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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

China é o país mais atingido pela fuga de cérebros

As autoridades chinesas estão cada vez mais preocupadas com a saída do país dos seus quadros mais qualificados. Um relatório da Academia de Ciências Sociais de Pequim (ACSP), citado pela edição on-line do jornal China Daily, revela que cerca de dois terços dos chineses que estudaram no estrangeiro a partir dos anos 80 (um milhão) optaram por ficar nos países que escolheram para completar a sua formação profissional ou académica. Esta taxa é a mais elevada do mundo. A China tem agora uma "necessidade terrível de pessoas com qualificações", disse ao diário chinês um dos autores do estudo da ACSP, Li Xiaoli. "Tem sido uma grande perda para a China ver sair todos estes profissionais bem-formados depois de o país ter investido tanto neles." Os destinos preferenciais são a Europa, os EUA e a Austrália. Segundo o relatório, desde 2002 têm saído anualmente do país mais de 100 mil estudantes universitários: o número que regressa situa-se entre os 20 e os 30 mil. Os autores do estudo garantem que a tendência é inevitável e resulta da abertura da China ao mercado mundial. A situação só poderá ser invertida se forem criadas condições para tornar a China mais atraente a estes profissionais, defende o jornal, em editorial, responsabilizando o Governo de Pequim: "Muitos chineses talentosos vão para o estrangeiro porque não conseguem encontrar oportunidades no seu país." Apesar dos números, há especialistas que defendem que não está em causa uma verdadeira fuga de cérebros, pois a China continua a contar com milhões de quadros qualificados. Yang Kaizhong, economista da Universidade de Pequim, disse ainda ao China Daily que o país tem tirado grande partido da sua comunidade emigrante. Segundo um relatório das Nações Unidas de Junho de 2006, a China recebe anualmente 15 mil milhões de euros em remessas. Há séculos que os chineses saem do país para fugir à pobreza e aos desatres naturais, lembra a Reuters. Entre os quadros mais qualificados, um dos principais motivos tem sido a opressão política. Os que regressam fazem-no com passaportes estrangeiros para poderem sair a qualquer momento.
Fonte: Público

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