceano antárctico descobrem 700 espécies novas

Três expedições realizadas entre 2002 e 2005 pelo navio oceanográfico alemão “Polarstern” permitiram descobrir 700 espécies novas para a ciência nos fundos do oceano antárctico, no Mar de Weddell. A biodiversidade encontrada apanhou de surpresa os investigadores dos 14 institutos que compuseram a equipa internacional. “As profundidades do oceano antárctico são, potencialmente, o berço da vida das espécies marinhas do planeta. As nossas conclusões vão de encontro às sugestões segundo as quais a biodiversidade nas águas profundas é fraca no oceano Austral”, diz Angelika Brandt, do Museu Zoológico de Hamburgo, num artigo publicado na revista “Nature” de 17 de Maio. O “Polarstern” explorou todos os tipos de habitats do Mar de Weddell entre os 748 e os 6348 metros de profundidade. As três expedições fizeram parte do projecto ANDEEP (Antarctic benthic deep-sea biodiversity), responsável pelo primeiro estudo completo sobre os animais marinhos das profundidades do oceano antárctico, no qual participam 17 institutos espalhados por todo o mundo. Estas expedições permitiram aos cientistas recolher 674 espécie de isópodes (variedade de crustáceos), 585 das quais até agora desconhecidas para a ciência, e mais de 200 espécies de poliquetos, 81 dos quais novos para a ciência. Os biólogos recensearam 160 espécies de gastrópodes de concha e de bivalves e 76 espécies de esponjas, 17 das quais ainda desconhecidas. No total forma descobertas 700 espécies novas. “O que antigamente víamos como abismos sem interesse revelam-se agora um ambiente biologicamente rico, dinâmico e diversificado. A descoberta deste extraordinário tesouro da vida marinha é um primeiro passo na nossa compreensão das complexas relações entre o oceano profundo e a distribuição da vida marinha”, comentou a bióloga marinha Katrin Linse, do British Antarctic Survey, em comunicado."Agora temos mais informação sobre a evolução das espécies marinhas e como se adaptam às alterações no clima e no ambiente", disse Angelika Brandt. Fonte: AFP e PUBLICO

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